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Tragédia em Minas Gerais: Vale sabia de riscos na barragem de Brumadinho desde outubro
Foto: Rodney Costa/Getty Images

Dados obtidos pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) mostram que dez estruturas da Vale estavam classificadas internamente, desde outubro, na chamada Zona de Atenção (Alarp Zone), entre elas a barragem de Brumadinho que rompeu no dia 25 de janeiro e deixou, pelo menos, 165 mortos e 155 desaparecidos. Esta informação consta de um documento da própria empresa sobre a situação dos reservatórios que a Justiça tornou público nesta terça-feira, 12. O MP-MG solicitou à Vale, no dia 31 de janeiro, seis dias após o rompimento da barragem de Brumadinho, informações sobre a gestão de risco geotécnico da empresa. “Os documentos apresentados demonstram que, em outubro de 2018, a requerida [Vale] tinha ciência de que, dentre 57 barragens de sua responsabilidade avaliadas, 10 estavam em zona de atenção”, diz a ação. Segundo os documentos apresentados pela Vale ao órgão, além de Brumadinho, as barragens Laranjeiras, em Barão de Cocais, as barragens IV e Menezes II, também em Brumadinho, a Capitão do Mato, Dique B e Taquaras, em Nova Lima, e as barragens Forquilha I, II e III, em Ouro Preto, estavam avaliadas na mesma categoria. “Todas elas são próximas a núcleos urbanos, havendo pessoas residentes/transitando na zona de autossalvamento”, indica o documento do MP. No caso da barragem de Brumadinho, dados da Vale atestam a possibilidade de erosão interna e liquefação, causa também apontada pela investigação da Polícia Federal (PF) como a principal hipótese para o desastre. A possibilidade de problemas na barragem de Brumadinho, segundo a própria Vale, era de 0,02%. Em comparação com as demais na Alarp Zone, essa estrutura era a que a tinha o menor risco. Nas três barragens de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, o risco é de 0,1%, cinco vezes maior.

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