Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na sexta-feira (21) que 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos permanecem sujeitas às sobretaxas impostas pelo governo norte-americano. A declaração foi dada no Palácio do Planalto, um dia após a Casa Branca retirar 238 produtos da lista do chamado tarifaço.
Segundo Alckmin, a nova decisão representa o maior avanço até agora nas negociações bilaterais. Ele destacou que, no início da imposição das tarifas, 36% das vendas brasileiras ao mercado norte-americano estavam submetidas a alíquotas adicionais.
“Gradualmente, tivemos decisões que ampliaram as isenções. Com a retirada dos 238 produtos, reduzimos para 22% a fatia da exportação sujeita ao tarifaço”, disse.
A medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, revoga a tarifa extra de 40% para uma lista de itens majoritariamente agrícolas, como café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá. A isenção tem efeito retroativo a 13 de novembro e permitirá o reembolso de produtos já exportados.
Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste Em Livramento de Nossa Senhora, produtores de manga vivem um momento de grande apreensão diante da seca e do aumento das tarifas de exportação. Combinadas, as duas situações colocam em risco a produção da fruta, referência no município. Os produtores alegam que a estiagem reduziu drasticamente os níveis de água disponíveis para irrigação. Para se ter uma ideia, o reservatório que abastece a população e os pomares opera com menos de 30% de sua capacidade. Além disso, o aumento das tarifas de exportação eleva os custos para levar a manga de Livramento de Nossa Senhora aos mercados internacionais. Ambos os fatores comprometem o consumo humano, para o setor agrícola e a competitividade da fruta. Vale salientar que a economia da cidade está fundamentada na fruticultura, sendo esta uma das principais fontes de renda de Livramento de Nossa Senhora. Diante dos riscos, a produção da próxima safra está ameaçada.
Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste O Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Brumado e Região (Sicomércio) está temeroso com relação aos efeitos comerciais em decorrência do tarifaço de 50% aos produtos do Brasil, imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Ao site Achei Sudoeste e ao Programa Achei Sudoeste no Ar, Gilson Angelloti, presidente do sindicato, disse que a medida pegou a entidade de surpresa, tendo em vista que os Estados Unidos apresentam superávit na relação comercial com o Brasil. “Não esperávamos por isso. Com superávit, por que fazer uma taxação desse tipo? Vai prejudicar o mercado interno e prejudicar àqueles que estão exportando”, avaliou. A priori, Angelloti apontou que é preciso aguardar as negociações que serão feitas para decidir como o Sicomércio irá reagir frente a essa nova realidade. “É um cenário que ainda não temos definição, não tem como a gente visualizar o que pode ocorrer. Temos que estar preparados para todas as alternativas, mas, no momento, estamos de mãos atadas”, afirmou. Na região, segundo o presidente sindical, os empresários acreditam que a situação tende a piorar os índices no comércio, que já não se encontra em uma boa fase. “Eles estão apreensivos, receosos. O cenário não é bom, pode afetar com força a economia nacional, inclusive com desemprego”, destacou.