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Economia
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Número de afastados do trabalho cai e indica retomada, diz IBGE Foto: Kaio Lakaio/Veja

O número de pessoas ocupadas que estavam temporariamente afastadas do trabalho devido ao isolamento social, medida de combate ao novo coronavírus, caiu de 13,5 milhões na primeira semana de junho para 12,4 milhões na segunda semana do mês. Como a população desocupada ficou estável nesse período, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 3, indicam que 1,1 milhão de pessoas voltaram ao trabalho com a flexibilização do distanciamento social adotada em algumas cidades do país. Segundo a Pnad Covid, pesquisa desenvolvida pelo instituto em parceria com o Ministério da Saúde, na primeira semana de maio 16,6 milhões estavam afastadas. A retomada da atividade econômica está no radar do Ministério da Economia. O ministro Paulo Guedes sustenta que o fundo do poço foi atingido em abril, e de maio para frente, já há sinais de reaquecimento. Como mostra a Revista Veja desta semana, dados de emissões de notas fiscais em junho — melhores até que no ano anterior — e índices de confianças de empresários, corroboram a visão de que o fundo do poço, ao menos na economia, ficou para trás. No caso do mercado de trabalho, ainda há o fechamento de vagas, mas a retomada gradual das atividades, somada a medidas que podem ajudar a conter a demissão no mercado formal, têm dado indicadores positivos sobre a atividade brasileira. Apesar disso, ainda há muita gente sem emprego, e é justamente a reativação da mão de obra a medida que vem sendo gestada pela equipe econômica. Na segunda semana de junho, o IBGE estima que 170 milhões pessoas estavam em idade para trabalhar, mas somente 83,5 milhões estavam ocupadas. Esse número permaneceu estável desde a primeira semana de maio, e mostra que menos da metade (49,0%) das pessoas estavam trabalhando na segunda semana de junho.

Retomada parcial faz indústria subir 7% em maio Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Após um forte recuo em abril, quando a atividade industrial caiu para o menor nível em mais de 18 anos, a produção da indústria reagiu e cresceu 7% em maio, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado é o primeiro positivo em três meses. A volta de atividades não essenciais em alguns estados no mês anterior, bem como a baixa margem de comparação devido a queda brusca de abril – mês que marcou a aceleração dos casos de coronavírus e endurecimento das medidas de distanciamento social, além da concessão de férias coletivas para diversos trabalhadores – ajudaram na reação. O sinal é positivo e mostra que a fase mais aguda de paralisia econômica ficou para trás. No entanto, vale lembrar que o saldo do ano continua negativo: o setor acumula queda de 11,2% nos cinco primeiros meses do ano e de 5,4%, levando em consideração os últimos 12 meses. “A partir do último terço de março, várias plantas industriais foram fechadas, sendo que, em abril, algumas ficaram o mês inteiro praticamente sem produção, culminando no pior resultado da indústria na série histórica da pesquisa. O mês de maio já demonstra algum tipo de volta à produção, mas a expansão de 7,0%, apesar de ter sido a mais elevada desde junho de 2018 (12,9%), se deve, principalmente, a uma base de comparação muito baixa”, analisa André Macedo, gerente da Pesquisa Mensal da Indústria. A queda da produção de 2020 como efeito no novo coronavírus fica evidente na comparação com o mesmo período do ano anterior. A queda chegou a 21,9%, sétimo resultado negativo subsequente na comparação interanual.

Após ter interrompido a sequência de 18 revisões para baixo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, o mercado financeiro voltou a projetar para baixo a estimativa do resultado da economia brasileira para 2020. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 29, pelo Banco Central, o país deve ter uma recessão na casa de 6,54% este ano. Na semana passa, a estimativa era de 6,50%. A instabilidade quanto a evolução do coronavírus no país, além do ambiente político tumultuado, ajudam a empurrar as projeções do país para baixo. A média das previsões do mercado, contidas no Focus, são menos pessimistas de que agentes internacionais. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou queda do PIB brasileiro em 9,1% neste ano, enquanto o Banco Mundial projeta tombo de 8%. O Banco Central tem visão um pouco menos pessimista que os outros agentes e vê retração de 6,4% na economia este ano. Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Mello, a autoridade monetária enxerga uma melhora na condição com a efetividade de programas de crédito e transferência de renda, como o auxílio emergencial. De toda forma, a queda significativa do PIB atinge o país no ano em que se esperava uma retomada econômica de mais fôlego. No início do ano, quando a pandemia do coronavírus estava concentrada na China e não se sabia ao certo quando e como chegaria ao Brasil, os especialistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa de 2,3%. Porém, com o avanço da doença e a piora no cenário político, a previsão para a economia tem piorado. Vale lembrar, entretanto, que as revisões na estimativa do PIB têm sido mínimas há quatro semanas, variando cerca de 0,05 ponto porcentual para cima ou para baixo. Esse movimento coincide com a reabertura de atividades não essenciais em grandes cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Covid-19: Brasil fecha 1,4 milhão de postos com carteira Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A crise do coronavírus resultou no fechamento de 1.487.425 vagas formais de trabalho, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Economia. De acordo com o jornal o Globo, só em maio, a perda de postos de emprego com carteira assinada chegou a 331.901. O saldo negativo, no entanto, ficou abaixo do registrado em abril, quando as demissões superaram contratações em 902.841.  Os dados correspondem ao saldo entre admissões e demissões e fazem parte do chamado Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), baseado nas informações enviadas pelos empregadores ao governo.

