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Angélica Coelho aponta governo e diretora como responsáveis pelo fechamento da Defensoria em Brumado
Para a ex-defensora que atuou 20 anos no município, o fechamento do órgão foi um ato equivocado. (Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias).

O fechamento da Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) em Brumado vem sendo debatido na Câmara de Vereadores desde o início do ano. Apesar das discussões sobre o tema, nenhuma solução foi encontrada até o momento. A defensora geral Vitória Beltrão Bandeira tem se mostrado irredutível quanto à reabertura do órgão no município. Na última segunda-feira (25), a Casa Legislativa aprovou uma moção de repúdio, contra a defensora geral. Por telefone, o site Brumado Notícias conversou com a defensora licenciada Angélica Coelho, que atuou por 20 anos na unidade brumadense. Coelho disse que não aprova a moção de repúdio, mas concorda que medidas devem ser tomadas para a reabertura da Defensoria na cidade. “Não acho a moção uma medida saudável e prefiro não opinar sobre a mesma por uma questão pessoal. Considero que o fechamento da defensoria em Brumado foi um ato equivocado. Não se encerra um serviço de anos sendo ele útil para a população carente e garantia de acesso dos necessitados à justiça”, argumentou a defensora. Segundo Angélica, embora a decisão de fechar a unidade brumadense tenha sido da diretora geral, o governo do estado também tem culpa pelo fechamento. “O maior responsável pela falta de defensores é o governo do estado, porque há defensores aprovados no último concurso, e ele precisa nomear e chamar esse pessoal. Mesmo a Defensoria sendo uma instituição autônoma, ela ainda depende dos recursos do governo do estado”, completou. 

Angélica Coelho aponta governo e diretora como responsáveis pelo fechamento da Defensoria em Brumado
Segundo ela realizava o equivalente a 770 atendimentos por mês na extinta Defensoria Estadual da cidade. (Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias).

Reforçando a importância da unidade municipal, a defensora informou que enquanto em Salvador ela atendia 8 pessoas por dia na defensoria regional, em Brumado eram realizados 35 atendimentos em apenas meio período; o equivalente a 770 atendimentos por mês. Coelho lamentou o fechamento da unidade e se disse arrependida por ter encaminhado o pedido de sua aposentadoria. “Não se fecha um órgão público de 20 anos com argumento de falta de defensores, porque havia defensores para serem encaminhados para Brumado, mas foram priorizadas a capital e outras regionais do interior. Se eu soubesse antes que ela iria ganhar as eleições e que era projeto dela fechar a unidade de Brumado, mesmo com prejuízos pessoais, eu teria adiado meu projeto de aposentadoria. Investi muito do meu tempo de vida aqui nessa comarca para ver tudo simplesmente encerrado”, finalizou a defensora.

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