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Economia
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a sua política monetária de trajetória descendente dos juros e reduziu pela oitava vez consecutiva a Selic, a taxa básica da economia brasileira. O corte anunciado nesta quarta-feira, 17, foi de 0,75 ponto percentual, em linha com o esperado pelo mercado financeiro. A Selic está agora no nível de 2,25% ao ano, a nova mínima histórica. Mesmo com a retomada, em partes, da economia mundial no último mês, paralisada diante da pandemia de coronavírus, ainda há indícios de que a recuperação possa ser muito lenta. Com o nível de inflação baixo, o Banco Central tenta, por meio dos cortes na Selic, estimular a economia brasileira. Em comunicado, membros do colegiado indicam que a fase de grandes cortes – iniciada em julho do ano passado – se encerra nesta decisão, mas não descarta outros pequenos ajustes. “Neste momento, o Comitê considera que a magnitude do estímulo monetário já implementado parece compatível com os impactos econômicos da pandemia da Covid-19. Para as próximas reuniões, o Comitê vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”, afirma o comunicado da decisão. A decisão do Copom foi baseada no impacto recessivo da Covid-19 sobre a economia, o que tem reduzido os índices de inflação neste momento. Em abril e maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, apresentou deflação, em grande parte pela queda da demanda. Economistas já preveem a alta dos preços este ano a menos de 2%, número aquém do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4%.

Atividade econômica cai 9,73% com efeitos do coronavírus Foto: Igor Do Vale/Getty Images

O fechamento de comércio e serviços não essenciais, que refletiu também na indústria fez com que o número de atividade econômica do Brasil caísse em março. Segundo o IBC-Br, medido pelo Banco Central, a retração foi de 9,73%, recorde da série histórica, iniciada em 2003. Conhecido como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br avalia a evolução da economia com informações sobre o nível de atividade dos setores de indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos. A queda brusca pode indicar o grau de recessão que o país caminha em 2020, que deve ficar na casa dos 6,5%, segundo estimativas do mercado financeiro, apesar de algumas instituições preverem quedas ainda mais bruscas. O Banco Mundial, por exemplo, estima recuo de 8% no PIB brasileiro neste ano. Em março, primeiro mês de impacto da Covid-19 na economia, o IBC-Br já havia registrado retração de 6,16% na comparação com fevereiro. Antes disso, o maior recuo havia sido de 3,96% em maio de 2018, refletindo os impactos da greve dos caminhoneiros. Os dados da atividade econômica de maio devem seguir a mesma tendência dos últimos meses, já que a reabertura gradual de atividades na maioria do país foi iniciada em junho. No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, de acordo com a instituição, o índice de atividade econômica registrou uma redução de 4,15%. Em 12 meses até abril de 2020, os números do BC indicam uma queda de 0,52% na prévia do PIB – sem ajuste sazonal. Divulgado mensalmente, o IBC-Br é considerado um termômetro do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado trimestralmente pelo IBGE. A divulgação oficial do sobre o desenvolvimento da economia no primeiro trimestre será divulgado no dia 29 de maio. Por ter formas diferentes de calcular a evolução da economia, nem sempre o IBC-Br e o PIB vêm com resultados semelhantes. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O IBC-Br usa estimativa das áreas e também dos impostos.

Crise: 69% dos brasileiros atrasaram alguma conta em maio, diz pesquisa Foto: David Sacks/Getty Images

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra que 69% dos brasileiros entraram em junho com contas vencidas de maio. A crise provocada pelo coronavírus, que já matou mais de 30.000 brasileiros, atingiu em cheio o orçamento das famílias, provocando inadimplência em todo o país. De acordo com a Veja, pelo levantamento, apenas 28,8% dos entrevistados disseram que sairiam de maio com todas as contas pagas. Já 27% disseram que pagariam a “maior parte” das contas, 31% pagariam a “menor parte” e 10,8% não pagariam nenhuma conta. O Nordeste, com 71,4%, e o Sul, com 70%, concentram a maior parcela de entrevistados que não conseguiram pagar todas as contas do mês. O Paraná Pesquisas ouviu 2.242 entrevistados em todo o país, entre os dias 22 a 25 de maio.

