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Brumado: 'Rui Costa negligenciou a educação na Bahia', desabafa diretor da APLB Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A APLB Estadual moveu uma ação judicial contra o Governo da Bahia para garantir o pagamento linear do piso salarial dos professores. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o representante da executiva da APLB Estadual, Noildo Gomes, disse que o país precisa repensar, urgentemente, o seu fazer pedagógico e a sua educação. Nesse sentido, Gomes também fez sérias críticas ao governador Rui Costa, tendo em vista que, segundo frisou, embora tenha concedido o piso nacional, ele congelou a carreira. “Ele deu um reajuste linear, ou seja, suas gratificações não terão aumento nenhum. É como se estivesse anulando a carreira. Precisamos fazer um debate sobre piso e carreira”, salientou. Para Gomes, o governo Rui Costa, em 4 anos, não evoluiu a educação baiana. “O governo negligenciou a educação. Foi um desastre. Ele, como sindicalista e representação do movimento de esquerda, negligenciou a educação e não deu a atenção merecida aos educadores”, apontou.

Brumado: APLB destaca desalinhamento do piso dos professores e faz críticas ao novo ensino médio Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Nesta quarta-feira (16), o representante da executiva da APLB Estadual, Noildo Gomes, esteve na Câmara Municipal de Brumado em um movimento em adesão à paralisação nacional dos professores. Na oportunidade, foi promovido com os trabalhadores da área um debate acerca da estrutura da educação em todo país. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Gomes colocou que a questão do piso nacional da categoria foi discutida, bem como as resistências enfrentadas frente aos Governos Estadual e Municipais para o seu devido cumprimento. “No caso de Brumado, o piso já foi pago, até porque, no ano passado, houve sobra do Fundeb. A nossa luta é em defesa da educação pública de qualidade e da valorização dos trabalhadores da educação. Nosso diálogo aqui hoje é para montar as estratégias de luta, principalmente contra o Governo do Estado, que não pagou o piso de forma linear”, afirmou. No encontro, o novo ensino médio também foi um dos assuntos comentados. Para Gomes, este é um golpe de morte na educação pública. “Nós não aceitamos esse modelo. É uma tragédia anunciada. É um apartheid social: a escola pública para educar jovens negros pobres e uma escola para preparar os senhores da casa grande. O novo ensino médio não interessa ao conjunto da sociedade, mas sim a uma pequena parcela com intuito, claramente, financeiro”, disparou. Apesar da importância do encontro, houve baixa adesão dos educadores locais.

Brumado: Paralisação nacional dos professores terá palestra com o presidente estadual da APLB Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Nesta quarta-feira (16), será realizada uma paralisação nacional dos professores convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Presidente da APLB Sindicato na Regional de Brumado, Vanuza Lobo, informou ao site Achei Sudoeste que a mobilização busca garantir o respeito à carreira e ao piso do magistério. “Quando a CNTE chama a gente para uma mobilização é um alerta de que tem algum projeto vindo para nos prejudicar. No repasse que o Fundeb deu agora para o professor, algumas prefeituras não arrumaram as suas finanças e não respeitaram o que é de direito da categoria. Não tem como negar porque já está garantido na lei”, destacou. Lobo também denunciou que há um desmonte na carreira e no plano de cargos e salários do professor, a nível federal, estadual e municipal. Em Brumado, o diretor da executiva estadual da APLB, Noildo Gomes, fará uma palestra com o tema “Fundeb e Carreira” às 9h30, na Câmara Municipal, como parte da programação da paralisação. Lobo convocou os professores para participaram da palestra, tendo em vista a importância do tema e da causa.

Aracatu oferta 17% e alega pouco recurso do Fundeb para reajustar salário dos professores em 33% Foto Lay Amorim/Achei Sudoeste

A prefeitura de Aracatu, a 36 km de Brumado, se nega a conceder o reajuste salarial de 33,24% para os professores, oferecendo apenas 17%. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Viviane Meira, diretora da delegacia da APLB Sindicato na Região da Gameleira, explicou que, no final do mês de janeiro, a prefeitura emitiu uma nota informando que o reajuste seria concedido em fevereiro, com retroativo ao mês anterior, o que não foi cumprido. Na última semana, em reunião com a prefeita Braulina e demais membros do governo, Meira relatou que a Administração alegou que o Município não dispõe de recursos suficientes para concessão do reajuste completo. “Já observamos que é mesmo uma falta de vontade de ajustar o piso. Disseram que era um aumento muito alto pra se dar. Esse recurso do Fundeb já foi repassado [pelo Governo Federal] desde o ano anterior. A inflação subiu, tudo subiu e ano passado nós não tivemos reajuste, foi 0%”, cobrou. Segundo a diretora, em 2018 foi a primeira vez que os professores da rede municipal de Aracatu tiveram o piso nacional reajustado. Na época, a categoria teve o salário reajustado em 12,84%.

Lagoa Real: Professores protestam contra município por não conceder reajuste para categoria Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Nesta sexta-feira (04), os professores do município de Lagoa Real, a 80 km de Brumado, realizaram um protesto em frente à prefeitura e à Câmara de Vereadores em busca do pagamento do reajuste salarial de 33% para a categoria e do cumprimento do plano de carreira. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Gerlando Oliveira, diretor do Núcleo da APLB Sindicato na Região do São Francisco, denunciou que o prefeito Pedro Cardoso (MDB) não cumpriu a lei do piso salarial, que estabelece a concessão do reajuste de 33,24% para os professores. “O Município não cumpriu no mês de janeiro e nem no mês de fevereiro. O gestor nivelou o salário dos professores por baixo, desconsiderando a formação desses trabalhadores que, ao longo do tempo, comprometeram os rendimentos de suas famílias e a segurança alimentar dos filhos para investir nas suas carreiras”, destacou.

Lagoa Real: Professores protestam contra município por não conceder reajuste para categoria Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Para Oliveira, o gestor está retirando da categoria um direito assegurado na lei e no Plano de Carreira, desvalorizando todos os professores da rede municipal. O diretor ainda esclareceu que o reajuste não onera os cofres públicos do município, visto que o recurso vem diretamente do Governo Federal para ser injetado na educação.  “Não há celeuma, não tem por que haver isso. Parece que os professores estão recebendo um mega aumento. Longe disso! Dividido por dois anos será apenas 17%. A legislação é clara, o Município tem que pagar aos professores”, concluiu. Na mobilização, os professores exibiram diversas faixas pedindo ao prefeito que pague os direitos da categoria.

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