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Alto de Xangô ganha mais uma ação na justiça provando a posse de suas terras em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Nesta quarta-feira (20), a Sociedade Floresta Sagrada Alto de Xangô e o Centro Cultural Candomblé Alto de Xangô obtiveram mais uma vitória da Justiça. Na primeira ação, o juiz Maurício José de Mendonça Júnior, da 1ª Vara Federal Cível e Criminal de Vitória da Conquista deferiu parcialmente os requerimentos da Defensoria Pública da União (veja aqui). Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o sacerdote de matriz africana Pai Dionata de Xangô informou que o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, ao apreciar a farta documentação abojada aos autos, julgou procedente a ação rescisória ingressada pela Sociedade Floresta Sagrada do Alto de Xangô, reconhecendo que a área pertence à União e não a particulares. “Graças a Pai Xangô e ao poder encantado de todos os orixás, pudemos mostrar isso. É a justiça sendo feita. Conseguimos mostrar para o Judiciário que a Fazenda Santa Inês é área federal e a Sociedade Floresta Sagrada Alto de Xangô e o Centro Cultural Candomblé Alto de Xangô têm posse mansa e pacífica há mais de duas décadas”, comemorou. O sacerdote ainda frisou que a entidade promove a preservação da área, ao contrário dos invasores, que destruíram o sagrado e depredaram o meio ambiente. Com a decisão, Pai Dionata salientou que os povos de matrizes poderão cultuar o sagrado e praticar a sua religião livremente, sem perseguição.

Brumado: Justiça obriga Município a impedir a realização de obra em áreas do Alto de Xangô Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Após as denúncias feitas pelo sacerdote de matriz africana Dionata de Xangô com relação a atos de violência e de intolerância religiosa contra a Sociedade Floresta Sagrada Alto de Xangô e o Centro Cultural Candomblé Alto de Xangô (veja aqui), o juiz Maurício José de Mendonça Júnior, da 1ª Vara Federal Cível e Criminal de Vitória da Conquista deferiu parcialmente os requerimentos da Defensoria Pública da União. Assim sendo, determinou que os réus afixem, no prazo de cinco dias, placas no território com a informação de que o local está embargado em razão de decisão judicial prolatada neste processo; que o Município de Brumado seja oficiado para que exerça imediatamente seu poder de polícia e fiscalização sobre o território, fazendo uso das medidas administrativas ao seu alcance para cumprir a decisão judicial que embargou toda e qualquer obra no local; e a remoção de objetos que permaneçam no território com o fim de realizar desmatamentos e/ou construções irregulares, inclusive, se houver necessidade, com o auxílio de força policial. O Ministério Público Federal (MPF) também foi intimado a se manifestar, se assim entender necessário.

Brumado: 'Ataques ao Alto de Xangô são de intolerância religiosa', dispara sacerdote Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

O sacerdote de matriz africana Pai Dionata de Xangô registrou na delegacia de Brumado atos de intolerância religiosa que estão sendo praticados contra a Sociedade Floresta Sagrada Alto de Xangô e o Centro Cultural Candomblé Alto de Xangô (veja aqui). Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o sacerdote explicou que as perseguições começaram em meados de 2015 e, neste ano, novas invasões e ataques foram registrados na área de propriedade da instituição religiosa. Além da destruição ambiental, segundo Pai Dionata de Xangô, os criminosos promoveram danos materiais, furto, discriminação e destruição de objetos e ambientes sagrados. “Infelizmente, em pleno século XXI, é triste e aterrorizante saber que nós, povos de matrizes africanas, continuamos a ser atacados por pessoas intolerantes que nos perseguem”, declarou.

Brumado: 'Ataques ao Alto de Xangô são de intolerância religiosa', dispara sacerdote Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

As instituições religiosas estão vulneráveis, visto que os responsáveis quebraram as cercas que protegiam as propriedades. Pai Dionata de Xangô acredita que os ataques não são aleatórios, mas sim motivados pela intolerância religiosa. “É intolerância religiosa e racismo estrutural. Estamos sofrendo represálias porque isso é pra nos colocar medo e terror. Já fizemos o boletim de ocorrência e movemos uma ação na Justiça pra que providências sejam tomadas. Não aguentamos mais tanta perseguição. Que a justiça seja feita e os responsáveis sejam punidos”, disparou.

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