Achei Sudoeste
Achei Sudoeste
empréstimo
fechar

Governador solicita empréstimo de R$ 4,5 bilhões para 'melhoria do endividamento' Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) enviou um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) para receber a autorização de contratação de um empréstimo de 122,5 bilhões ienes japoneses, o que corresponde a cerca de R$ 4,5 bilhões na cotação atual. As informações são do Bahia Notícias, parceiro do Achei Sudoeste. Na matéria, Jerônimo afirmou que a quantia será utilizada para a melhoria do perfil de endividamento do governo. O governador também solicitou que o texto seja apreciado em regime de urgência. A requisição será votada em plenário e, caso aprovada, terá seu trâmite acelerado na Assembleia. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da AL-BA nesta segunda-feira (11). O empréstimo será tomado junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), com garantia da União. De acordo com Jerônimo, a melhoria do perfil de endividamento se dará por meio da substituição de parte da dívida atual por um financiamento em condições mais vantajosas, com menor custo e maior prazo. No texto, o petista também disse que a Bahia possui um dos menores níveis de endividamento do Brasil. Conforme o petista, a dívida se mantém estável, em patamar reduzido, e possui um dos principais indicadores de solidez das contas públicas estaduais. Este é o 19º pedido de empréstimo do governador desde o início de seu mandato, em 2023. Somando os valores requeridos pela gestão de Jerônimo, as solicitações de concessão de crédito ao governo ultrapassaram R$ 23 bilhões.

Com recordes em arrecadação, Bahia acumula bilhões em empréstimos e atrasos em obras Foto: Mateus Pereira/GOVBA

Apesar de viver o maior ciclo de arrecadação da sua história, o Governo da Bahia, sob a gestão de Jerônimo Rodrigues (PT), tem recorrido de forma intensa à autorização de novos empréstimos junto à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). As informações são do Bahia Notícias, parceiro do Achei Sudoeste. Em apenas dois anos e meio de mandato, já foram aprovados mais de R$ 18,2 bilhões em autorizações para contratação de crédito, um volume superior ao que Rui Costa conseguiu em oito anos, R$ 6,99 bilhões, e mais do que o dobro do que foi contratado nos dois mandatos de Jaques Wagner, R$ 8,31 bilhões (dados IPEA). Ainda que nem todo o montante aprovado tenha sido efetivamente contratado com instituições financeiras até o momento — fato que depende da negociação e assinatura de contratos com os bancos — o ritmo de pedidos revela uma gestão fortemente dependente de endividamento para manter compromissos e financiar projetos. O dado chama ainda mais atenção quando confrontado com a saúde fiscal do Estado, que arrecadou valores recordes nos últimos anos, impulsionados especialmente pelo ICMS e transferências federais. Entretanto, mesmo diante desse cenário de alta arrecadação e crescente endividamento, o que se observa são inúmeras obras paralisadas, pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços em atraso, além de ordens de serviço assinadas com pompa, mas sem o devido início da execução por falta de liberação orçamentária. Situação essa que tem gerado desconfiança entre prefeitos, que estão recebendo muitas promessas de investimentos do governo estadual, mas já começam a duvidar se as obras realmente sairão do papel. “O Governador prometeu muitas obras para o município e é claro que vamos aceitar. Mas desconfiamos que não há tempo hábil para licitar e iniciar essas obras antes da eleição. Vamos ver no que vai dar”, afirmou um prefeito que não votou em Jerônimo e que foi procurado para aderir ao governo. O contraste entre o volume de recursos disponíveis e a execução real das políticas públicas evidencia falhas graves de planejamento, prioridades distorcidas e, possivelmente, problemas de gestão financeira. É preciso entender quais são os critérios para o endividamento em larga escala, como os recursos vêm sendo empregados e por que, mesmo com arrecadação histórica, obras continuam sem execução e pagamentos seguem represados.

