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Bahia registra queda na mortalidade infantil Foto: Reprodução/Tribuna da Bahia

O Brasil alcançou, em 2024, o menor número de óbitos de crianças de 0 a 4 anos dos últimos três anos, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, compilados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). As informações são do Tribuna da Bahia. A redução de 8,02% entre 2022 e 2024 reflete avanços importantes na proteção da infância, especialmente em estados como a Bahia, que vem investindo de forma estruturada em saúde materno-infantil. A Bahia registrou 2.769 óbitos infantis em 2024, uma queda significativa em relação a 2023 (2.950) e 2022 (3.109). Apesar da tendência positiva, especialistas alertam para a importância de fortalecer medidas preventivas, especialmente contra causas evitáveis, como infecções, desnutrição e doenças imunizáveis. Entre os fatores que contribuíram para a queda estão diversas ações promovidas pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A pasta destaca uma redução de 20% na mortalidade materna entre 2021 e 2024, e o lançamento do Programa Mãe Bahia, com investimento de R$ 864 milhões. A iniciativa foca na ampliação do acesso ao pré-natal qualificado, parto humanizado e acompanhamento pós-parto.

Taxa de mortalidade infantil na Bahia ainda é a maior do que média brasileira Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasiil

Apesar de ter diminuído em 20 anos, a taxa de mortalidade infantil na Bahia ainda é maior do que a média brasileira: 16,6 óbitos por mil nascidos vivos. A média nacional é de 13,3 mortes por mil nascidos vivos, segundo os dados mais recentes mensurados pelo Ministério da Saúde. De acordo com o Brasil 61, se por um lado a melhora no índice entre 2000 e 2019 é atribuída pelas autoridades públicas ao aprimoramento dos serviços de Atenção Primária à Saúde, como pré-natal e acompanhamento da criança no primeiro ano de vida, por outro o número de médicos especialistas precisa aumentar para atender a demanda da população do estado. Dos 5.699 pediatras distribuídos pelo país que realizam o primeiro atendimento de atenção em saúde, considerado a principal porta de entrada do SUS, 83 prestam assistência aos pequenos baianos. Em São Paulo, por exemplo, são mais de 1,8 mil médicos na Atenção Primária à Saúde para dar suporte pediátrico. Os dados do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde indicam outro problema: a distribuição desses profissionais está concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Como saída para modificar este quadro e garantir o cuidado das crianças dentro do SUS, o Ministério da Saúde, por meio do Programa Cuida Mais Brasil, vai reforçar a presença de pediatras junto às equipes de Saúde da Família e de Atenção Primária. A ideia é que esse atendimento fique mais perto das Unidades Básicas de Saúde (UBS), ou seja, ao alcance do cidadão. Em 2022, serão investidos quase R$ 170 milhões. “A gente planeja para este ano um repasse de recurso para todas as Regiões de Saúde do país (são mais de 400), com destaque para a região Norte. Inclusive, na rede especializada, a região Norte tem uma carência muito grande”, reconhece Renata Maria de Oliveira Costa, diretora do Departamento de Saúde da Família (DESF) do Ministério da Saúde. “O Cuida Mais Brasil tem esse olhar de equidade, de podermos ofertar recursos para que nessas áreas onde não existem esses profissionais, eles possam chegar”, acrescenta. Segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade infantil é um indicador de saúde e condições de vida de uma população. Com o cálculo da sua taxa, estima-se o risco de um nascido vivo morrer antes de chegar a um ano de vida. Quanto maior o valor, mais precárias são as condições de vida e saúde e menores são os níveis de desenvolvimento social e econômico.

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