Governo estuda aumentar tarifas de pedágio durante pandemia Foto: Divulgação/FIEP

Empresários do setor de transportes organizam mobilização contra o reajuste das tarifas de pedágios, em discussão no governo. A informação é do presidente da Associação Nacional dos Usuários de Transportes, Luís Baldez, que teve acesso a um parecer da Advocacia-Geral da União que abre caminho para reajustar as tarifas de pedágio. O setor já foi a Paulo Guedes pedir apoio para evitar o reajuste em plena calamidade pública provocada pela pandemia. Segundo a Veja, o tema será debatido nesta quarta em reunião virtual do Fórum Nacional da Indústria coordenado pela Confederação Nacional da Indústria.

Brasileiro espera por viagens, hobbies, amigos e família na aposentadoria Foto: Pixabay

Um estudo inédito revelou as três maiores aspirações do brasileiro na hora de se aposentar. Segundo a Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria, em primeiro lugar está “viajar” (71%). Já o segundo e o terceiro desejos são “passar mais tempo com amigos e família” (63%) e “praticar novos hobbies” (60%). “As pessoas já estão prevendo a aposentadoria como uma fase ativa da vida. Desta forma, conciliar trabalho, mesmo que voluntário, com o tempo para atividades pessoais não são mutuamente exclusivos”, explica Leandro Palmeira, diretor de Pesquisa do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, responsável pelo estudo. De acordo com a Revista Veja, a Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria abrangeu 15 países. Foram ouvidas pessoas de Holanda, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Polônia, Hungria, EUA, Canadá, China, Japão, Índia, Brasil, Turquia e Austrália.

Com o passar das semanas, o agravamento da crise provocada pelo coronavírus e a instabilidade política fazem com que analistas do mercado financeiro revejam para baixo a previsão para a economia neste ano. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 1º, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve apresentar uma contração de 6,25% – na última semana, a estimativa era de queda de 5,89%. Essa é a 16ª revisão seguida que os economistas fazem para o PIB. De acordo com a Veja, o brutal recuo no desenvolvimento da economia brasileira neste ano já deu as primeiras mostras no resultado do primeiro trimestre do PIB, divulgado na última sexta-feira pelo IBGE. A queda de 1,5% de janeiro a março mostra o impacto da pandemia em uma economia em recuperação. Isso porque o primeiro caso de coronavírus no país foi registrado no fim de fevereiro e as medidas de distanciamento social, com o fechamento de comércios e serviços aconteceram na segunda quinzena de março. Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, já são mais de 524 mil casos e 29 mil mortes confirmadas. A crise do coronavírus atingiu o país no ano em que se esperava uma reação da economia, que dava sinais de recuperação da crise vivida entre 2015 e 2016. No início do ano, quando a pandemia do coronavírus estava concentrada na China e não se sabia ao certo quando e como chegaria ao Brasil, os especialistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa de 2,3%. Com o pior resultado dos últimos dez anos estimado para 2020, no contexto da crise anterior, esta década caminha para ser a pior década perdida da economia brasileira.

A lentidão na economia e o aumento dos gastos públicos do coronavírus fez com que o governo registrasse déficit mensal recorde nas contas públicas – de 92,902 bilhões de reais no mês de abril, informou nesta quinta-feira, 28, o Tesouro Nacional. Esse foi o pior resultado mensal da série histórica da instituição, iniciada em 1997. O rombo fiscal quase atingiu o valor registrado em todo o ano passado – que foi de 95 bilhões de reais. Se somados os quatro primeiros meses do ano, o déficit já é maior que em 2019: 95,7 bilhões de reais. De acordo com a Veja, o governo registra déficit primário quando as despesas superaram as receitas, mas não inclui os gastos com juros da dívida pública. Segundo o Tesouro, o déficit recorde de abril foi motivado por perda de arrecadação de 43 bilhões de reais diretamente relacionadas à pandemia do coronavírus, como redução do nível de atividade e adiamento no pagamento de tributos, além da redução de alguns impostos sobre produtos médicos. A pandemia também aumentou em 60 bilhões de reais os gastos públicos devido o pagamento de despesas com auxílio emergencial e linha de crédito para financiar a folha de salários das empresas, que começaram a ser pagas em abril.

