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Workshop em Salvador debate reativação de Associação Baiana de Jornalismo Digital Foto: Alana Dias/Achei Sudoeste

Durante o Workshop que marcou a ampliação do projeto Rota Bahia, a coeditora do Bahia Notícias, Rebeca Menezes, destacou o lançamento da Associação Baiana de Jornalismo Digital (ABJD), que ela passa a presidir. O evento contou ainda com a participação do site Achei Sudoeste, representado pelo CEO Kauê Souza. O Achei Sudoeste foi selecionado e terá participação na direção da entidade. Ao explicar a iniciativa, Rebeca afirmou que o movimento busca organizar o setor e valorizar quem atua com responsabilidade. “Na verdade, a gente está aqui lançando, aproveitando essa ampliação do projeto Rota Bahia, que foi um projeto criado pelo o Bahia Notícias para criar a conexão com diversos sites, os principais sites do interior do estado e fazendo a reativação da Associação Baiana de Jornalismo Digital. Então, uma associação que visa, de certa forma, regulamentar, organizar o setor, trazer soluções para aqueles que fazem o jornalismo sério, jornalismo com credibilidade, tentar também organizar um setor que tem sido cada vez mais permeado por pessoas que não têm o conhecimento de jornalismo, que não tem a preocupação com uma apuração de verdade e que tem gerado muitas vezes fake news, ataques pessoais que não condizem com o que é a profissão de ser jornalista”. Questionada se a iniciativa tem relação com a proposta do governo federal de regulamentar as redes sociais, Rebeca esclareceu que o foco é interno à profissão. “Na verdade não, porque quando a gente fala de uma associação que representa um setor específico, nós falamos de jornalistas debatendo o que ser jornalista, quais são os critérios que devem ser utilizados. Nós não estamos querendo aqui aplicar nenhum tipo de censura ou indicar que alguém pode ou não publicar um determinado conteúdo numa rede social. A gente fala de tentar separar o joio do trigo, separar o que se propõe a ser de fato um jornalismo, jornalistas com a proposta de um lado profissional, de apuração, de critérios antes de você divulgar uma informação daqueles que, na verdade, pegam vídeos, imagens de redes sociais e compartilham aquilo dizendo que estão fazendo jornalismo, mas, na verdade, compartilhando simplesmente informações desencontradas e sem uma preocupação com os critérios que seguem a nossa profissão”.

Workshop em Salvador debate reativação de Associação Baiana de Jornalismo Digital Foto: Alana Dias/Achei Sudoeste

A jornalista reforçou que a associação também cumpre o papel de proteger e valorizar os veículos sérios. “Exato, não só uma proteção, mas dar uma resposta para a própria população. Hoje a gente tem uma difusão de conteúdos nas redes sociais, sobretudo de informações sem respeito com as pessoas, sem respeito com o Estatuto da Criança e do Adolescente, por exemplo, imagens de crianças e adolescentes sendo compartilhadas sem nenhum cuidado nas redes sociais, e as pessoas acabam associando isso com o jornalismo. E, no fim das contas, quem sofre o ataque é aquele veículo sério, aquele veículo que está preocupado em fazer uma apuração de qualidade e que se vê atropelado por pessoas que publicaram em cinco minutos nas redes sociais. Então, é uma forma da gente valorizar quem faz um trabalho sério”. Rebeca também comentou os impactos da inteligência artificial no jornalismo, avaliando que a tecnologia deve ser usada como aliada e não substituta da apuração jornalística. “Na verdade, a gente tem na inteligência artificial oportunidades e desafios. Por um lado, você tem a possibilidade de correção de textos. Ali, quando a gente fala de jornalismo digital, a gente fala de uma produção muito rápida, às vezes pelo próprio celular. Então, você permitir essa verificação ali da gramática como um todo. Mas, por outro lado, a gente infelizmente também tem visto a inteligência artificial sendo utilizada para o mal, para o lado oposto do que seria, de fato, o jornalismo de credibilidade. Então, a gente também vai propor isso com essa retomada da Associação de Jornalismo Digital. Como separar o que é uma utilização boa da inteligência artificial ou aquela que merece mais atenção. Mas uma coisa é certa: eu não acho que a inteligência artificial vai substituir o jornalismo de credibilidade, porque a gente está falando de apuração, está falando de busca de informações e está falando, sobretudo, de raciocinar, de criar links entre as informações do jornalismo investigativo, que busca a notícia em documentos oficiais. Então, jornalista sério continua com o seu espaço e vai saber aproveitar a inteligência artificial da melhor forma”, concluiu.

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