O duelo entre Umburanas e Magnesita, que deu o título de campeão do Campeonato Brumadense 2017 ao Umburanas, teve todos os ingredientes de uma grande final: suspiros das torcidas, drama, nervosismo, belos gols, bola na trave, duas penalidades, incríveis defesas, lances polêmicos envolvendo a arbitragem, cartões amarelos, expulsão, bate-boca, provocações, despedida de maestro e de dirigente, lamentações de quem perdeu e comemoração de quem ganhou. A partida começou quente, com as duas equipes se estudando, e o Magnesita, que venceu o primeiro jogo por 1x0, por pouco não abriu o marcador nos primeiros minutos. Porém, com a vantagem do empate, o time dos mineradores tentou repetir a estratégia do primeiro confronto e recuou para se defender e explorar os contra-ataques, o que deu munição para o Umburanas, que aumentou seu volume de jogo e sabatinou a área adversária até conseguir resvalar uma bola na trave em uma cobrança de falta. Nesta altura do jogo, o gol era só uma questão de tempo, até o juiz marcar um pênalti cobrado por Danilo e defendido por Raí. O goleiro deu rebote e a bola voltou para o cobrador, que só teve trabalho de empurrar para dentro do gol. Com o placar que levaria a decisão aos pênaltis, o jogo ficou mais aberto, o que favoreceu ainda mais as investidas do Umburanas. Em um lance de bate rebate, a bola sobrou livre para o meia Badu, que ampliou a vantagem para 2x0, terminando assim a primeira etapa - a torcida na arquibancada já gritava bicampeão. Na volta para o segundo tempo, o Magnesita partiu para o tudo ou nada e, em uma arrancada de contra ataque, o atacante Jojô acertou um belo chute de fora da área para vencer o goleiro Debilora e diminuir o placar. 

O gol colocava o time de volta na disputa das penalidades, porém, momentos depois, veio a maior polêmica da partida: em um lance que a bola cobriu o goleiro Raí, bateu no travessão e quicou no chão, o auxiliar número um, Marcelo Carvalho, viu o gol e se dirigiu lentamente para o centro do campo. No entanto, o juiz ainda continuava em dúvida na marcação, o que gerou todo um tumulto na partida, com xingamentos e ofensas da equipe do Magnesita, que não aceitou a marcação do gol. Ainda mais lamentável foi a atitude de alguns torcedores, que atiraram latinhas de cerveja no campo com a intenção de atingir o trio de arbitragem, entre eles uma mulher. A polícia entrou no gramado para conter os ânimos e, após 14 minutos de paralisação, a partida foi reiniciada. Instantes depois, o maestro do Umburanas, o veterano Ney, foi substituído aos prantos, pois estava se despedindo dos gramados como jogador. “Chegou a idade e o corpo já não responde mais”, disse o atleta, justificando o encerramento da carreira. Ele logo viu suas lágrimas se transformarem em alegria com mais um belo gol assinalado pelo artilheiro Zé Márcio, que de fora da área cobriu o goleiro Raí e ampliou o resultado para 4x1. Perto dos 40 minutos, uma baixa no Umburanas, o atacante Boca foi expulso por falta acintosa no meio de campo. Momentos depois, pênalti para o Magnesita cobrado pelo goleiro Raí, sem chance de defesa para Debilora, fechando o placar em 4x2. A partida estava por um gol, se o Magnesita conseguisse mais um a decisão iria para os pênaltis, porém, mesmo com o jogo terminando com 63 minutos de duração no segundo tempo e o Umburanas com um jogador a menos, o Magnesita não conseguiu seu terceiro gol e perdeu a chance de conquistar o 13º título da competição. O árbitro entregou o apito ao presidente da Liga Brumadense de Futebol (LBF), Emanoel Araújo Lima, o Manelão, que em sua despedida como dirigente da entidade deu fim ao espetáculo, confirmando o bicampeonato do Umburanas. Ainda insatisfeitos, alguns jogadores do Magnesita tentaram tirar satisfações com o trio de arbitragem e mais uma vez a polícia entrou em campo. Desportistas, autoridades, o médico Marlúcio Abreu e a vereadora Ilka Abreu foram convidados a passar as medalhas e os troféus de campão e vice aos clubes.