Coronavírus: Balanço do governo indica alta do desemprego Foto: Reinaldo Canato/Veja

A equipe econômica do governo já nota os efeitos da pandemia do coronavírus no mercado de trabalho formal. Há aumento do desemprego já a partir de abril. Com a desaceleração da economia, as contratações com carteira assinada diminuíram, o que traz queda no ritmo de recolocações e aumenta a desocupação dos brasileiros. Segundo fontes do Ministério da Economia, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deve voltar a ser divulgado, depois de quase cinco meses, até o fim desta semana. As informações não são animadoras. O ritmo de demissões aumentou e as admissões arrefeceram. Na lógica de um mercado de trabalho dinâmico, no qual desligamentos e contratações acontecem aos milhares diariamente, é exatamente este movimento que anuncia um ciclo de alta do desemprego.

De acordo com a Veja, a volta da publicação do Caged também acenda uma luz que foi apagada desde o fim do ano passado. Tradicionalmente divulgado todos os meses, o indicador havia sumido das publicações do governo desde dezembro. E, no fim do ano passado, o último dado disponível do Caged, o Brasil tinha um estoque de 39 milhões empregos com carteira assinada. Este volume, o maior da série histórica, foi resultado de uma estabilidade da curva de demissões durante todo 2019 e da aceleração da de admissões. Enquanto que a média de desligamentos permaneceu próxima de cerca de 1,3 milhão de pessoas por mês, a de contratações oscilou mais, mas chegou a alcançar 1,5 milhão de novos empregos com carteira por mês. Isso mudou em 2020 após o início da crise, causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

A queda nas contratações em 2020, resulta em fechamento de postos de trabalho e, consequentemente, no aumento da fila do desemprego. A tendência é que a prevista depressão econômica — estimada em um tombo de 5,9% do PIB de acordo com o Boletim Focus desta segunda-feira, 25 — deteriore ainda mais o mercado de trabalho formal. A preocupação maior está no fato de que é uma característica do emprego no Brasil ser um dos últimos fatores a serem afetados por crises econômicas. A explicação está na burocracia e custo para demitir — muito mais alto do que em outros países. O problema é que a dificuldade para demitir se transforma na postergação da decisão de contratar quando a economia retoma, deixando mais lento o processo de geração de empregos.

Mesmo sem os dados oficiais do desemprego — que não são divulgados desde janeiro pela área econômica — o Ministério tem medido as demissões pelos pedidos de seguro-desemprego. Segundo o último balanço de pedidos de seguro-desemprego, houve um aumento de 9,6% nas solicitações entre janeiro e a primeira quinzena de maio, entre o mesmo período do ano passado. Isso significa cerca de 250 mil pedidos a mais de seguro-desemprego. Na avaliação da equipe econômica, apesar de o salto no número de pedidos não ser tão grande — como acontece em outros países, como os Estados Unidos — será o volume de admissões que definirá o ritmo de aumento do desemprego. Será exatamente isto o que o Caged mostrará nos próximos dias.

Na avaliação da equipe econômica, a trajetória só não será pior porque as medidas engendradas para combater a perda de postos formais têm se mostrado eficazes. O programa de redução de jornada ou suspensão de contratos, chamado de Bem, já foi pactuado para 8,1 milhões de trabalhadores até esta segunda-feira, 25. Esses funcionários da iniciativa privada, além de manterem os postos de trabalho durante a vigência das medidas — que variam de dois a três meses —, conquistam estabilidade e impedem que a curva mostra uma ascensão rápida do desemprego.

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Jair Bolsonaro amplia auxílio emergencial para mais de 7,5 milhões de pessoas Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, com vetos, o projeto que amplia a abrangência do auxílio emergencial. De acordo com a lei, publicada nesta sexta-feira, 15, no Diário Oficial da União, pessoas que foram obrigadas a declarar Imposto de Renda em 2018, podem pedir os 600 reais. A isenção da declaração há dois anos era uma das exigências do projeto original. Mães menores de 18 anos também podem pedir o auxílio. Com isso, pelo menos 7,5 milhões de pessoas a mais terão direito a receber o benefício assistencial e, possivelmente, o governo precisará abrir mais o cofre. De acordo com a Veja, o impacto calculado pelo Ministério da Economia é de 13,5 bilhões de reais em três meses. A conta leva em consideração apenas as pessoas que não podiam receber o auxílio porque tinham tido renda superior a 2.300 reais por mês (28,5 mil reais por ano) e, por isso, foram obrigadas a declarar Imposto de Renda. Na conta, não entra o cálculo da ampliação para as mães adolescentes. Para ter direito ao auxílio é necessário que a pessoa não trabalhe com carteira assinada ou receba benefícios do governo (com exceção ao Bolsa Família) e tenha tido renda em março de até meio salário mínimo (522,50 reais) ou renda familiar de até três salários mínimos (3.135 reais). Atualmente, o orçamento para o pagamento das três parcelas do programa está em 123,92 bilhões de reais.

