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Estudante baiana é aceita em 17 universidades internacionais
Foto: Arquivo Pessoal

A estudante baiana Anna Carolina Stein, de 18 anos, está prestes a realizar um sonho. Moradora de Serrinha, cidade do interior da Bahia, ela alcançou um feito impressionante ao ser aceita para estudar em 17 instituições de ensino superior fora do país. Agora, a jovem se prepara para embarcar para Flórida, nos Estados Unidos, em agosto deste ano. As universidades estrangeiras matriculam alunos sem aplicar os tradicionais vestibulares conhecidos no Brasil. O processo de escolha envolve análise curricular e de méritos, além de cartas de indicações emitidas por professores. Quem atender aos requisitos passa por uma prova, chamada por brasileiros de "Enem americano", que abrange disciplinas básicas, como inglês e matemática. Dentre as instituições em que Anna Carolina teve notas e currículos aceitos, 15 são dos Estados Unidos, uma é da Irlanda e outra, dos Emirados Árabes Unidos. Em entrevista ao G1, ela lembrou a trajetória para conseguir as aprovações, que incluiu trabalhos voluntários, além de uma jornada intensa de estudos. A baiana contou que sentiu vontade de estudar fora do país aos 10 anos de idade. No entanto, a serrinhense se deparou com desafios, para além do preparo intelectual. O principal deles era o dinheiro. Segundo ela, as agências de intercâmbio que prestam esse tipo de serviço cobravam valores excessivos, chegando a quase R$ 100 mil por ano, o que estava distante da realidade financeira da família dela. “Foi um sonho que por muito tempo ficou em segundo plano, sabe? Porque nunca imaginei que pudesse realmente fazer isso sozinha, que pudesse dar certo”, disse. Em 2020, Anna Carolina decidiu buscar opções mais acessíveis e ingressou em uma escola preparatória online, criada para auxiliar quem deseja estudar fora do país. O serviço reúne pessoas que passaram pelo mesmo processo e ensina outros estudantes a trilhar o melhor caminho.

Estudante baiana é aceita em 17 universidades internacionais
Foto: Arquivo Pessoal

Nesse momento, Anna descobriu que para ser aceita, não bastava tirar notas altas e conseguir cartas de indicações, mas também era necessário realizar atividades extracurriculares. “Como aqui na minha cidade não tinha tanas opções, precisei buscar em outros lugares, contei muito com a ajuda da internet. Todas foram feitas de modo virtual”, explicou. A jovem participou de vários cursos oferecidos pela escola preparatória, inclusive no período das férias do colégio onde estudava, além de realizar trabalhos voluntários, que lhe “enchem de orgulho”. “Foi o voluntariado que me permitiu obter a bolsa, que fez toda diferença para que eu pudesse ir para a faculdade nos Estados Unidos. Essa oportunidade foi concedida com base no meu impacto na comunidade”, afirmou. Anna fundou o projeto “Relendo Sonhos”, que arrecadou e doou 130 livros para estudantes carentes de três cidades do interior baiano. Segundo ela, mais de 300 crianças e adolescentes foram beneficiados pela iniciativa. Além disso, a serrinhense fez parte da organização Cáritas Brasil e ajudou a arrecadar alimentos, roupas e livros para comunidades rurais. Desde 2021, Anna também atua como mentora na escola preparatória “The Dream School”. Até o momento, ela já orientou cerca de 500 alunos, ajudados em revisões de redações e aulas gratuitas de inglês, entre outras atividades. Apesar de todos os esforços, Anna ainda acreditava ser difícil conseguir realizar o sonho de estudar fora do Brasil. Segundo ela, trata-se de “uma verdadeira competição”, onde perfis de candidatos do mundo inteiro são avaliados e disputam um número reduzido de vagas. Entre as “desvantagens” citadas está o fato de concorrer com canadenses, norte- americanos e outros cidadãos que têm o inglês como língua materna, portanto, são fluentes, enquanto ela precisou aprender o idioma do zero.

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