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Relação entre cintura e estatura pode indicar risco cardiovascular, aponta estudo
Foto: Shutterstock

O acúmulo excessivo de gordura na região abdominal já é um conhecido indicador de risco para doenças cardiovasculares. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a medida não deve ultrapassar 94 centímetros (cm) nos homens e 90 cm nas mulheres. No entanto, um novo estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) identificou que pessoas fisicamente ativas e sem sobrepeso, mas com valores de relação cintura-estatura (RCE) próximos ao limite do risco também têm maior probabilidade de desenvolver distúrbios no coração. Em entrevista à Agência Fapesp, o professor da Unesp e coordenador da pesquisa, Vitor Engrácia Valenti, explicou que estudos recentes sugerem que a RCE – obtida pela divisão da circunferência da cintura pela estatura – fornece informações mais precisas de riscos cardiovasculares do que o Índice de Massa Corporal (IMC), que avalia a distribuição de gordura pelo corpo. Com base nessa constatação, os pesquisadores decidiram investigar se a recuperação do controle autonômico da frequência cardíaca após o exercício físico é diferente entre homens saudáveis com diferentes valores de RCE. Para isso, 156 homens saudáveis e fisicamente ativos, com idade entre 18 e 30 anos, foram divididos em três grupos, de acordo com os valores de RCE: abaixo do limiar de risco (entre 0,4 e 0,449), próximo ao limiar (entre 0,45 e 0,5) e acima do limite (entre 0,5 e 0,56). Os participantes foram avaliados durante dois dias, nos quais praticaram exercícios. “A medida do tempo de recuperação cardíaca autonômica após o exercício permite avaliar o risco de apresentar uma complicação cardiovascular imediatamente após a atividade física e também estimar o risco de desenvolver uma doença cardíaca”, disse Valenti. “Se a pessoa demora mais tempo para recuperar a frequência cardíaca normal, isso indica que apresenta maior risco de desenvolver distúrbio no coração”. As análises das medidas indicaram que os grupos com RCE próximo e acima do limite de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas apresentaram recuperação cardíaca autonômica mais lenta tanto no esforço máximo como no moderado. “Constatamos que os voluntários do grupo com valores de RCE próximos ao limite de risco também apresentam maior probabilidade de desenvolver doenças no sistema cardiovascular”, acrescentou o pesquisador.

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