Em assembleia virtual, o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia aprovou o estado de greve da categoria (veja aqui). Dentre as reivindicações estão a regulamentação do Artigo 46, parágrafo 1º da Lei 11.370/2009, que concede o salário de nível superior para os servidores com formação acadêmica, reestruturação da carreira, além da exigência de apresentação do cartão de vacinação para a população ter acesso às delegacias do Estado, o que já foi atendido pela polícia civil da Bahia (veja aqui). Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Eustácio Lopes, presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), denunciou que o Governo da Bahia não tem reconhecido a categoria. “O Governo não tem reconhecido e valorizado a categoria nesse momento de crescimento da violência no Estado. Aguardamos o governador Rui Costa nos convidar para o diálogo porque não queremos a radicalização do movimento”, ponderou. Além disso, segundo Lopes, o número de policiais civis na Bahia, atualmente, é insuficiente para atender a demanda. “A Polícia Civil tem 5.500 policiais, hoje, para atender os 417 municípios da Bahia. Estamos ausentes em mais de 100 municípios. Desses 5.500, temos apenas cerca de 3 mil atendendo nas delegacias porque os demais estão em gozo de licença prêmio, férias, com idade de se aposentar, afastados por problemas de saúde. Funcionamos a base de hora extra para funcionar. Essa é a realidade da Bahia”, destacou. O sindicalista colocou que, levando em consideração a população baiana, a Polícia civil deveria atuar com mais de 11 mil policiais para combater a criminalidade. “A cada 100 homicídios na Bahia, apenas 10 são elucidados. É o retrato do abandono do trabalho de investigação. Estamos tentando sensibilizar o Governo do Estado diante desse quadro da triste realidade da segurança pública no Estado. A Polícia civil está sucateada, sem estrutura e efetivo no interior”, concluiu.