O Brasil é o país recordista mundial em cesarianas. Na tentativa de mudar essa realidade, especialistas defendem o conforto no parto normal e o bom atendimento à gestante. O objetivo é fazer com que elas percam o medo do parto natural. Segundo a Pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional Sobre o Parto e Nascimento, o país tem 56% de partos cesarianos, enquanto a média mundial é de 18%. A pesquisa também revela que as gestantes brasileiras são proibidas de caminhar e de se alimentar para aliviar contrações, recebem ocitocina (hormônio sintético) para acelerar o parto e passam por procedimentos como episiotomia (corte vaginal para aumentar a dilatação) e ruptura artificial da bolsa. “Essas coisas acontecem sem nenhuma anestesia, com as mulheres sofrendo muito, de forma que elas tenham pavor óbvio do parto normal”, analisou a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria do Carmo Leal. Para ela, o país não estimula um bom parto normal. Especialistas relatam que entre as vantagens do parto normal estão a redução da morte materna, de complicações hemorrágicas e infecciosas. Para os bebês, diminui o risco de morte intrauterina, complicações respiratórias e problemas como asma e obesidade na infância. As informações são da Agência Brasil.