O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral admitiu pela primeira vez, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), que recebeu propinas em obras, contratos com fornecedores e negociações envolvendo o governo do estado. De acordo com o G1, durante o depoimento, Cabral falou de valores ilícitos supostamente pagos durante a reforma do Maracanã, desapropriação do Porto do Açu, Linha 4 do Metrô, entre outros episódios. A revelação feita por Cabral aconteceu durante quase três horas de depoimento, gravado em vídeo. O ex-governador não fez um acordo de delação premiada. Os procuradores o tratam como réu confesso. O total da pena de Cabral em todas as nove condenações chega a 198 anos e 6 meses. O ex-governador do Rio de Janeiro procurou o Ministério Público Federal no último dia 21 de fevereiro para anunciar que iria parar de mentir. Nos últimos depoimentos, quando ainda não admitia que recebia propina, Sérgio Cabral usou 'meias palavras' e desculpas para admitir apenas o uso de dinheiro de caixa 2. Após a reunião da última quinta-feira (21), Cabral afirmou que em todas as suas campanhas eleitorais, desde 1998, passando por 2002 e 2006, o ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner sempre teve conhecimento e participação nos valores recebidos lícita e ilicitamente na campanha. Acrescentou que o “núcleo duro” do grupo era formado por Regis, o ex-secretário de governo Wilson Carlos, e o ex-governador Luiz Fernando Pezão.