Governo Federal começa a pagar hoje 2ª parcela do auxílio emergencial

O pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600, direcionado a trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores individuais (MEIs) que se cadastraram no programa, começa nesta segunda-feira. Quem tem Bolsa Família vai receber primeiro. De acordo com o jornal o Globo, quem tem conta poupança social digital aberta pela Caixa vai ter o dinheiro depositado na próxima quarta-feira, dia 20, mas só vai poder sacar o dinheiro a partir do dia 30. Os demais informais que vão receber o benefício também só poderão fazer saques a partir do dia 30. Os saques poderão ser feitos nas agências da Caixa ou em lotéricas. Não há data prevista para a terceira parcela. Segundo o governo, 58 milhões de pessoas estão aptas a receber o auxílio em todo o país. Desse total, 28 milhões não recebiam qualquer benefício social e se inscreveram pelo site da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Auxílio Emergencial.

No esforço de mitigar os danos econômicos imediatos ao país trazido pela pandemia do coronavírus, o déficit público nominal do país deve chegar a 1 trilhão de reais, estima o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida. Esse indicador inclui o rombo fiscal do setor público consolidado — estados, municípios e União — além da conta de juros da dívida. Em audiência pública online com o Congresso Nacional nesta quarta-feira, 14, o secretário enfatizou a importância da agenda reformista, pregada em todas as oportunidades possíveis pela equipe econômica. Se por um lado o governo precisa gastar em resposta a pandemia, seja por recursos para a saúde ou medidas para reforçar caixa das empresas e proteção social — a retomada necessita de compromisso no ajuste das contas. O recado é que, pós-pandemia, o Brasil mostrar que tem condições de ter controle das contas para que o investimento privado, necessário e fundamental para o crescimento, possa vir e impulsionar o avanço econômico. O 1 trilhão de reais mencionado por Mansueto corresponde a cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB). Sem contar os juros, o rombo está estimado em 700 bilhões de reais (cerca de 9% do PIB) por conta de mais gastos devido a pandemia. Com esse aumento do déficit, a dívida pública do país chegará a 90% do PIB.

Produção industrial baiana cai 5% entre fevereiro e março Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A produção industrial da Bahia teve recuo de -5% entre o mês de fevereiro e março, segundo a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) Regional. O estudo foi divulgado nesta quinta-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o G1, a queda intensifica o recuo de -0,8%, registrado entre janeiro e fevereiro deste ano. Por outro lado, em comparação com março de 2019, a produção cresceu (+5,8%). Na comparação anual, a indústria baiana teve o segundo melhor resultado entre as 15 regiões do país, abaixo apenas do Rio de Janeiro (9,4%). O desempenho do estado ficou bem acima do nacional (-3,8%). Foi ainda o melhor mês de março para a indústria da Bahia desde 2013, quando a produção havia crescido 6,1%.

O Governo Federal passou a prever oficialmente a recessão econômica no Brasil,  cenário já dado e claro no dia a dia do país desde que a pandemia causada pelo coronavírus atingiu em cheio o Brasil. Segundo estimativa divulgada nesta quarta-feira, 13, pelo Ministério da Economia, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá recuar 4,70% neste ano. A previsão anterior, feita em março, já durante a epidemia, era que o PIB ficasse estável, com variação positiva de 0,02% no ano. Porém, a escalada de casos e a extensão de medidas de distanciamento social para conter a pandemia faz com que a demanda seja menor, afundando o desenvolvimento da economia brasileira no ano e também tendo impactos ao longo prazo, algo enfatizado pela equipe econômica durante a apresentação dos dados e o principal argumento do presidente Jair Bolsonaro para o fim de medidas de distanciamento social tomadas por estados e municípios. Para 2021, a equipe econômica projeta crescimento de 3,20%, 0,10 ponto porcentual a menos que na estimativa feita em março. O patamar pré-crise seria atingido apenas em 2022. A projeção leva em conta a quarentena até o fim de maio. Caso o distanciamento social continue em boa parte do país, a queda na economia pode ser ainda maior. De acordo com o subsecretário de Política Econômica, Vladimir Teles, a cada duas semanas a mais de paralisação na maior parte do país, o efeito na queda do PIB é de 0,7%. Caso a quarentena se estenda até o fim de junho, o impacto na economia pode ser de queda de mais de 6% no Produto Interno Bruto. O corte significativo na previsão de crescimento, levando em consideração o fim da quarentena em maio, vem em linha com as estimativas que bancos e analistas de mercado. A agência de risco S&P prevê recuo de 4,61%, já Banco Mundial e FMI preveem queda das de 5% e 5,3%, respectivamente. No início da semana, o mercado financeiro brasileiro estimava recuo de 4,11%. A equipe econômica analisa que haverá queda do PIB no 1º e 2º trimestre, com volta de crescimento no 3º trimestre deste ano. Segundo o Ministério da Economia, quanto maior for o tempo da quarentena, que fecha comércios, serviços e outras atividades não essenciais, maior será o tombo no PIB e os efeitos em 2021. De acordo com a pasta, considerando o cenário de retomada cíclica até o segundo trimestre de 2021 (com fim da quarentena em maio e reabertura gradual das atividades), o PIB terá impacto semanal de 5 bilhões de reais no segundo semestre e 7,5 bilhões de reais em 2021.

Mais de 7 milhões de brasileiros já tiveram redução de jornada e salário ou suspensão do contrato de trabalho. De acordo com dados do Ministério da Economia, até as 11h desta terça-feira (12), o programa criado para minimizar os impactos da pandemia de coronavírus e preservar empregos formais já reunia um total de 7,19 milhões de acordos fechados entre empresas e trabalhadores. De acordo com o G1, esse número representa 20,7% dos empregados com carteira de trabalho no setor privado. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua) do IBGE, o país tinha no trimestre encerrado em março 34.736 trabalhadores formais, incluindo os domésticos. Ou seja, 1 em cada 5 trabalhadores formais já teve corte de salário ou contrato suspenso no país. Em razão da pandemia, o governo autorizou redução de jornada e salário de 25%, 50% ou de 70% por um prazo máximo de 90 dias. A medida também permite a suspensão total do contrato de trabalho por até dois meses. Pelas regras do chamado Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), os trabalhadores que tiveram corte na jornada e no salário vão receber do governo uma complementação financeira equivalente a uma parte do seguro-desemprego a que teriam direito se fossem demitidos. Já os com contrato suspenso vão receber o valor mensal do seguro-desemprego. O programa também prevê auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores intermitentes com contrato de trabalho formalizado.  Medida Provisória 936 que criou o programa prevê também a garantia provisória no emprego por um período igual ao da suspensão do contrato ou da redução da jornada. A medida já tem força de lei e já recebeu o aval do Supremo Tribunal Federal, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar uma lei em definitivo.

O corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na noite desta quarta-feira, 6, surpreendeu boa parte dos agentes do mercado financeiro. A redução em si já era esperada, mas em uma escala menor, de até 0,50 ponto percentual. Foi a sétima vez consecutiva que o Banco Central revisou o indicador para baixo, agora a 3% ao ano, o menor nível da história. Com isso, espera-se que o Brasil consiga manter o nível de investimento para fomentar a economia em tempos de novo coronavírus. A autoridade monetária, no entanto, já deu indícios de que realizará ao menos um novo corte para o indicador em 2020. Segundo comunicado, a instituição “considera um novo ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19”. Sendo assim, o comitê deixa claro que deve, nos próximos encontros, reduzir a taxa de juros para até 2,25% ao ano. Diante deste cenário de incerteza, alguns analistas começam a fazer suas apostas: as projeções são, em alguns casos, de que a Selic possa cair para a faixa de 2% ao fim deste ano. Com a Selic ao menor patamar histórico, o país deve registrar, pela primeira vez na história, juro real negativo. Isso significa que a inflação, medida pelo IPCA, irá superar o juro nominal ou o valor real dos juros serão menores do que a inflação. Esse cenário implica ainda numa mudança de comportamento dos investidores individuais. Num momento em que a renda fixa perde a atratividade, especialistas acreditam que a hora exige um perfil mais arrojado no mercado de ações, por exemplo. Hoje, mais de 2,4 milhões de pessoas investem na bolsa de valores brasileira.

 Comércio estima queda de 36% nas vendas para o Dia das Mães Foto: Reginaldo Ipê/Tribuna da Bahia

Considerada a segunda data mais importante do varejo nacional, o Dia das Mães, em 2020, deverá sofrer um forte impacto por conta da pandemia da Covid-19. De acordo com a Fecomércio-BA, as vendas do setor varejista, para o período, devem cair 36% em relação a 2019. Em valores, as perdas devem ser de cerca de R$ 500 milhões. De acordo com Guilherme Dietze, consultor econômico da entidade, as quedas mais relevantes devem ser das atividades que tiveram que manter suas portas fechadas devido ao decreto de quarentena. Segundo o especialista, as lojas de móveis e decoração devem ter uma retração de 90%. Na sequência, vem o comércio de eletroeletrônicos com expectativa de recuo de 78% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a retração esperada para o varejo de vestuário, tecidos e calçados é de 71%. Por outro lado, os setores que estão com expectativas menos pessimistas são os básicos de consumo, farmácias e supermercados, com quedas de 6% e 3%, respectivamente. Após a Páscoa ter sido também bastante atingida pela crise provocada pela Covid-19, com dados preliminares de retração de 5,9%, a expectativa negativa também se impõe sobre o Dia das Mães. As informações são do jornal Tribuna da Bahia.

Quase 500 mil declarações de Imposto de Renda foram enviadas na Bahia Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A pandemia do coronavírus fez a Receita Federal prorrogar até o dia 30 de junho a entrega da declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em todo o Brasil. Na Bahia, o órgão recebeu, até esta terça-feira (28), 497.577 declarações. Contudo, o número ainda está distante do esperado no estado, de 1.277.000 milhão, segundo o Governo Federal. Embora a data de entrega das declarações tenha sido prorrogada, a Receita afirma que está mantido o cronograma original dos lotes de restituições a partir de maio. O contribuinte que ainda não fez a declaração de renda na Bahia pode fazer de modo gratuito com a ajuda de algumas universidades.

Analistas do mercado financeiro reduziram, pela décima primeira vez seguida, a previsão para a economia brasileira em 2020. O Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 deve contrair -3,34% de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 27, pelo Banco Central. Esta é quinta edição seguida do Focus que economistas preveem recessão na economia brasileira. Na semana passada, a estimativa era de contração de 2,96% ao fim de 2020. O cenário para a economia brasileira se agrava devido a crise sanitária provocada pelo coronavírus, que já matou mais de 4 mil pessoas no país e pelo mal estar político gerado pelo pedido de demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro que entrou em rota de coalizão com o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a Veja, caso a previsão do mercado financeiro para o resultado da economia brasileira se confirme, a queda do PIB de 2020 será no mesmo patamar de 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, quando a economia caiu 3,3%. A projeção do mercado financeiro é mais otimista que a expectativa do Banco Mundial e FMI, que preveem contração na casa dos 5% para o Brasil neste ano. No início do ano, quando a pandemia do coronavírus estava concentrada na China e não se sabia ao certo quando e como chegaria ao Brasil, os especialistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa dos 2,3%. O aprofundamento da crise política é simultâneo aos desafios provocados pela pandemia de coronavírus. Há a expectativa que sejam anunciadas nesta semana medidas de flexibilização em São Paulo, por exemplo. O estado paulista, principal centro econômico e financeiro do país tem, há mais de 30 dias, medidas de isolamento social que incluem o fechamento de comércios e serviços não essenciais. Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde divulgados no domingo, 4.205 pessoas já morreram no Brasil em decorrência da Covid-19, nome da doença causada pelo novo coronavírus. Ao todo, 61.888 casos foram confirmados no país.

