
No último sábado (29), faleceu Adalberto Gomes Prates. Nascido em 12 de novembro 1926, em Ituaçu, escolheu Brumado como seu principal endereço, depois de viver sua infância na comunidade rural de Várzea da Pedra e um período em Vitória da Conquista.
Em 1958, fundou o primeiro jornal da cidade, o Jornal de Brumado, e a fábrica de bebidas Jurubeba Lobo, que durante anos fez muito sucesso na Bahia e em Minas Gerais.
Em 1962, casou-se com a professora Maria de Lourdes Prates, com quem teve 4 filhos. Fundou uma fábrica de colchões de molas e uma loja de móveis, a Simperbel Móveis.
Simplicidade, perfeição e beleza foram a tônica de sua vida. No início dos anos 1970, quando a Avenida Otávio Mangabeira era apenas uma rua recém-aberta às margens do extinto “Campo de Aviação”, iniciou a construção de casas, as mais modernas da época.
Construiu ali quatro belas casas, que ia vendendo e construindo mais e mais, inclusive na região central da cidade.
Nunca quis fazer carreira na política, mas passou anos lutando incansavelmente e de forma voluntária pelo progresso de Brumado.
Lutou por água, hospital, sinal de tv, rádio, estradas, telefonia, dentre tantas outras melhorias. Pagava do próprio bolso para topógrafos e engenheiros desenharem tecnicamente suas ideias de fazer uma estrada entre Brumado e Salvador sem precisar passar por Conquista. Ia frequentemente a Salvador pedir audiências com deputados e secretários de governo, mandava cartas aos governadores na busca de soluções.
Seu sonho era que fosse construída uma estrada para a capital passando por Maracás, reduzindo o trajeto em cerca de 150 km. Hoje essa estrada existe! Dizia também que seria maravilhoso se construíssem uma ponte de Itaparica-Salvador.
Seus filhos quando passam pela referida estrada dizem que estão passando pela Rodovia Adalberto Prates. Gostava de fazer estudos de numerologia e escrevia regularmente para os jornais e blogs da cidade.
Ao completar 90 anos, em 2016, publicou o livro “A Família Prates”, fruto de 10 anos de pesquisas.
Amigo de todos, sempre foi muito cortês, elegante e respeitado. Tinha o hábito de, aos domingos, ir à missa das 7 da manhã e, em seguida, fazer visitas às pessoas acamadas. Fazia isso religiosamente. Esta é a história de um homem simples que viveu 99 anos.