
Pele seca, coceira incessante e manchas vermelhas transformam a rotina de milhões de brasileiros em um verdadeiro desafio. A dermatite atópica, conhecida também como eczema, é uma doença inflamatória crônica que surge tanto em crianças quanto em adultos, seguindo um curso imprevisível de crises e melhoras.
Os números impressionam: a cada ano, esse diagnóstico atinge até um quarto das crianças e 10% da população adulta. Não é por acaso que os consultórios dermatológicos têm ficado cada vez mais cheios.
A busca por um especialista qualificado virou prioridade para milhares de brasileiros. Plataformas como a AvaliaMed registram um aumento significativo do termo de busca dermatologista perto de mim em São Paulo, ou em outra região, um sinal claro da necessidade de encontrar alívio e tratamento adequado para uma condição que exige atenção constante.
Entendendo a raiz do problema
De fundo hereditário e crônico, ela não passa de uma pessoa para outra. A medicina ainda busca respostas sobre sua causa exata, mas já se sabe que ela frequentemente anda de mãos dadas com outras alergias familiares, como asma e rinite – uma combinação conhecida como "tríade atópica".
Tudo começa com uma falha genética na barreira que protege nossa pele. Imagine uma parede de tijolos onde o cimento está faltando. É mais ou menos isso que acontece: a pele, sem sua proteção natural, fica frágil, permitindo que a água escape e que irritantes e alérgenos invadam com facilidade, desencadeando a inflamação.
A vida com dermatite atópica é marcada por altos e baixos. As crises surgem de forma cíclica, sem aviso, e são provocadas por uma série de fatores do dia a dia. "Gatilhos ambientais comuns incluem banho em excesso, sabões abrasivos, presença da bactéria Staphylococcus aureus na pele, sudorese e tecidos grosseiros como a lã", de acordo com o manual médico MSD.
O estresse emocional e mudanças bruscas de temperatura também são fatores agravantes conhecidos.
Os sinais que a pele mostra
Reconhecer a dermatite atópica é observar uma história que se desenha na pele, variando com a idade e a fase da doença. A coceira intensa é, sem dúvida, a personagem principal desse drama. Um prurido tão severo que cria um círculo vicioso: coça-se para aliviar, mas o ato de coçar agride ainda mais a pele, piora a inflamação e pode abrir feridas, causar sangramentos e facilitar infecções. O alívio momentâneo cobra um preço alto.
Além da coceira insuportável, a pele apresenta suas queixas de forma visível. Ressecada por natureza, nela podem aparecer pequenas elevações, bolhinhas, vermelhidão, inchaço e descamação. Quando o ato de coçar vira um hábito crônico, a pele se defende: ela engrossa, escurece e forma sulcos, um fenômeno chamado liquenificação, que é a marca registrada de um problema de longa data.
Onde essas lesões aparecem também conta uma história. Nos bebês e nas crianças pequenas, o rosto, o couro cabeludo, as mãos, os braços, os pés e as pernas são os palcos mais comuns.
Conforme os anos passam, o cenário muda. Em crianças maiores e adultos, o eczema prefere se instalar nas dobras do corpo – à frente dos cotovelos, na parte de trás dos joelhos, o pescoço e, por vezes, as mãos e os pés.
Mapeando as possibilidades de tratamento
Segundo os especialistas da área, controlar a dermatite atópica é uma missão personalizada. O objetivo é domar os sintomas, acalmar a inflamação e evitar que novas crises surjam. A cura definitiva ainda não existe, mas uma vida plena e com a pele sob controle é perfeitamente possível.
A base de tudo, o alicerce que não pode ser ignorado, é a hidratação intensiva e diária. Usar cremes específicos, os emolientes, sem perfume e ricos em óleos, é como reconstruir o "cimento" faltante na barreira da pele. Aplicá-los logo após o banho, com a pele ainda úmida, é um truque valioso para selar a hidratação e ajudar na reparação. É um cuidado básico, porém transformador.
Quando a crise vem, com sua vermelhidão e coceira, entram em cena os medicamentos tópicos. Cremes e pomadas de corticosteroides ou inibidores de calcineurina são os grandes aliados para apagar o incêndio inflamatório. Assim, seguir à risca a orientação médica sobre a potência e o tempo de uso é crucial para o sucesso.
Para os casos mais rebeldes, que resistem aos tratamentos aplicados na pele, é preciso partir para opções sistêmicas. Remédios orais, como anti-histamínicos para a coceira noturna ou imunossupressores, podem ser necessários.
De fato, nos últimos anos, a medicina deu um salto com os chamados biológicos, como o dupilumabe, uma medicação inteligente que mira especificamente os mecanismos da inflamação. Para alguns pacientes, a fototerapia – tratamento com luz ultravioleta em ambiente controlado – também se mostra uma alternativa eficaz.