Paulo Guedes entra na mira de Jair Bolsonaro Foto: AFP

A investida do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao mudar o comando da Polícia Federal, não é a única frente de batalha que pode sinalizar uma profunda mudança do perfil do governo. De acordo com o blog da jornalista Ana Flor, da Globo News, nos últimos dias, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também entrou na linha de tiro do presidente e seu núcleo mais próximo. Guedes foi atropelado por um anúncio de um plano de obras de infraestrutura que irá pressionar os gastos públicos, o Pró-Brasil. Guedes também tem visto cada dia mais dividido o papel de conselheiro econômico do presidente, até recentemente exclusivo seu. O presidente tem ouvido cada vez mais o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Bolsonaristas também têm comandado ataques ao ministro da Economia nas redes sociais e na imprensa. Segundo dois assessores próximos ao presidente da República, Bolsonaro gosta de Guedes, mas acredita que a saída para a crise causada pela pandemia do coronavírus é o investimento público, com a entrada pesada do Estado patrocinando a retomada econômica e a geração de empregos. O que a equipe liberal do Ministério da Economia não concorda. Até pouco tempo atrás, era impensável imaginar o governo Bolsonaro sem dois dos seus pilares fundamentais: os superministros Sergio Moro e o Paulo Guedes. Segundo uma importante liderança do Congresso Nacional, Bolsonaro passou o primeiro ano “aprendendo” a ser presidente. Agora, se sentiria confortável para dispensar quem acredita não estar mais de acordo com sua linha de pensamento.

Impactos na renda são uma das sequelas deixadas pela crise causada pela pandemia de coronavírus. Com as medidas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), imposta pelos estados e municípios, os efeitos começam a ser sentidos pelos brasileiros e afetam os padrões de consumo. Segundo um levantamento feito pelo Google na última semana de março, quando decretos para o fechamento de comércio e serviços não essenciais já estavam em vigor, 70% dos entrevistados disseram ter tido algum grau de diminuição de renda, o que afetou também no consumo. De acordo com o estudo, 30% diminuiu o consumo de um dos itens mais básicos: a comida, em detrimento a queda dos rendimentos. Segundo o levantamento feito com 1.500 internautas, a queda nos padrões de consumo aconteceu porque 70% dos entrevistados sentiu algum impacto na renda, seja de menor ou maior escala. Com isso, 45% afirmaram reduzir o consumo de supérfluos (reflexo visto nas vendas da Páscoa, por exemplo, que afundaram) e planos que exigem mais investimento financeiro também saíram do radar. 26% desistiram de comprar celular e 31% que pretendiam comprar carro abandonaram seus planos. Segundo a Veja, o levantamento destaca ainda que muitos tiveram seus rendimentos reduzidos e 39% dos entrevistados estão compartilhando sua renda de alguma maneira com uma ou mais pessoas. Entre os entrevistados das classes D e E, esse número sobe para 45%.

O governo debate um plano de reativação da economia para o período posterior à pandemia do coronavírus que tem como base um pacote de obras públicas de grande porte e de concessões, com potencial para criar milhares de empregos. Obras de infraestrutura que exigirão muito dinheiro do governo. As cifras citadas por ministros chegam a R$ 100 bilhões. De acordo com o G1, a ideia de impulsionar o crescimento do país com dinheiro público é velha ferramenta dos governos, em especial daqueles que apreciam políticas fiscais expansionistas, mas se choca com uma das principais bandeiras da equipe econômica atual: a da responsabilidade fiscal. O novo plano do governo, batizado de Pró-Brasil, será capitaneado pelos ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional. Mais de 50 grandes obras estão em estudo. Concessões também estão na mira do governo, mas atrair dinheiro de fora será uma difícil tarefa em um mundo que tenta se recuperar da pandemia. A equipe econômica tem lutado para manter os gastos da crise do coronavírus restritos a 2020. O Tesouro já fala em um déficit para este ano de R$ 600 bilhões. Será difícil segurar os gastos maiores nos próximos anos com um pacote de obras calcado no investimento público. Outro cálculo que o governo terá que fazer é o da manutenção do teto de gastos, a âncora fiscal que sinaliza aos investidores do Brasil e de fora que há compromisso com o equilíbrio das contas. Sem o teto, dizem economistas de dentro e fora do governo, todo os ganhos dos últimos anos, como os juros baixos, podem ser perdidos em questão de meses.

