Após o anúncio do retorno remoto das aulas na rede municipal de ensino em Brumado, um grupo de mães de crianças autistas quer saber como os alunos com necessidades especiais serão assistidos nesse novo modelo. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, a professora Elianar Guimarães definiu como bastante preocupante o momento atual para a comunidade autista na cidade. “Enquanto professora e mãe de uma criança autista, estou muito ansiosa para saber como se dará esse processo. Sabemos que, quando se trata de atendimento ao público autista, a palavra de ordem é a rotina. Esse modelo de ensino quebra completamente a questão da rotina e a estrutura desse aluno, que já tem dentro de si, interiorizado, como é o seu processo de aprendizagem padrão”, afirmou. Segundo ela, o processo de desregulação vivido pelas crianças e adolescentes autistas tem causado uma fadiga emocional, psicológica e física para toda família. Para o grupo, o grande questionamento é se, em si tratando do Ensino à Distância, o acesso à educação de qualidade, previsto na lei, também se estenderá a essas crianças com necessidades especiais. “Agora, a criança autista, assim como qualquer outra com necessidades especiais matriculada na rede municipal de Brumado, precisa ter um olhar diferenciado e um plano adaptado para que possa também voltar às aulas de forma remota”, cobrou. Até o momento, conforme relatou, as mães não foram procuradas pela Secretaria de Educação do Município para discutir essa adaptação. “Isso está nos angustiando. Precisamos de respostas plausíveis da Semec”.