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Boquira: Jovens desenvolvem ração sustentável para evitar o descarte irregular do mamoeiro Foto: Divulgação/Secti

Como uma alternativa viável que explora os potenciais sustentáveis do setor agrícola, a ração Nature, produzida a partir do caule do mamoeiro, evita o descarte irregular dessa parte da planta e representa uma prática ambientalmente responsável. O projeto, idealizado pelos estudantes Helder Almeida e Daniel Conrado, do Colégio Estadual de Boquira, tem orientação da professora Cássia Fabiane Nascimento. Os jovens cientistas desenvolveram uma proposta economicamente viável mesmo em larga escala. Conhecido cientificamente como Carica papaya L., a matéria-prima também é chamada de pseudocaule. Ela armazena nutrientes, água, é rica em fibras e contém a enzima papaína, eficaz na digestão animal. Além disso, apresenta substâncias bioativas com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antivirais. Durante os meses de experimentação, foi possível observar melhorias no desempenho das aves alimentadas com a nova ração. “Elas passaram a apresentar maior ganho de peso, crescimento saudável e aumento significativo na produção de ovos. Entre as galinhas caipiras, essa produção chegou a triplicar”, afirmou Helder. Criadores e aves da região incorporaram a nova ração ao farelo de milho utilizado no dia a dia. Por ser um produto totalmente orgânico, sem aditivos químicos, de baixíssimo custo produtivo e que obedece aos requisitos de produção e consumo sustentável, a ração torna-se benéfica para os produtores rurais e, consequentemente, para o setor agrícola.

Estudantes de Riacho de Santana criam copos biodegradáveis à base de papel reciclado Foto: Divulgação/Secti

O descarte de papel em ambientes escolares costuma ser um desafio grande. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostram que os materiais recicláveis secos representam 33,6% do total de 82,5 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos urbanos produzidos durante os anos de 2020 e 2021. Deste número, 10,4% ou 8,57 milhões de toneladas são somente de papel e papelão descartados. Pensando em uma solução sustentável para o problema, um grupo de estudantes do Colégio Estadual de Tempo Integral Sinésio Costa, no município de Riacho de Santana, sob a orientação das professoras Dulcinéia Ferreira e Nilva Araújo, utilizou os papéis acumulados nas lixeiras para desenvolver copos biodegradáveis. A proposta busca garantir um destino apropriado ao papel descartado e promover práticas sustentáveis de reciclagem. “A ideia do projeto vai além da reutilização dos resíduos, representa uma mudança de mentalidade no ambiente escolar”, explicou Nilva. A estudante Fernanda Gabriela afirmou que o processo envolve desde a coleta e separação dos papéis descartados até etapas criteriosas de higienização, trituração e moldagem. “Após a secagem, os copos recebem um revestimento com ceras naturais, como a de abelha ou de origem vegetal, os tornando impermeáveis e seguros para o uso. Essa metodologia, além de acessível, demonstra que soluções ecológicas podem ser aplicadas com criatividade e baixo custo, desde que haja engajamento e orientação adequados”. As estudantes envolvidas na pesquisa são: Ana Luiza Menezes Oliveira, Bruna Dayssy de Souza Lima, Camila Souza Miranda, Fernanda Gabriela, Kawany Beatriz Sena de Amorim, Mariana Araújo Macêdo e Sofia Lima Alves.

Ibiassucê: Estudantes criam pomada caseira para tratamento de feridas em gado Foto: Divulgação/Secti

Na região de Ibiassucê, o gado costuma sofrer lesões provocadas pelo contato com a aveloz, planta tóxica amplamente usada como cerca viva, e a requeima, enfermidade causada por sensibilidade à luz. O problema afeta a produtividade pecuária e gera despesas para os criadores locais. Pesando nisso, os estudantes Policarpo Costa e Maykon Brito, do Colégio Estadual Antônio Figueiredo, sob a orientação do professor Janilton Almeida, desenvolveram uma pomada medicinal à base de plantas. A solução fitoterápica, nomeada Pomak Gel, facilita o acesso popular ao tratamento das feridas externas em bovinos e equinos. A pomada é composta por três plantas: babosa, jurema preta e os taninos, presentes no angico, que possuem características anti-inflamatórias, fotoprotetoras e cicatrizantes. Segundo Janilton, o produto pode beneficiar o semiárido por causa do modo de produção artesanal e de baixo custo. O professor acredita que o gel, que está em processo de patenteamento, já seria viável aos pecuaristas, através da produção caseira, com as devidas orientações de segurança. A iniciativa dos estudantes foi finalista na Feira Brasileira de Iniciação Científica em Santa Catarina no ano de 2023, com apoio da Secretaria da Educação (Sec).

