Segundo levantamento da secretaria municipal de infraestrutura, há milhares de poços artesianos irregulares na sede do município de Brumado por não terem autorização do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). De acordo com a secretaria, a maioria dos poços foi aberta no final da década de 1990, quando o município sofreu um período crítico de seca. Na época, os poços eram alternativa para amenizar o sofrimento das pessoas. No entanto, passado o período crítico, outros poços foram abertos para atender hotéis e demais estabelecimentos comerciais - desta vez, não para a convivência com a seca, mas sim para a manutenção de piscinas, banheiros, entre outros. “Na maioria dos casos para fugir do valor de consumo cobrado pela Embasa”, explicou o setor ao site Brumado Notícias. No início desta semana foi registrado mais um poço aberto na Rua José Rodrigues, ao fundo da Biblioteca Municipal Jarbas Passarinho, gerando muitas reclamações dos moradores da localidade. 

O poço, com 85 metros de perfuração, teve pouca vazão de água. Nossa reportagem questionou o posicionamento do setor de infraestrutura quanto à obra, que está sendo realizada em espaço público e não dentro de uma propriedade particular. Em resposta, o setor disse que a responsabilidade de fiscalização é do Inema. A mesma resposta foi dada pela secretaria municipal de agricultura, meio ambiente e recursos hídricos. “A lei preconiza somente ao Estado a gestão da água. Temos cobrado do Inema para que o município possa realizar essa fiscalização, mas isso nos foi negado. Por isso não podemos intervir, pois não está em nossa alçada pelo que preconiza a lei do próprio Estado”, declarou a pasta.