Em Paramirim, uma tragédia praticamente destruiu todo o leito do rio, arrastando vegetação, muita lama e sujeira que avançaram sobre o balneário turístico da cidade devastando tudo o que encontrou pela frente. Tudo isso por conta da liberação de mais de um milhão de metros cúbicos do reservatório do Zabumbão. Tal liberação teria sido autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA), sob a alegação de uma suposta vazão a jusante do açude Zabumbão. Além dos prejuízos, ficou evidente o estado em se encontra a água consumida na cidade devido ao odor insuportável. Ao longo dos anos, foram denunciados os garimpos clandestinos que assoreiam nascentes e poluem as águas, invasões, loteamento das margens, criação de gado, desmatamentos, irrigações ilegais, avanço das cercas para dentro do leito, queimadas e até incêndios criminosos, além do lançamento de esgotos in natura que se acumulam no fundo do lago. De acordo com o Jornal O Eco, a água não consegue chegar nem ao vizinho município de Caturama. O incidente que ocorreu na tarde desta segunda-feira (14) é um sério alerta para que se promova uma ampla mobilização pela salvação da barragem, pela reflexão sobre a incompetência na gestão dos recursos hídricos e a forma equivocada de gestão das águas. A questão é que Paramirim e demais cidades que são abastecidas com as águas do Zabumbão estão diante de um risco evidente de desabastecimento por falta de cuidados com as nascentes, falta de ações de proteção ao rio e à barragem que representa a segurança hídrica da região.