O dólar opera em alta nesta quarta-feira (22), na retomada dos negócios após o feriado da véspera, após dois dias de forte aversão a risco nos mercados globais devido ao 'crash' dos preços do petróleo, enquanto os investidores voltavam as atenções para possíveis medidas de estímulo para mitigar o impacto econômico do coronavírus. De acordo com o G1, às 12h18, a moeda norte-americana era vendida a R$ 5,3939, em alta de 1,62%. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 5,3959 - nova cotação nominal recorde durante os negócios. O Banco Central realiza nesta quarta-feira leilões de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021. Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 1,33%, a R$ 5,3078, com os preços do petróleo dos Estados Unidos desabando.

Petrobras reduz preço do diesel em 6% e gasolina em 8% Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A Petrobras voltou a reduzir o preço da gasolina e do diesel nas refinarias, desta vez uma semana após a queda anterior, numa baixa 8% e 4%, respectivamente, na última terça-feira, 21. No caso do diesel, a baixa é válida para o S10 e o S500. O último reajuste havia sido no dia 14 de abril, quando a empresa derrubou em 8% o preço da gasolina e do diesel em 6%. A iniciativa está relacionada ao impacto econômico da pandemia causada pela Codiv-19, nome do novo coronavírus, que tem abalado os mercados ao redor do globo, especialmente o petróleo, e levado entidades a revisarem projeções da economia global em 2020.

'Vamos surpreender o mundo', diz Paulo Guedes sobre retomada econômica Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (20) que a recuperação econômica, após a crise do novo coronavírus, será em “V”, com retomada tão rápida quanto a queda. “Vamos surpreender o mundo”, garantiu o ministro. Para Guedes, não se pode deixar que a economia entre em uma grande depressão. Na avaliação dele, o Brasil tem tomado medidas melhores ou iguais que a de outros países, inclusive países avançados. “Todo dia tem barulho, mas Brasil está avançando e progredindo”, disse ele em entrevista para o banco BTG Pactual. Na visão do ministro, as hipóteses do governo para os efeitos econômicos do novo coronavírus, quando ainda se pensava que o choque seria apenas no comércio exterior, se revelaram razoáveis após os primeiros dados da balança comercial. “As exportações brasileiras não caíram ainda, estão subindo. A queda das exportações para Europa, de 1%, para EUA, de 30%, e para Argentina, de 30%, foi compensada pelo aumento acelerado das exportações para China”, disse o ministro, em entrevista ao vivo no canal do BTG Pactual no Youtube. Segundo Guedes, a ficha caiu entre fim de fevereiro e início de março, de que o coronavírus seria uma pandemia que afetaria também o Brasil. “Disparamos medidas imediatamente”, disse o ministro, que afirmou que aumentou o número de beneficiários do Bolsa Família. “Havia fila no Bolsa Família, porque sempre há fraude, mas mandamos incluir todos imediatamente”, afirmou.

'Preservar os sinais vitais da economia não significa sair do isolamento agora', diz ministro da economia Foto: Jorge William/Agência O Globo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira que preservar o que chama de “sinais vitais” da economia não significa sair do isolamento social agora. Para ele, porém, é preciso programar a saída dessa situação, decretada por governadores e prefeitos para conter o avanço da Covid-19. “A economia vem com mais força do que está se pensando porque ela já estava começando a se mover. E se nós preservamos os sinais vitais vamos sair. Preservar os sinais vitais da economia não significa sair do isolamento agora. Não significa isso. Significa fazer a coisa programada, fazer direito, fazer no devido tempo”, disse Guedes, em transmissão ao vivo de uma instituição financeira. Em seguida, Guedes afirmou que os sinais vitais da economia, como abastecimento, estão preservados, mas a situação está “crítica”. “Os sinais vitais ainda estão preservados. A coisa está ficando crítica. Realmente está ficando crítica. Não sabemos quanto tempo segue o isolamento e não sabemos quanto tempo aguenta a economia”. Citando previsões do Ministério da Saúde que apontam que a curva de contaminação começará a cair em julho, questionou: “A economia aguenta mais dois meses com isolamento? Essa é que a pergunta”. Para o ministro, há duas dimensões: cuidar da saúde e da economia. “Esse é o ponto futuro (sair do isolamento). Está acontecendo na China, os governos lá fora estão começando a planejar a saída. Nós temos que pensar isso também. São duas dimensões. Tem que pensar as duas dimensões”, acrescentou.

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