A visita do presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Eserval Rocha, à comarca de Brumado na manhã desta quarta-feira (04) foi considerada importante pelo fato de o órgão receber uma pauta de reivindicações apontando as principais carências na comarca local. Em entrevista ao site Brumado Notícias, servidores e magistrados apontaram que a demanda de serviços tem sido grande no município e, por isso, a necessidade urgente da instalação de duas Varas - Civil e Crime - para atender aos anseios da comunidade. Representando os demais colegas, Federico Rêgo, oficial de serviços públicos, declarou que, além dos juízes, os servidores estão trabalhando sobrecarregados, extrapolando o horário de trabalho. “Se em 2015 não tivermos a implantação de um novo cartório civil em Brumado, teremos muitas dificuldades no atendimento à população a partir do próximo ano, pois já estamos trabalhando à beira da sobrecarga”, salientou o servidor. 

A juíza Leonor Abreu relatou que, embora o quadro na Vara Civil esteja completo, há uma sobrecarga de processos que ultrapassa os 7 mil, quando cada juiz deveria cuidar de apenas 2 mil. Mesmo assim, a juíza acredita que a visita do presidente do TJ-BA possa mudar esse quadro com a instalação das novas Varas. 

Descrente com o sistema, o juiz Genivaldo Alves Guimarães foi direto ao dizer que não espera muito no que tange a mudanças apenas por conta da visita. Ele conta com a sensibilidade do magistrado para que o quadro seja revertido no município e que o estado venha a cumprir a lei por ele próprio criada, a qual favorece o poder judiciário. “Esperamos que vendo de perto a situação da comarca ele possa se lembrar de nós. Já encaminhamos dezenas de reivindicações. Muitas coisas melhoraram, mas o judiciário precisa ser melhor assistido. Existe a Lei de Organização Judiciária, mas que é não cumprida pelo estado, ou seja, se não é cumprida, melhor seria nem ter sido escrita. Essa lei prevê seis juízes para a comarca de Brumado, mas existe apenas dois. É uma lei que existe, mas sem qualquer eficácia, pois não é cumprida pelo próprio estado. Ainda estamos muito longe do razoável”, destacou Guimarães.