A Bahia registrou a maior quantidade de mortes violentas no terceiro trimestre de 2022, de acordo com dados do Monitor da Violência. De acordo com o Bahia Notícias, parceiro do Achei Sudoeste, os números foram divulgados nesta quinta-feira (1º). Entre os meses de julho e setembro deste ano, mais 1.168 mortes violentas foram contabilizadas no estado, o que aumenta o índice anual para 3.798, o maior do país até agora. Conforme o levantamento, a Bahia ficou em primeiro lugar no ranking dos estados em todos os trimestres, que leva em conta homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Por isso, o estado registrou 2.630 mortes violentas, o maior número do Brasil no primeiro semestre. Apesar do índice alto, os números já são menores do que os de 2021, quando a Bahia registrou 4.252 mortes violentas entre janeiro e setembro, 454 a mais do que os registros de 2022. As reduções aconteceram nos três semestres deste ano. O Brasil teve uma queda no número de mortes nos nove primeiros meses de 2022: foram registrados 1.065 mortes a menos do que em 2021. Enquanto no ano passado o país contabilizou 31.252 entre janeiro e dezembro, neste ano o número foi de 30.187. Além disso, no terceiro trimestre houve redução de 102 mortes. O levantamento, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Mesmo sem imaginar que faria história ao se tornar a primeira mulher trans da Polícia Militar da Bahia, a soldado Kim Villanelle Lima, 39 anos, não esconde um grande desejo: inspirar, através da sua história, outras pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ a seguir os seus sonhos. Natural do bairro da Queimadinha, no município de Feira de Santana, e lotada na 64ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Feira de Santana), Kim Lima detalha, esperançosa, que o exemplo de sua história possa ser responsável para que as pessoas desenvolvam a sua resistência. “Eu resisti e resisto todos os dias e espero que a minha história possa, de alguma forma, ajudar. É fundamental que elas leiam, se informem, porque o conhecimento em nossa vida é extremamente importante”, disse ao G1. A soldado, que ingressou na PM em 2014, após prestar o concurso no ano de 2012, na época no gênero masculino, sexo designado ao nascer, passou pelo processo de transição, ao longo dos anos, já inserida na corporação, e conta, admirada, que o maior acolhimento que recebeu foi dos colegas de farda. “Diante de tanta coisa que passei na minha vida, do bullying e agressões físicas que sofri, eu passei a não ter mais medo de gente e me surpreendi com a recepção acolhedora dos colegas de turma e comandantes. Considero a instituição como sendo a minha segunda casa”, contou. Representação importante na corporação, Kim Lima é estudante de Direito na Universidade Federal de Feira de Santana (Uefs), e lembra que, para seguir os sonhos, basta encarar de frente os medos. “Não tenham medo. Se você ver que isso é o sonho de sua vida e ele é possível para fazer de você uma pessoa melhor, mesmo com medo, nunca desista”, concluiu.
Na Bahia, uma pessoa negra foi morta pela polícia a cada 24h, em 2021, segundo o novo boletim “Pele alvo: a cor que a polícia apaga”, divulgado nesta quinta-feira (17), pela Rede de Observatórios da Segurança. Segundo o boletim, foram registradas 1.013 mortes por intervenção policial, sendo que 603 dessas vítimas eram pessoas negras. Conforme a a rede, o Governo da Bahia informou que 122 casos de mortes cometidas por policiais não estavam incluídos no banco de dados da secretaria. O motivo não foi explicitado. Além disso, o dado divulgado no relatório anterior da Rede de Observatórios dizia que 607 pessoas haviam sido mortas pela polícia. O dado foi enviado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). Contudo, no Anuário de Segurança Pública deste ano revela que os mortos foram 1.138. O grupo disse que entrou em contato com a SSP-BA para saber o motivo da discrepância entre os dados, mas não foi respondido. O estado é o mais letal do Nordeste e o segundo do Brasil (atrás apenas do Rio de Janeiro) e tem o maior percentual de pessoas negras mortas pela polícia quando foram descartados os não informados (98%).
