A renda da agricultura familiar está em queda em Brumado e os produtores estão com dificuldades para manter as plantações por conta da falta da linha de crédito para as lavouras. Em entrevista ao site Brumado Notícias, o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), Gilberto Lima Dias, apontou que os agentes financeiros estão dificultando a vida do produtor rural por conta da burocracia e não liberação da linha de crédito para o setor. O conselheiro destacou que no município a linha de crédito do governo está apenas na propaganda, pois os bancos, principalmente o Banco do Brasil, não tem financiado o crédito aos pequenos produtores alegando que o índice de inadimplência do município está acima da regra de créditos. “O que está no papel não é o que se vê na prática. Há muitos anos que o Banco do Brasil em Brumado não financia com a desculpa de que há uma inadimplência acima de 5% no município, no entanto, o Banco do Nordeste está emprestando”, informou Gilberto, questionando onde estaria os R$ 24 milhões da propaganda do governo. 

As cobranças do conselheiro foram corroboradas pelo presidente da Associação dos Pequenos Produtores do Leite de Brumado, Antônio Leite. Ele afirmou que a queda na lavoura tem atingindo diretamente a economia da cidade. “Tínhamos quatro usinas algodoeira em Brumado e hoje estão todas fechadas e o plantio do feijão tem sido apenas para o consumo próprio das famílias”, citou Leite. Ele ainda apontou o programa Bolsa Família como vilão no sentido de manter alguns produtores acomodados. “Algumas pessoas ficaram acomodadas com o Bolsa Família e com isso estão abandonando as lavouras. O programa deveria não apenas dar o peixe, mas incentivar o beneficiado a pescar. O benefício do programa é muito pouco e as comunidades estão perdendo muito com a baixa produtividade no campo”, concluiu ele.