Filha de imigrantes italianos, Marisa era viúva quando conheceu o ex-presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, nos anos 1970. De lá para cá, acompanhou a trajetória política do marido, nos movimentos sindicais e depois nas disputas presidenciais de 1989, até 2002, quando o petista saiu vitorioso. Em sua primeira entrevista para a TV Globo como primeira-dama, lembrou que participou da fundação do Partido dos Trabalhadores. “Lembro que saí de porta em porta, com neném no carrinho, para filiar os vizinhos: 'Vamos construir uma partido melhor, um partido só nosso, de trabalhadores'”, relembrou Marisa. Lula não acompanhou o nascimento de nenhum dos filhos com Marisa, que ficou muito responsável pela criação das crianças enquanto o marido fazia viagens políticas.
De acordo com a CBN, Marisa também teve que cuidar para que os filhos não sofressem assédios no período em que o pai esteve preso, durante os movimentos sindicais: “Marcos já era maiorzinho, já entendia, estava na escola. A criançada achava que o pai dele era marginal, então ele sofreu um pouco mais. Naquele ano, eu o tirei da escola, e ele perdeu o ano”. E, quando Lula estava em casa, era ela quem dava as ordens: “Os homens gostam também quando a mulher manda um pouquinho. Eles se sentem um pouquinho mais seguros. Ele era um pouco machão no começo, mas fui quebrando isso”. Marisa foi primeira-dama por oito anos, e teve sempre uma atuação discreta. Ela deixa o marido, quatro filhos e seis netos.