O relatório “100 Dias de Fogo Cruzado na Bahia”, do Instituto Fogo Cruzado, em parceria com a Iniciativa Negra por Uma Nova Política de Drogas, contabilizou 443 tiroteios, que resultaram em 401 baleados – uma média de quatro por dia, entre 1° de julho e 8 de outubro deste ano. Destas vítimas, 304 morreram. De acordo com o G1, os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10), no auditório do Museu Eugênio Teixeira Leal, em Salvador. Nestes 100 primeiros dias de acompanhamento, a capital baiana concentrou três em cada quatro tiroteios registrados em toda a região metropolitana, e 72% dos baleados. Mas, apesar de menos registros, é importante ter um olhar atento para outras cidades. Cinco municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS) tiveram mais vítimas do que tiroteios, o que aponta para um alto risco de letalidade. Foram eles: Simões Filho, Vera Cruz, Mata de São João e Candeias. Os homicídios são o mais grave problema da violência armada em Salvador e RMS, sendo quase metade dos casos (47%) identificados como homicídios ou tentativa de homicídio. A sensação de insegurança da população é justificada pelos números: dois em cada três tiroteios terminam com alguma pessoa baleada, e mais da metade dos casos (55%) terminou em mortos; em quase 10% das vezes os tiros deixaram dois ou mais vítimas fatais.
A Bahia contabilizou, em outubro, o 13º mês consecutivo com redução no índice de Crimes Violentos Letais Intencionais - homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte - em todo o território baiano. No último mês foi registrada uma redução de 3%, em comparação ao mesmo período de 2021. O decréscimo no número de CVLIs foi iniciado em outubro de 2021, com queda de -10% nas mortes violentas, seguido por -15% em novembro, -13% em dezembro, - 21% em janeiro, - 4% em fevereiro, - 3% março, -18% em abril, - 8% em maio, - 11% em junho, - 7% em julho, -16% em agosto e - 13% em setembro, comparados com os respectivos meses do período anterior. Entre as ações que contribuíram para a queda nestas ocorrências estão o combate às disputas pelo tráfico de drogas com rondas em áreas sensíveis, investigações, utilização do Reconhecimento Facial retirando foragidos da Justiça das ruas e elucidações de crimes. O secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino, parabenizou o esforço dos profissionais que compõem o quadro da pasta para garantir a preservação das vidas. “Estes profissionais se empenham para oferecer o melhor e ampliar a sensação de segurança da população, garantindo que vidas não sejam perdidas”, explanou o gestor.
O Governo da Bahia anunciou, nesta quinta-feira (22), que vai publicar o edital do concurso com 2,5 mil vagas para soldado da Polícia Militar (PM-BA) e do Corpo de Bombeiros (CBM-BA) na quarta (28). O Estado definiu a Fundação Carlos Chagas (FCC) como banca organizadora do certame. Segundo o governo, o edital vai trazer o cronograma, as datas das inscrições, dentre outras informações sobre o concurso. O concurso terá 2,5 mil vagas, distribuídas entre a capital e o interior da Bahia. Do total, duas mil serão para soldado da PM e 500 para o Corpo de Bombeiros. Este é o terceiro concurso público realizado nos últimos seis anos para soldado da PM-BA e do CBM-BA.
A Polícia Militar da Bahia forma, nesta sexta-feira (16), 248 alunos no Curso Especial de Formação de Sargentos (CEFS) em todo o estado. Em Salvador, a solenidade será realizada na área cívica do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), em Ondina, onde serão formados 69 sargentos. O evento contará com as presenças do comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho, do diretor do CFAP, coronel Saulo, oficiais e praças da corporação, além de familiares dos formandos. Além da capital baiana, serão formados novos sargentos nos Batalhão de Ensino, Instrução e Capacitação (Beic) nas cidades de Feira de Santana (16), Ilhéus (84), Juazeiro (2), Vitória da Conquista (65), Barreiras (5) e Teixeira de Freitas (7).
O mês de agosto registrou o menor número de mortes violentas em 2022, na Bahia. A polícia contabilizou 366 casos, nos 417 municípios do estado. No acumulado do ano, os assassinatos tiveram redução de 11,4%. Em 2022 foram registrados 405 casos em janeiro, 422 em fevereiro, 497 em março, 440 em abril e 465 casos em maio. Nos três meses seguintes, a polícia contabilizou os menores números do ano. Foram 404 crimes em junho, 402 no mês de julho e 366 ocorrências em agosto. Em todos os meses de 2022, na comparação com o ano passado, as mortes violentas (homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte) apresentaram diminuições. “A Bahia aparece entre os 10 estados com as maiores diminuições de mortes violentas em 2022 e esse resultado reflete a competência das nossas polícias e bombeiros”, salientou o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino.