
Recentemente, o Instituto Trata Brasil apresentou um estudo a respeito das demandas hídricas para 2050.
Em entrevista ao site Achei Sudoeste e ao Programa Achei Sudoeste no Ar, Cíntia Torqueto, gerente de comunicação e relações institucionais do Trata Brasil, destacou que o estudo fez um alerta importante sobre os riscos crescentes de racionamento de água pelos próximos 25 anos.
Segundo Torqueto, o desabastecimento é impulsionado por três fatores: mudanças climáticas, crescimento econômico e demográfico e perdas na distribuição da água tratada.
No que se refere às mudanças climáticas, ela revelou que há a expectativa de redução da disponibilidade da água nos rios em cerca de 3,4% ao ano. “Isso pode ter um impacto de 12 dias de racionamento por ano. Em algumas regiões onde temos mais escassez, isso pode chegar há mais de 30 dias”, pontuou.
Com o crescimento populacional previsto, Cíntia informou que o aumento da demanda por água pode chegar a 60% nesse período. Soma-se a essa situação às perdas na distribuição da água tratada no Brasil, que são, em média, de 40%.
Na Bahia, 19,2% da população não tem acesso à água e 58,6% não tem acesso à coleta de esgoto. Torqueto acredita que, se as autoridades não agirem frente ao problema, o cenário será de falta d’água. “Será um impacto brutal na vida das pessoas. Quando falamos de restrição de água potável, há o risco de a população buscar água que não seja tratada e não adequada para consumo. Gera um problema de saúde pública”, salientou.
Os impactos se estendem para outros segmentos, como educação, economia, produção agrícola e social. Para a gerente do Trata Brasil, as autoridades precisam atuar para corrigir as perdas de água e minimizar o volume que é perdido com a detecção inteligente dos vazamentos.
Paralelamente, os municípios têm de pensar em planos municipais de uso consciente da água como alternativa à escassez hídrica. “As autoridades devem colocar o saneamento como agenda prioritária”, alertou.