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Estudantes de Candiba criam óleo natural para aliviar sintomas da ansiedade Foto: Divulgação/Secti

A ansiedade é uma reação natural do organismo, mas, quando se manifesta de forma frequente e intensa, pode se tornar um transtorno psicológico. O Brasil é o país com mais casos de transtornos de ansiedade no mundo, com cerca de 18 milhões de pessoas afetadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao identificar a dimensão do problema, as estudantes Emília Vieira Araújo e Tainara Rocha de Oliveira, do Colégio de Tempo Integral Antônio Batista, em Candiba, desenvolveram, sob orientação da professora Marciele de Oliveira, um óleo corporal à base de capim-santo, com efeito calmante que ajuda a aliviar os sintomas da ansiedade. A ideia surgiu na aula de iniciação científica. 

Estudantes de Candiba criam óleo natural para aliviar sintomas da ansiedade Foto: Divulgação/Secti

A planta capim-santo foi escolhida após a equipe identificar propriedades que contribuem para o relaxamento do corpo. “Nossa pesquisa mostra que seus componentes, como o citral, promovem relaxamento e sensação de calma. O aroma da planta ajuda a diminuir sintomas como aceleração dos batimentos cardíacos e agitação. A receita tem na sua composição o extrato de capim-santo e óleo de coco, sendo, portanto, 100% natural”, explicou Marciele. O projeto, que conta com o apoio da Secretaria da Educação (SEC), passou por uma fase de testes e será aprimorado. Os voluntários confirmaram que o óleo proporcionou bem-estar, alívio dos sintomas da ansiedade e melhora na qualidade do sono.

Estudantes de Rio do Antônio criam pomada para tratar feridas em animais Foto: Divulgação/Sec

Em Rio do Antônio, as estudantes Tauany da Silva Santos e Joseanne Santos Ribeiro, ambas de 16 anos, do Colégio Estadual de Tempo Integral, criaram o projeto “Cicatriveck”, uma pomada cicatrizante 100% natural feita a partir da folha de mandioca. Movidas pela necessidade de oferecer uma solução acessível aos pequenos criadores da região, elas reuniram ciência, sustentabilidade e saberes tradicionais para acelerar a cicatrização de feridas em animais e reduzir o uso de antibióticos sintéticos. O desenvolvimento da pomada se deu a partir da identificação da dificuldade dos pequenos criadores da região em tratar ferimentos nos animais com produtos acessíveis e naturais. Os testes para a criação do produto foram iniciados em abril de 2024, quando as jovens isolaram e padronizaram os compostos bioativos da folha de mandioca. A aplicação inicial em um animal ocorreu em maio do mesmo ano e, após dez dias consecutivos de uso, observou?se redução visível na inflamação e início da regeneração tecidual. Além da mandioca, a fórmula utiliza barbatimão, conhecido por suas propriedades antimicrobianas, babosa, que acelera a renovação celular, e mastruz, de ação anti-inflamatória. A combinação desses ingredientes resulta em um produto que não só protege a ferida contra infecções, mas também estimula o reparo natural da pele. O perfil @pomada_natural no Instagram mostra os resultados do uso do produto.

Estudantes produzem aparelhos de laboratório com materiais recicláveis Foto: Milena Monteiro/SECTI

De acordo com dados da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aproximadamente 30% de todo o lixo colhido no Brasil tem potencial de reciclagem, mas apenas 3% são reaproveitados e transformados novamente em produtos. Entre as diferentes formas de reciclar os resíduos, em Santa Maria da Vitória, cidade do oeste baiano, Emanuelly Dourado e Emili Moura, estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Rio Corrente, utilizaram os descartes para desenvolver kits laboratoriais. A ideia do projeto é ampliar os equipamentos do espaço de estudo, além de promover a educação ambiental. A jovem cientista Emanuelly conta que o grande objetivo da proposta é envolver os estudantes durante todo processo de fabricação. “O propósito é reciclar materiais de baixo custo e transformar em produtos que serão utilizados no cotidiano dos alunos. Essa é uma alternativa para instigar a curiosidade e o aprendizado do ensino científico entre os jovens”, conta. Até o momento, 12 tipos de equipamentos estão inclusos no kit, contendo balança, tubos de ensaio, manuais de ensino, entre outros utensílios. Ainda em desenvolvimento, o projeto tem retorno positivo dos professores, que certificam a eficácia dos produtos na experiência de ensino e aprendizagem.  “A maior parte dos materiais produzidos no kit possui autoria de criação, ou seja, o estudante colabora com o projeto e vivencia a aprendizagem de modo prático. Esse é o diferencial do nosso produto. Ele conta com o auxílio dos alunos, da comunidade e dos professores”, acrescenta a estudante pesquisadora. As idealizadoras do projeto, que integra o Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação, contam com a orientação da professora Eugênia Silva. As meninas almejam, além de ampliar a produção com novas turmas participantes, distribuir os kits em regiões vizinhas que ainda não foram favorecidas.

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