Brumado: Eduardo Vasconcelos deixou dívida de empréstimos de R$ 129 milhões Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A gestão do ex-prefeito Eduardo Vasconcelos (Sem Partido) contraiu empréstimos avaliados em R$ 129 milhões para investir na área de infraestrutura do município. Questionado pelo site Achei Sudoeste sobre o assunto, o atual prefeito Fabrício Abrantes (Avante) apontou que o Município possui uma dívida milionária para ser quitada e nenhum investimento de qualidade nas vias públicas. Prova disso são as ruas esburacadas e com mais de 280 pontos críticos após as últimas chuvas. “Toda população sabe dos empréstimos que foram feitos justamente para poder cuidar do nosso município e fazer obras de qualidade, que iriam melhorar realmente a vida das pessoas e desenvolver a cidade. Mas o que podemos ver da herança que ficou só foram as contas a pagar”, criticou. Um estudo preliminar revelou, segundo o gestor, que o ex-prefeito contraiu um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal de R$ 73 milhões que, com juros e mora, chega a quase R$ 130 milhões. “Teremos responsabilidade com o recurso público, coisa que, infelizmente, o antigo prefeito não teve”, enfatizou.

Crédito na Bahia supera média nacional Foto: Divulgação

O saldo das operações de crédito na Bahia cresceu 13,5% no primeiro semestre de 2024, superando a média nacional de 10,3%, conforme dados do Banco Central. Com um saldo total de R$ 230,3 bilhões, o estado se mantém como o principal mercado de crédito do Nordeste. O desempenho baiano destaca o fortalecimento do setor financeiro local e aponta para um cenário de maior dinamismo econômico no estado. Esse avanço reflete a tendência de aceleração observada na carteira de crédito do Nordeste, região que registrou um aumento de 12,1% no mesmo período. O Sistema Financeiro Nordestino apresentou um saldo de operações de crédito de R$ 839,77 bilhões, impulsionado pelo crédito a pessoas jurídicas, que aumentou 13,1%, e a pessoas físicas, que subiu 11,6%.  

Começa a valer novo teto de juros do consignado do INSS Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Entrou em vigor nesta quarta-feira (13) o novo teto de juros do consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida, aprovada em 4 de dezembro pelo Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), estabeleceu que o novo limite de juros é 1,8% ao mês para essas operações. O valor é 0,04 ponto percentual menor que o antigo limite, de 1,84% ao mês, que vigorava desde outubro. O teto dos juros para o cartão de crédito consignado caiu de 2,73% para 2,67% ao mês. As mudanças foram propostas pelo próprio governo. A justificativa para a redução foi o corte de 0,5 ponto percentual na Taxa Selic (juros básicos da economia). No fim de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu os juros básicos de 12,75% para 12,25% ao ano. Desde agosto, quando começaram os cortes na Selic, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que a pasta deveria acompanhar o movimento e propor reduções no teto do consignado à medida que os juros baixarem. Essas mudanças passam pelo CNPS.

Procura por empréstimos cai 14% nos últimos 12 meses Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O consumidor brasileiro tem diminuído a procura por empréstimos. Dados do Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito, da Serasa Experian, apontam que em julho houve uma queda de 2,4% na comparação com junho. Já na comparação com julho de 2022, a retração foi de 10,9%. Nessa comparação anual, o resultado tem sido negativo por 14 meses seguidos, ou seja, desde junho de 2022. Os dados foram obtidos com exclusividade pela Agência Brasil. Ao longo de 2023, o recuo na procura por crédito é de 12,3%. Já no acumulado de 12 meses, a queda é maior ainda, 14%. A Serasa Experian chega a esses números por meio de um acompanhamento mensal de consultas para concessão de crédito relacionadas a Cadastro de Pessoas Físicas (CPFs) que fazem parte do banco de dados da empresa. Nenhuma Unidade Federativa (UF) registrou crescimento na busca de crédito por consumidores. No começo de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa de juros básicos da economia (Selic) para 13,25% ao ano. Foi o primeiro corte em três anos. A Selic influencia diretamente o comportamento dos juros cobrados pelos empréstimos oferecidos às pessoas físicas. Segundo comunicados do BC, a taxa vem sendo mantida em níveis altos como forma de controlar a inflação. Porém, um efeito adverso é que a Selic alta também é recessiva, ou seja: dificulta o crédito, o consumo e investimentos.  

Arquivo