
A legalização dos cassinos no Brasil é um tema em discussão, mas o país já viveu um passado glamouroso, especialmente no Rio de Janeiro, que teve sua era dourada dos jogos no início do século XX.
A cidade se consolidou como o destino preferido dos amantes da jogatina, reunindo luxo, música, espetáculos e um estilo de vida sofisticado que atraiu tanto a elite nacional quanto visitantes estrangeiros.
A elite carioca e os visitantes estrangeiros buscavam luxo, sociabilidade e espetáculo, exatamente o que os cassinos da época se propunham a oferecer. Portanto, os jogos funcionavam como âncora para a economia que viabilizava grandes investimentos em hospedagem, gastronomia e programação artística, mas isso chegou ao fim em 1946.
Proibição das apostas no Brasil
O dia 30 de abril de 1946 marcou um ponto de virada na história dos jogos de azar no Brasil. Nessa data, o presidente Eurico Gaspar Dutra sancionou o Decreto-Lei nº 9.215, que proibiu em todo o território nacional a exploração de atividades relacionadas ao jogo.
A medida, embora amparada por discursos oficiais de proteção aos “bons costumes”, teve forte influência da primeira-dama Carmela Leite Dutra, conhecida como “Santinha”, cuja orientação religiosa e posição moralista pesaram diretamente na decisão presidencial.
A proibição teve efeitos imediatos e profundos, principalmente no Rio de Janeiro, que respirava os jogos. Foram mais de 70 cassinos fechados, interrompendo um setor que movimentava turismo, cultura e entretenimento.
De uma só vez, milhares de trabalhadores ficaram sem emprego, crupiês, músicos, camareiras, cozinheiros, garçons e profissionais de diversas áreas. Muitos deles sustentam famílias inteiras com empregos ligados direta ou indiretamente à indústria dos jogos, fazendo da medida um marco de grande impacto social e econômico.
Situação atual das apostas no Brasil
Atualmente, as apostas online estão legalizadas no Brasil por meio de empresas regularizadas desde 1º de janeiro de 2025. Porém, ainda existe o debate pela liberação das empresas físicas.
Há mais de três décadas tramita no Congresso Nacional um Projeto de Lei que propõe a legalização dos cassinos físicos no Brasil. Nos últimos anos, o tema ganhou novo fôlego, especialmente após a aprovação do texto na Câmara dos Deputados, sinalizando um avanço significativo no debate.
O próximo passo é a votação no Senado, mas a pauta foi adiada nos últimos meses. Apesar disso, a votação está prevista para ocorrer o quanto antes, embora ainda sem data definida.
Com a possível retomada da atividade, cresce também o interesse por alternativas práticas, como um cassino online com bônus sem depósito, ideal para quem quer jogar sem custos iniciais. Saiba quando apostar e quando parar.
Presidente da Loterj projeta “Las Vegas” no Brasil
O governo do Rio de Janeiro desenvolveu um projeto ambicioso para transformar a capital fluminense em um dos maiores polos de jogos e entretenimento do país, inspirado no modelo de Las Vegas.
A proposta busca reposicionar o Rio no cenário global, ampliando sua vocação turística por meio da implantação de resorts integrados, cassinos e grandes complexos voltados a eventos, shows e convenções.
Mais do que fortalecer o turismo tradicional, o plano pretende atrair novos investimentos, gerar empregos e consolidar a cidade como um destino internacional de luxo, lazer e negócios.
Segundo Hazenclever Lopes Cançado, presidente da Loterj e um dos principais articuladores da iniciativa, o local ‘será a versão nacional de Las Vegas’.
Vale destacar que o Rio de Janeiro já possui autorização para operar VLTs (terminais de videoloteria), regulamentada por decreto estadual em 2023. Assim, enquanto o Brasil ainda não conta com uma legislação federal específica para apostas presenciais, o estado segue avançando com base em normas próprias para impulsionar e estruturar o setor.
Relator do projeto fala sobre perspectiva de arrecadação milionária
O relator do projeto de legalização das apostas, senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO), concedeu entrevista ao ND Mais e falou sobre a expectativa de arrecadação para o país e o impacto positivo que a medida pode gerar.
“Há uma perspectiva de arrecadar pelo menos R$ 20 bilhões [US$ 3.7 bi] e esses recursos serão revertidos em benefícios à população, serão divididos entre os estados, os municípios brasileiros, a saúde, a educação, a segurança pública e sem contar que vamos estar tirando da mão do crime organizado”, afirmou o senador.
Irajá ainda completou, alertando que a projeção prevê mais de 1,5 milhão de postos de trabalho diretos e indiretos, além de intensa movimentação no turismo do país.