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Novembro Azul: Preconceito ainda afasta homens do diagnóstico precoce do câncer de próstata
Foto: Shutterstock

Novembro é o mês de conscientização do câncer de próstata, glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino e ajuda na formação do volume do sêmen. A necessidade de todos os anos chamar atenção para a doença é explicada pelos altos números: cerca de 65 mil brasileiros são atingidos pela enfermidade por ano, que é responsável por 13,6 mortes para cada 100 mil homens, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Embora esses números sejam altos, as taxas de incidência e mortalidade não são suficientes para convencer alguns homens a procurar um acompanhamento médico e realizar o exame de sangue e o toque retal, combinação fundamental para o diagnóstico da doença. De acordo com o urologista George Deprá Ferrari, o preconceito, baseado no machismo, ainda afasta os brasileiros dos cuidados com a saúde. “Estamos em uma sociedade patriarcal, na qual os valores masculinos são exaltados e os femininos são diminuídos. O homem não gosta de mostrar vulnerabilidade, principalmente em uma área tão delicada, que são os órgãos genitais. Ainda mais quando a gente faz o toque no ânus, local em que há uma questão simbólica de passividade, da homossexualidade. O homem tem dificuldade de procurar o médico por conta do machismo”, ressalta o urologista George Deprá Ferrari ao jornal Correio. O urologista chama atenção também para uma mudança comportamental na sociedade: “Estamos vendo o que o perfil dos pacientes está mudando ao longo dos anos. Os homens estão podendo mostrar mais sua vulnerabilidade, conseguindo procurar mais o médico. Se a gente for ver bem, isso tem nome: masculinidade toxica, que é o medo de demonstrar suas fraquezas e isso resulta em dados como homens vivendo menos que as mulheres, cometendo mais suicido e outros problemas de saúde”, diz George Deprá Ferrari.

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