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Na calada da noite, Endicon consegue retirar caminhões retidos por operários na base em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Mesmo diante dos protestos dos trabalhadores demitidos, a empresa Endicon, prestadora de serviço da Coelba, conseguiu retirar seus caminhões da sede em Brumado. Operário demitido sem receber os direitos devidos, Cristiano Moreira Gomes relatou ao site Achei Sudoeste que a empresa conseguiu carregar os caminhões e sair pelos fundos da base furtivamente, durante a madrugada, quando não havia ninguém no local. “Agora, estamos sem saber quem vai nos dar uma resposta e nos pagar. A Endicon não comparece nas reuniões com o Ministério Público, o sindicato e a Coelba. Eles dizem que vamos ter de procurar a Justiça”, salientou. Segundo Gomes, os trabalhadores estão endividados e sem dinheiro para pagar despesas básicas. “Ficamos três meses lá paralisados e até agora ninguém nos deu uma resposta sobre as rescisões contratuais. É um papelão com a gente que somos pais de família. Estamos nessa luta. Estou indignado”, disparou.

Operários demitidos completam 35 dias acampados na porta da Endicon em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Há 35 dias, os operários demitidos da Endicon continuam acampados em frente à sede da empresa, em Brumado, para cobrar rescisões trabalhistas e demais dividendos atrasados. O site Achei Sudoeste esteve no local e conversou com Edimilson Santos Vasconcelos. Ele relatou que a Coelba e a empresa contrataram seguranças particulares para impedir que os trabalhadores invadam a unidade. “É uma situação chata. A gente trabalhou e quer receber. Quanto deve ser o serviço de uma segurança desses? Por que não pagam a gente?”, questionou, enfatizando que eles estão apenas reivindicando um direito garantido por lei. Sem solução para o impasse há mais de 1 mês, o ex-funcionário Érick disse que já enfrentou diversas dificuldades ao longo desse período. “É uma falta de respeito com a gente. É uma sacanagem com o trabalhador, pai de família. Tá difícil demais”, contou. No local, os trabalhadores instalaram barracas de camping para aguentar tantos dias de protesto. "Só vamos sair daqui quando recebermos o que é nosso", garantiu.

Rio do Antônio: Acusada de dar calote, Endicon manda proprietário de hotel procurar a justiça Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Proprietário de um hotel no distrito de Ibitira, em Rio do Antônio, a 50 km de Brumado, Miguel Dias Neto esteve na porta da Endicon, em Brumado, para cobrar uma dívida da empresa. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, ele relatou que contratou com a Endicon serviços de alimentação e hospedagem para os seus operários, porém não obteve o pagamento devido. “Costumo trabalhar com empresas honestamente, mas não sabia que eles tinham essa qualidade. Eles estão me negando o pagamento. Falaram pra eu procurar a justiça pra receber o que é meu”, contou. Indignado, o proprietário disse que prestou os serviços para a empresa durante 30 dias, mas já está há 3 meses sem receber os seus direitos. “É um rebanho de canalhas e caloteiros. É um absurdo. Vou procurar a justiça sim”, garantiu. Em Brumado, trabalhadores demitidos da Endicon fazem um bloqueio em frente à empresa há quase 20 dias cobrando rescisões trabalhistas que também não foram pagas.

Brumado: Operários recebem ajuda após quase 20 dias acampados em frente à Endicon Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Após quase 20 dias acampados em frente à Endicon para cobrar direitos trabalhistas, os funcionários demitidos da empresa estão contando com a ajuda de populares para se manter no local. Ao site Achei Sudoeste, Jediel Lopes relatou que os trabalhadores estão cansados física e emocionalmente, além de estarem passando por necessidades financeiras. “A situação é complicada, humilhante. É degradante para um pai de família e trabalhador”, definiu. Na sede da empresa, os trabalhadores estão bloqueando a saída dos caminhões da empresa como forma de pressionar a mesma a arcar com as rescisões trabalhistas e demais dividendos. Lopes acusa a Endicon de aplicar o mesmo golpe em 16 cidades. “Brumado está sendo a 17ª cidade. Se a justiça existe estamos esperando por ela”, afirmou. No local, os trabalhadores contam com o apoio dos vizinhos para tomar um café e fazer um lanche. Residente em outra cidade, Anísio Araújo contou que não tem sequer o dinheiro da passagem de volta pra casa. “Minha família também está passando necessidade lá. É triste”, completou.

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