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Sem equipamentos, há três anos Brumado se encontra na zona endêmica do calazar
Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias

O município de Brumado convive na zona endêmica do calazar há três anos. A confirmação foi dada em entrevista ao site Brumado Notícias pelo coordenador de endemias da Vigilância Epidemiológica Municipal (Vigep), Fábio Azevedo. Ele declarou que, desde 2011, quando o governo do estado substituiu a coleta de teste com o papel alumínio para o aparelho de teste rápido, o município perdeu o poder de controle da doença que atinges cães e homens. Na manhã desta quinta-feira (31), nossa reportagem acompanhou um teste rápido através do qual foi confirmado mais um caso positivo da doença em um cão da cidade. O coordenador explicou que o município deveria receber no mínimo 5 mil kits para o controle da população canina, que hoje já passa de 8 mil, mas, segundo ele, o estado só tem enviado no máximo 200 kits por ano. Outro agravante é que o município não conta mais com a equipe de controle do calazar, pois, com a explosão da dengue, os agentes foram realocados para o combate ao aedes-aegypti - o programa de controle da leishmaniose também foi suspenso. 

Sem equipamentos, há três anos Brumado se encontra na zona endêmica do calazar
Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias

A Vigep tem feito apenas a demanda espontânea, ou seja, caso o proprietário suspeite que seu cachorro esteja com calazar, ele pode levar o animal à sede da Vigep, onde é realizada a triagem rápida. Se o resultado for positivo, é feita então a coleta de sangue do animal para ser encaminhada a um laboratório. Nesse caso, o proprietário terá de pagar pelo teste de confirmação em um laboratório particular, pois o Lacen do município também está sem o equipamento de pesquisa da doença. Azevedo descreveu alguns sintomas do calazar no animal: crescimento das unhas, apatia do cão, anemia aparente nos olhos, pêlo grosso, aumento do baço, corrimento no olho e ferimentos na orelha. O coordenador explicou que a doença é transmitida por um mosquito vetor, conhecido popularmente como mosquito palha. Nos últimos anos tem aumentado a incidência de casos de calazar em humanos em Brumado, de acordo com o coordenador. “Como se já não bastasse a dengue e a zika, ainda temos o calazar como um dos grandes fatores de risco endêmico em nossa comunidade. E o pior: com o poder público engessado para combater o problema”, pontuou ele.  

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