A Fundação de Assistência e Desenvolvimento Social de Brumado (Fadesb) registrou uma queixa na delegacia contra a prefeitura municipal, denunciando que as obras para abertura de uma rua às margens do Riacho do Bufão, no Bairro Santa Tereza, além de ter invadido a propriedade da fundação, ainda teria provocado desmatamento de árvores, configurando crime ambiental. A fundação deverá apresentar as mesmas denúncias ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Por telefone ao site Achei Sudoeste, a direção da entidade declarou que apoia as obras de melhorias para o escoamento pluvial do riacho, porém a prefeitura acabou invadindo parte da área pertencente à instituição. Para impedir o avanço das obras, a Fadesb cercou a área, inclusive o trecho aberto pelas máquinas da prefeitura, e ainda fixou uma placa indicando que o trecho é particular. Nossa reportagem percorreu o local e registrou várias árvores que foram derrubadas pelas máquinas, bem como uma casinha onde antes ficava uma bomba para sugar água de um poço artesiano que abastecia o complexo. A Polícia Civil e a Polícia Técnica também estiveram no local na tarde da última terça-feira (12). 

Os policiais fizeram um levantamento de toda a extensão onde a prefeitura abriu a mata para construção da nova via e um relatório da apuração ainda será apresentado. Nossa reportagem também ouviu o Secretário Municipal de Infraestrutura, André Cardoso, e o mesmo rebateu as denúncias de invasão, alegando que a prefeitura interpretou que a faixa de terreno por onde as máquinas passaram não pertence a instituição, uma vez que a própria fundação havia feito uma cerca demarcando sua área. O secretário disse ainda que a prefeitura espera a apresentação documentada de que a área afetada realmente é de propriedade da Fadesb. Cardoso explicou que as obras têm a finalidade de organizar o município para o futuro, visando, principalmente, a implantação do esgotamento sanitário - a rua rente ao riacho seria o ponto de passagem da rede de esgoto. O secretário ainda observou irregularidades na cerca feita pela Fadesb, na qual foi utilizado arame farpado, que é proibido dentro do perímetro urbano para demarcação de obras. No que se refere à a acusação de crime contra o meio ambiente, o engenheiro declarou que a prefeitura fez o levantamento de toda a área e teve respaldo ambiental para execução da obra, uma vez que não havia mais na localidade árvores que faziam parte da vegetação nativa. Mesmo diante do conflito, as partes concordaram em conversar cobre o assunto buscando um entendimento.