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Guanambi: Associação cobra providências após autista ser espancado em escola pública

Após um menino de 13 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ter sido espancado por colegas dentro da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. José Bastos, em Guanambi, a Associação dos Amigos dos Autistas cobra providências sobre o caso. Ao site Achei Sudoeste, Rodrigo Teixeira, advogado e membro da associação, disse que o autista, para efeitos legais, trata-se de um deficiente e é necessário fazer a apuração devida para garantir a responsabilização dos envolvidos. “É importante ter coração bom no sentido de respeitar. É necessário fazer todas as apurações”, frisou. Nos últimos anos, ele salientou que crianças atípicas vêm sofrendo muito com esse tipo de situação e não se pode ficar inerte frente ao problema. Teixeira esclareceu que o autista tem direito a inclusão escolar adequada, sendo envolvido em todas as atividades pedagógicas juntamente com as crianças típicas. “As pessoas com autismo têm direito à educação. A escola deve reconhecer o erro, não colocar que foi um erro pequeno, e tratar com os alunos a importância de viver de forma tranquila, respeitando a todos. Demonstrar que isso é intolerável”, orientou.

Legislação determina tempo máximo de espera para público autista em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Na sexta-feira (08), a Câmara Municipal de Brumado publicou no Diário Oficial a Lei nº 2005, que determina o tempo máximo de espera para atendimento da pessoa portadora do Transtorno do Espectro Autista (Tea) em instituições públicas e privadas. Segundo a lei, as instituições públicas e privadas devem fornecer atendimento adequado e individualizado para cada pessoa com Tea, levando em consideração os níveis de gravidade do transtorno. Para o nível 1 (leve), o tempo máximo de espera é de 60 minutos; para o nível 2 (moderado), o tempo máximo de espera é de 40 minutos; e para o nível 3 (severo), o tempo máximo de espera é de 20 minutos. Também deverão afixar em local visível de suas dependências informações sobre as limitações de tempo referidas. As instituições que descumprirem as determinações impostas pela lei estarão sujeitas às seguintes sanções: advertência e multa de R$ 500, a ser aplicada em dobro em caso de reincidência. Vale salientar que o projeto havia sido vetado pelo prefeito Eduardo Lima Vasconcelos (Sem Partido), mas foi mantido pela Câmara de Vereadores.

Psicóloga convoca famílias a cobrarem políticas públicas de atenção aos autistas em Brumado

No dia 2 de abril foi comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e, ao site Achei Sudoeste, a psicóloga Laís Maria falou sobre a atenção às pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Brumado. A psicóloga pontuou que houve uma evolução no sentido de tornar o assunto mais visível e discutir mais sobre o tema, porém ainda é preciso evoluir bastante no que se refere às políticas públicas para os autistas. “Já vemos alguns acessos mais facilitados, mas longe do que a gente, de fato, precisa”, afirmou. Recentemente, o Ministério Público, diante de inúmeras denúncias, obrigou o Município a contratar monitores para cuidar de crianças com necessidades especiais nas escolas da rede municipal de ensino. Maria deixou claro que a lei existe, porém ainda há um longo caminho para que a lei seja cumprida em sua plenitude. “A lei por si só não adianta. É importante que a gente cumpra a lei entendendo que são pessoas. Acredito que não seja preciso ter um autista na família pra saber as dificuldades disso. Em termos da lei, é preciso cumprir”, ressaltou. A psicóloga pediu que as autoridades e o poder público possam olhar para o tema com um olhar mais humano e sensível, entendendo que o governo precisa ser em benefício de todos. No que se refere às famílias e à sociedade como um todo, Maria orientou que cobrem das autoridades competentes mais políticas públicas de atenção aos autistas a fim de ter os seus direitos assegurados. “É assim que fazemos uma sociedade do bem e que funciona”, finalizou.

Câmara de Brumado debate redução de carga horária para servidoras com filhos autistas Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Nesta segunda-feira (29), a Câmara de Vereadores de Brumado debateu o projeto de lei que prevê a redução de carga horária para servidoras com filhos autistas. A proposta foi apresentada pelo vereador Rubens Araújo (Podemos). Ao site Achei Sudoeste, a professora Elianar Guimarães, idealizadora do projeto Rede de Apoio às Famílias de Autistas de Brumado (Rafa B), explicou que a proposta já existe no âmbito federal, porém não é uma realidade no município. “É um direito concedido através de lei federal aos funcionários públicos para que haja uma redução de carga horária para aqueles que comprovarem o transtorno nos filhos ou cônjuges. O direito é dado sem prejuízo no salário”, salientou. Tendo conhecimento do recurso, Guimarães teve de acionar a justiça porque em Brumado, mesmo sendo lei federal, o direito não é assegurado por vias administrativas. Depois de dois anos, ela conseguiu que a justiça fosse feita. “Sou a primeira funcionária pública de Brumado a conseguir esse direito. Vim aqui esclarecer aos vereadores do que se trata a proposta e pedir o apoio de todos para aprovação desse projeto para que outras famílias não precisem pagar advogado para ter um direito assegurado”, afirmou. Para Elianar, não há justificativa plausível para que a Administração Municipal negue esse direito às famílias de autistas em Brumado.

Fundado projeto de apoio às famílias com crianças autistas em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Durante a caminhada em celebração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo em Brumado, o projeto Rafa B - Rede de Apoio às Famílias de Autistas de Brumado foi lançado. Ao site Achei Sudoeste, a professora Elianar Guimarães, idealizadora da proposta, explicou que o projeto busca proporcionar qualidade de vida e leveza às famílias de crianças autistas. “O projeto Rafa vem ser o que o próprio nome diz: uma rede de apoio direta. O pensamento é tirar a carga da mãe porque a mãe é que está na linha de frente e é a ela quem cabe a maior responsabilidade”, afirmou. Além do apoio da família, Guimarães frisou a importância de a própria gestão pública acolher essa mãe de criança autista, ajudando a cuidar de quem cuida através de terapia e assistência. “A sobrecarga é muito grande. O projeto Rafa é visionário porque é muito difícil as pessoas terem empatia. O projeto é sobre amor”, reiterou.

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