Estudantes desenvolvem creme antiacne à base de tomate-cereja em Guanambi Foto: Divulgação/Secti

A acne é uma doença inflamatória da pele causada pela obstrução dos folículos pilosos por sebo e células mortas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ela afeta cerca de 56% da população brasileira, sendo o problema dermatológico mais comum no país. Ao lidar com esse incômodo na própria pele, a estudante Valéria Pereira, do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, em Guanambi, desenvolveu, junto com Eduarda Diamantino e sob orientação de Elizangela Souza, um creme à base de tomate-cereja para combater a acne. Valéria utilizava o tomate-cereja como esfoliante na pele para remover cravos, espinhas e excesso de oleosidade. “Então, pensando nisso, ela se organizou com mais uma colega e foram pesquisar, fazer uma busca de artigos que já tivessem feito pesquisas envolvendo o tomate-cereja no tratamento de acne”, explicou Souza. O creme tem como principal ingrediente o tomate-cereja, que possui propriedades eficazes no combate à acne. O licopeno do tomate é um carotenoide antioxidante e atua na proteção da pele, prevenindo o envelhecimento e reduzindo a aparência e a formação de rugas e manchas, como o melasma. O produto também conta com um hidratante umectante à base de glicerina, que tem ação antioxidante, ajuda a restaurar e devolver o viço da pele, além de recompor a hidratação, proporcionando uma aparência saudável. A fase de análise do produto já foi finalizada, com resultados promissores. A equipe conta com o apoio da Secretaria da Educação (SEC).

Estudantes de Rio do Antônio criam pomada para tratar feridas em animais Foto: Divulgação/Sec

Em Rio do Antônio, as estudantes Tauany da Silva Santos e Joseanne Santos Ribeiro, ambas de 16 anos, do Colégio Estadual de Tempo Integral, criaram o projeto “Cicatriveck”, uma pomada cicatrizante 100% natural feita a partir da folha de mandioca. Movidas pela necessidade de oferecer uma solução acessível aos pequenos criadores da região, elas reuniram ciência, sustentabilidade e saberes tradicionais para acelerar a cicatrização de feridas em animais e reduzir o uso de antibióticos sintéticos. O desenvolvimento da pomada se deu a partir da identificação da dificuldade dos pequenos criadores da região em tratar ferimentos nos animais com produtos acessíveis e naturais. Os testes para a criação do produto foram iniciados em abril de 2024, quando as jovens isolaram e padronizaram os compostos bioativos da folha de mandioca. A aplicação inicial em um animal ocorreu em maio do mesmo ano e, após dez dias consecutivos de uso, observou?se redução visível na inflamação e início da regeneração tecidual. Além da mandioca, a fórmula utiliza barbatimão, conhecido por suas propriedades antimicrobianas, babosa, que acelera a renovação celular, e mastruz, de ação anti-inflamatória. A combinação desses ingredientes resulta em um produto que não só protege a ferida contra infecções, mas também estimula o reparo natural da pele. O perfil @pomada_natural no Instagram mostra os resultados do uso do produto.

Candiba: Estudantes criam bala de romã com potencial terapêutico contra gripes Foto: Divulgação/Secti

As doenças respiratórias fazem parte do cotidiano e podem variar de quadros leves a graves, com sintomas como febre, dor no corpo e inflamação na garganta. Nos três primeiros meses de 2025, a Fiocruz registrou 21.498 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em Candiba, as estudantes Ana Clara Guimarães, Lavínia Viana e Erica Rayssa Junqueira, do Colégio Estadual de Tempo Integral Antônio Batista, com orientação do professor Daniel Rocha, criaram uma bala à base de romã para aliviar os sintomas gripais. A ideia de desenvolver a bala surgiu durante uma epidemia de gripe na cidade. "O hospital estava lotado por atendimentos de infecções virais e alergias na garganta. Para ajudar, decidimos criar algo que pudesse aliviar os sintomas, usando uma receita caseira que vem sendo passada por gerações em nossas famílias. A bala foi desenvolvida com a finalidade de amenizar os sintomas de infecções bucofaríngeas e sintomas da gripe", explicou Ana Clara. Segundo as jovens cientistas, a bala contém outros ingredientes que, juntos, promovem ação antibacteriana e anti-inflamatória. As cascas de romã são ricas em flavonoides e taninos, que formam a base antioxidante do produto. Já a ação antibacteriana é potencializada por ingredientes complementares, como limão, suas cascas e mel. O projeto tem o apoio da Secretaria da Educação (SEC) e passou por diferentes etapas de testes, todos com resultados positivos.

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