Várias ruas da Vila Presidente Vargas, à margem da BR-030, em Brumado, foram devidamente pavimentadas com recursos do Fundef, através do programa Caminho da Escola. Porém, a gestão municipal ignorou uma particularidade de suma importância em qualquer via pública, a acessibilidade. Por se tratar de ruas estreitas, a prefeitura preferiu aplicar o calçamento de uma extremidade a outra das vias, não implantando as calçadas ou passeios por onde devem passar os pedestres. Em alguns trechos, a prefeitura fez aterramentos para nivelamento e acabou deixando várias residências abaixo do nível. Na Rua Manoel Fernandes, por exemplo, o site Achei Sudoeste apurou que os operários da empreiteira responsável pela obra até tinham instalado as guias no intuito de construir as calçadas, porém o próprio prefeito, engenheiro Eduardo Lima Vasconcelos (PSB), realizou uma vistoria no local e deu ordem para que fossem retiradas as guias e completada a largura de sete metros da rua.

Em outra via, a calçada ficou com apenas um centímetro de largura, com as guias, o popular meio-fio, já coladas nas paredes das residências. “Tinha uma calçada com um pequeno jardim em minha porta, mas eles ignoraram, passaram a máquina e retiraram tudo. Só não tiraram a caixa de distribuição de esgoto. Um absurdo, muita arbitrariedade e falta de respeito conosco”, reclamou a dona de casa Fabiana Alves. Já na casa da dona Cláudia Souza de Carvalho, além da calçada retirada, a prefeitura rebaixou a rua e deixou a garagem sem acesso. As reclamações são reforçadas na Rua Basílio Leite e na Travessa Otacílio Santos. “Preferiram aumentar o nível da rua ao invés de instalar as drenagens, com isso nossas casas sofrem o risco de alagamento nos períodos de chuva. Aceitamos a pavimentação, mas o prefeito não pensou de verdade em quem aqui mora. Não entendo como pode um caminho da escola sem calçadas de passagem para os alunos, que são os pedestres a serem beneficiados e, por outro lado, ter colocado nossas moradias em situação de risco. Já está anunciado: em dias de chuva, nossas casas serão alagadas pela truculência da prefeitura”, disparou o operário da mineração Zevanildo Medeiros.