Aos poucos, comerciantes e consumidores tentam voltar à rotina na cidade de Brumado, após o período de paralisação dos caminhoneiros, o qual durou dez dias. O movimento grevista deixou a cidade desabastecida, principalmente de combustíveis e do gás de cozinha, além de terem sido registradas perdas de produtos alimentícios. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Manoel Messias, presidente da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) local, disse que houve uma queda acentuada na economia da cidade, assim como ocorreu em todo o país. No entanto, o dirigente lojista declarou que a mobilização foi apenas um reflexo da insatisfação das categorias que movimentam a economia nacional. Messias enfatizou que os constantes aumentos nos preços dos combustíveis foi a gota d’água que faltava para que ocorresse essa manifestação contra a corrupção que há no país, aliada a inoperância da classe política. O presidente da CDL brumadense acentuou que faltou a massa engrossar os apelos dos caminhoneiros em prol, não apenas dos combustíveis, mas também das mazelas e do atual desgoverno.
“Os consumidores estão desconfiados, por isso estão economizando, mas temos a expectativa de reação com os festejos juninos. Penso que os brasileiros têm que tomar consciência de que precisamos acordar, estamos em sono pesado, mas precisamos sair do casulo do comodismo, pois não aceitamos essa corrupção desenfreada e os desmandos dos desgovernos de anos que têm feito o país mergulhar nesse caos social. Essa massa da sociedade tem que entender que a voz da nação tem força e ir para as ruas se manifestarem”, refletiu. Messias lamentou, em seguida, a fraqueza dos brasileiros em não aproveitarem o momento para pedir um basta na inoperância dos administradores da nação. “O fato das pessoas correrem pras filas dos postos de abastecimento em busca dos combustíveis alimentou ainda mais a ideia do governo de que só os caminhoneiros estão insatisfeitos, quando não é verdade. Há uma insatisfação generalizada, porém a massa não soube aproveitar a ocasião para mostrar o tamanho dessa insatisfação. O pé que estava ameaçando sair, covardemente, recuou para o casulo”, pontuou.