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Carta aberta apresenta repúdio conta racismo institucional em Tanhaçu
Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Em nota, o professor de capoeira Cassiano de Tõe Veludo repudiou o ato de racismo institucional praticado em Tanhaçu em virtude da tentativa de cancelamento de tradicional roda de capoeira na cidade. Na nota, o professor manifestou total repúdio à tentativa dos gestores do município de barrar uma manifestação cultural que é promovida há mais de dez anos em Tanhaçu. Cassiano destacou que a roda não é apenas uma atividade física ou recreativa, mas um verdadeiro espaço cultural construído coletivamente, mantido com resistência, tradição e pertencimento. “É inaceitável que, ao invés de apoiar, valorizar e reconhecer essa expressão cultural ancestral - reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade - a gestão municipal opte por ações repressivas, chegando ao absurdo de utilizar força policial para intimidar e inibir a realização da roda”, escreveu. Ao site Achei Sudoeste e ao Programa Achei Sudoeste no Ar, o advogado Neres Júnior explicou que não houve nenhum tipo de comunicação prévia por parte da prefeitura que justificasse o impedimento de realização da roda de capoeira. “A roda começa por volta de 18h30 e os festejos juninos muito mais tarde, então não atrapalharia ninguém”, afirmou. Enquanto a roda de capoeira era realizada, Neres relatou que dois policiais passaram nas proximidades fazendo gestos, supostamente, intimidatórios para os presentes. A situação causou grande constrangimento ao professor. “Houve um despreparo, uma falta de percepção e de profissionalismo da gestão pública do município em tratar com mais zelo um projeto que envolve crianças, jovens e adultos e é levado adiante por um líder comunitário quilombola extremamente envolvido com a comunidade”, ressaltou. Para o advogado, a Secretaria Municipal de Cultura deveria ter comunicado o professor previamente sobre essa impossibilidade, dando a ele alternativas de outros locais para que ele pudesse promover a sua roda de capoeira. “Simplesmente mandaram alguém que, se formos analisar a fundo, a administração pública nem poderes pra isso tem. Como se estivéssemos vivendo no Brasil de 100 anos atrás, onde a capoeira era proibida e vista como vadiagem”, apontou. As providências jurídicas pertinentes estão sendo adotadas para garantir ao professor o direito de utilizar a praça pública para promoção da manifestação cultural, identificando racismo institucional no caso.

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