O Brasil está prestes a ter uma vacina contra a covid totalmente nacional. O país publicou o primeiro artigo científico sobre os resultados dos testes de segurança da vacina SpiN-TEC que mostram que o imunizante é seguro. A vacina avança agora para a fase final de estudos clínicos. A expectativa é que até o início de 2027, ela possa estar disponível para a população.
A vacina foi desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), gerido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Nos testes conduzidos, de acordo com o pesquisador e coordenador do CT-Vacinas, Ricardo Gazzinelli, a SpiN-TEC mostrou ter inclusive menos efeitos colaterais do que a vacina da norte-americana Pfizer.
“Concluímos que a vacina se mostrou imunogênica, ou seja, capaz de induzir a resposta imune em humano. O estudo de segurança foi ampliado e ela manteve esse perfil, na verdade foi até um pouco mais, induziu menos efeitos colaterais do que a vacina que nós usamos, que é da Pfizer”, diz o pesquisador.
A SpiN-TEC adota estratégia inovadora, a imunidade celular. Isso significa que ela prepara as células para que não sejam infectadas. Caso a infecção ocorra, a vacina capacita o sistema imunológico a atacar apenas as células atingidas, que são destruídas. Essa abordagem mostrou-se mais eficaz contra variantes da covid-19 nos ensaios em animais e em dados preliminares em humanos.
O Ministério da Saúde fechou a compra de 57 milhões de doses da vacina contra a covid-19. O contrato, assinado em 11 de abril, garante a continuidade da vacinação e a proteção da população diante de novas variantes. As entregas serão feitas de forma parcelada, conforme a adesão à imunização no país, garantindo a oferta no SUS da versão mais atualizada da vacina aprovada pela Anvisa. A expectativa é que a primeira remessa, de 8,5 milhões de doses, seja entregue entre abril e maio deste ano. As novas parcelas serão solicitadas conforme a necessidade. A previsão para este ano é aplicar mais de 15 milhões de doses, com investimento na ordem de R$ 700 milhões. A vacina, ofertada pela Pfizer, é para o público a partir de 12 anos de idade, abrangendo adolescentes e adultos. A empresa assumiu a contratação após a Zalika, inicialmente responsávelpor esta oferta, ter a atualização da sua vacina reprovada pela Anvisa. Dessa forma, a segunda colocada foi convocada.
Dados da Secretaria de Saúde do Estado apontam que a Bahia tem apresentado número expressivo de notificações de Covid-19. Mais de 20 mil casos já foram contabilizados e há uma preocupação com a proliferação do vírus, tendo em vista que muitas pessoas negligenciaram a terceira e quarta doses da vacina contra a doença. Em Guanambi, só no mês de setembro, foram confirmados 25 casos. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o secretário municipal de saúde, Edmilson Júnior, disse que, passado o período crítico da pandemia, que foi a maior crise sanitária que o mundo moderno enfrentou, as pessoas negligenciaram as formas de prevenção. “A população precisa se recordar que, só depois do advento da vacina, conseguimos mudar essa luta contra a Covid-19. Graças à vacinação conseguimos naquele momento controlar o número de casos, mas, a partir disso, de certa forma, muitas pessoas perderam o medo da doença e a habilidade de se prevenir”, destacou. Do ano passado para cá, Júnior informou que a procura pela vacina diminuiu e, diante do cenário, ele convocou a população a se vacinar nos postos de saúde, visto que a imunização contra a doença é um instrumento muito importante de prevenção.
A pandemia de Covid-19 inverteu a tendência de aumento da expectativa de vida e de expectativa de vida saudável, segundo um relatório divulgado nesta sexta-feira (24) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a agência da ONU, uma década de progresso em relação a esses indicadores foi “destruída em dois anos”. Entre 2019 e 2021, a expectativa de vida global caiu 1,8 ano, para o índice de 71,4 anos — o mesmo nível de 2012. A expectativa de vida saudável global, por sua vez, caiu 1,5 ano, para 61,9 anos em 2021 — também de volta ao nível de 2012. Além disso, a OMS também destacou que os impactos foram sentidos de forma desigual no mundo. As Américas e o Sudeste Asiático foram as áreas mais afetadas neste sentido, com a expectativa de vida caindo aproximadamente 3 anos, e a expectativa de vida saudável baixando 2,5 anos entre 2019 e 2021. Em contraste, a região do Pacífico Ocidental foi minimamente afetada durante os primeiros dois anos da pandemia, com perdas inferiores a 0,1 ano na expectativa de vida e 0,2 ano na expectativa de vida saudável.