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Estudantes de Riacho de Santana criam copos biodegradáveis à base de papel reciclado Foto: Divulgação/Secti

O descarte de papel em ambientes escolares costuma ser um desafio grande. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostram que os materiais recicláveis secos representam 33,6% do total de 82,5 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos urbanos produzidos durante os anos de 2020 e 2021. Deste número, 10,4% ou 8,57 milhões de toneladas são somente de papel e papelão descartados. Pensando em uma solução sustentável para o problema, um grupo de estudantes do Colégio Estadual de Tempo Integral Sinésio Costa, no município de Riacho de Santana, sob a orientação das professoras Dulcinéia Ferreira e Nilva Araújo, utilizou os papéis acumulados nas lixeiras para desenvolver copos biodegradáveis. A proposta busca garantir um destino apropriado ao papel descartado e promover práticas sustentáveis de reciclagem. “A ideia do projeto vai além da reutilização dos resíduos, representa uma mudança de mentalidade no ambiente escolar”, explicou Nilva. A estudante Fernanda Gabriela afirmou que o processo envolve desde a coleta e separação dos papéis descartados até etapas criteriosas de higienização, trituração e moldagem. “Após a secagem, os copos recebem um revestimento com ceras naturais, como a de abelha ou de origem vegetal, os tornando impermeáveis e seguros para o uso. Essa metodologia, além de acessível, demonstra que soluções ecológicas podem ser aplicadas com criatividade e baixo custo, desde que haja engajamento e orientação adequados”. As estudantes envolvidas na pesquisa são: Ana Luiza Menezes Oliveira, Bruna Dayssy de Souza Lima, Camila Souza Miranda, Fernanda Gabriela, Kawany Beatriz Sena de Amorim, Mariana Araújo Macêdo e Sofia Lima Alves.

Ibiassucê: Estudantes criam pomada caseira para tratamento de feridas em gado Foto: Divulgação/Secti

Na região de Ibiassucê, o gado costuma sofrer lesões provocadas pelo contato com a aveloz, planta tóxica amplamente usada como cerca viva, e a requeima, enfermidade causada por sensibilidade à luz. O problema afeta a produtividade pecuária e gera despesas para os criadores locais. Pesando nisso, os estudantes Policarpo Costa e Maykon Brito, do Colégio Estadual Antônio Figueiredo, sob a orientação do professor Janilton Almeida, desenvolveram uma pomada medicinal à base de plantas. A solução fitoterápica, nomeada Pomak Gel, facilita o acesso popular ao tratamento das feridas externas em bovinos e equinos. A pomada é composta por três plantas: babosa, jurema preta e os taninos, presentes no angico, que possuem características anti-inflamatórias, fotoprotetoras e cicatrizantes. Segundo Janilton, o produto pode beneficiar o semiárido por causa do modo de produção artesanal e de baixo custo. O professor acredita que o gel, que está em processo de patenteamento, já seria viável aos pecuaristas, através da produção caseira, com as devidas orientações de segurança. A iniciativa dos estudantes foi finalista na Feira Brasileira de Iniciação Científica em Santa Catarina no ano de 2023, com apoio da Secretaria da Educação (Sec).

Estudantes desenvolvem creme antiacne à base de tomate-cereja em Guanambi Foto: Divulgação/Secti

A acne é uma doença inflamatória da pele causada pela obstrução dos folículos pilosos por sebo e células mortas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ela afeta cerca de 56% da população brasileira, sendo o problema dermatológico mais comum no país. Ao lidar com esse incômodo na própria pele, a estudante Valéria Pereira, do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, em Guanambi, desenvolveu, junto com Eduarda Diamantino e sob orientação de Elizangela Souza, um creme à base de tomate-cereja para combater a acne. Valéria utilizava o tomate-cereja como esfoliante na pele para remover cravos, espinhas e excesso de oleosidade. “Então, pensando nisso, ela se organizou com mais uma colega e foram pesquisar, fazer uma busca de artigos que já tivessem feito pesquisas envolvendo o tomate-cereja no tratamento de acne”, explicou Souza. O creme tem como principal ingrediente o tomate-cereja, que possui propriedades eficazes no combate à acne. O licopeno do tomate é um carotenoide antioxidante e atua na proteção da pele, prevenindo o envelhecimento e reduzindo a aparência e a formação de rugas e manchas, como o melasma. O produto também conta com um hidratante umectante à base de glicerina, que tem ação antioxidante, ajuda a restaurar e devolver o viço da pele, além de recompor a hidratação, proporcionando uma aparência saudável. A fase de análise do produto já foi finalizada, com resultados promissores. A equipe conta com o apoio da Secretaria da Educação (SEC).

Estudantes de Rio do Antônio criam pomada para tratar feridas em animais Foto: Divulgação/Sec

Em Rio do Antônio, as estudantes Tauany da Silva Santos e Joseanne Santos Ribeiro, ambas de 16 anos, do Colégio Estadual de Tempo Integral, criaram o projeto “Cicatriveck”, uma pomada cicatrizante 100% natural feita a partir da folha de mandioca. Movidas pela necessidade de oferecer uma solução acessível aos pequenos criadores da região, elas reuniram ciência, sustentabilidade e saberes tradicionais para acelerar a cicatrização de feridas em animais e reduzir o uso de antibióticos sintéticos. O desenvolvimento da pomada se deu a partir da identificação da dificuldade dos pequenos criadores da região em tratar ferimentos nos animais com produtos acessíveis e naturais. Os testes para a criação do produto foram iniciados em abril de 2024, quando as jovens isolaram e padronizaram os compostos bioativos da folha de mandioca. A aplicação inicial em um animal ocorreu em maio do mesmo ano e, após dez dias consecutivos de uso, observou?se redução visível na inflamação e início da regeneração tecidual. Além da mandioca, a fórmula utiliza barbatimão, conhecido por suas propriedades antimicrobianas, babosa, que acelera a renovação celular, e mastruz, de ação anti-inflamatória. A combinação desses ingredientes resulta em um produto que não só protege a ferida contra infecções, mas também estimula o reparo natural da pele. O perfil @pomada_natural no Instagram mostra os resultados do uso do produto.

Candiba: Estudantes criam bala de romã com potencial terapêutico contra gripes Foto: Divulgação/Secti

As doenças respiratórias fazem parte do cotidiano e podem variar de quadros leves a graves, com sintomas como febre, dor no corpo e inflamação na garganta. Nos três primeiros meses de 2025, a Fiocruz registrou 21.498 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em Candiba, as estudantes Ana Clara Guimarães, Lavínia Viana e Erica Rayssa Junqueira, do Colégio Estadual de Tempo Integral Antônio Batista, com orientação do professor Daniel Rocha, criaram uma bala à base de romã para aliviar os sintomas gripais. A ideia de desenvolver a bala surgiu durante uma epidemia de gripe na cidade. "O hospital estava lotado por atendimentos de infecções virais e alergias na garganta. Para ajudar, decidimos criar algo que pudesse aliviar os sintomas, usando uma receita caseira que vem sendo passada por gerações em nossas famílias. A bala foi desenvolvida com a finalidade de amenizar os sintomas de infecções bucofaríngeas e sintomas da gripe", explicou Ana Clara. Segundo as jovens cientistas, a bala contém outros ingredientes que, juntos, promovem ação antibacteriana e anti-inflamatória. As cascas de romã são ricas em flavonoides e taninos, que formam a base antioxidante do produto. Já a ação antibacteriana é potencializada por ingredientes complementares, como limão, suas cascas e mel. O projeto tem o apoio da Secretaria da Educação (SEC) e passou por diferentes etapas de testes, todos com resultados positivos.

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