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, afirmou nesta segunda-feira (29) que o programa do governo que permite a redução de jornada e salário será prorrogado. De acordo com o secretário, a prorrogação será feita por meio de decreto presidencial. Segundo Bianco, a proposta é que a suspensão do contrato seja prorrogada por mais dois meses e a redução da jornada por mais um mês. Ele afirmou, no entanto, que os termos da prorrogação ainda estão em estudo. “O benefício de redução de salário e jornada vai ser prorrogado e vai vir por meio de decreto presidencial”, disse Bianco durante entrevista coletiva de anúncio dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Para tentar evitar uma perda maior de empregos, o governo federal publicou em abril uma medida provisória que autorizou a redução da jornada de trabalho com corte de salário de até 70% em um período de até três meses. A MP também permitiu a suspensão do contrato de trabalho por dois meses. O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda prevê que o trabalhador permanecerá empregado durante o tempo de vigência dos acordos e pelo mesmo período depois que o acordo acabar. Os números do Ministério da Economia mostram que, até a última sexta-feira (26), mais de 11,6 milhões de trabalhadores estavam no programa. O secretário afirmou que as empresas que optaram pela suspensão do contrato de trabalho e estão com o prazo prestes a se encerrar podem fazer um novo acordo com os trabalhadores para usar mais um mês de redução de contrato, até que o programa seja prorrogado.

As contas públicas brasileiras registraram déficit de R$ 126,6 bilhões em maio, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira. O número é o pior da série histórica, iniciada em 1997, considerando todos os meses. O resultado foi impactado principalmente pela queda na arrecadação causada pelas ações de combate à crise do coronavírus. Apesar de recorde, o número veio melhor que as expectativas de analistas, que projetavam que as contas ficariam em R$ 140 bilhões no vermelho, segundo relatório Prisma Fiscal. Em maio de 2019, o rombo havia sido de R$ 14,7 bilhões. Ou seja, o dado deste ano é oito vezes o do ano passado. No acumulado do ano, o saldo está negativo em R$ 222,5 bilhões, também o pior da série. Em 2019, o déficit no mesmo período foi de R$ 17,5 bilhões. Os números correspondem à diferença entre arrecadação e despesas no chamado governo central, que não inclui estados e municípios. De acordo com o jornal o Globo, a conta, que não abrange os gastos para pagar a dívida pública, engloba Tesouro, Banco Central e Previdência Social.

Bahia teve maiores quedas percentuais no número de estabelecimentos comerciais, diz IBGE

A Bahia registrou a maior queda percentual no Brasil no número de estabelecimentos comerciais e de trabalhadores empregados no setor no ano de 2018, na comparação com 2017. A informação faz parte de estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (26). Segundo o IBGE, em 2018, a Bahia contabilizava 88.851 estabelecimentos comerciais ativos. Esse número representou uma redução de 7,9% em relação a 2017, quando o estado tinha 96.479 empreendimentos do ramo. Isso significou um saldo de menos 7.628 unidades comerciais, o que deixou o estado com a maior queda percentual e a segunda maior redução, em números absolutos, dentre todas as unidades da federação - São Paulo teve redução de 14.119 estabelecimentos comerciais em um ano. O estudo revela que os 88.851 estabelecimentos comerciais ativos na Bahia em 2018 integram o menor número registrado pelo estado em seis anos, desde 2012, quando contabilizou 87.939. Contudo, o IBGE informou que, apesar do recuo, a Bahia se manteve, em 2018, como o sexto estado do país em número de estabelecimentos comerciais e o líder do Norte-Nordeste nesse indicador.

Petrobras muda fórmula da gasolina e custo deve subir Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A partir de agosto os brasileiros vão começar a abastecer seus veículos com uma gasolina diferente da que é comercializada atualmente. A Petrobras irá mudar a fórmula do combustível. Segundo a companhia, a decisão visa parametrizar o combustível com o que é comercializado em outros mercados mundiais. A mudança será feita na massa da gasolina, segundo uma especificação proposta pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que passa a exigir uma massa específica mínima de 715 kg/m³. Além disso, a agência estabelece a necessidade de uma octanagem mínima de 92 pela metodologia de RON, especificações semelhantes às adotadas no mercado internacional e que vão garantir uma maior durabilidade dos novos motores fabricados no Brasil. A mudança, porém, não deve afetar o rendimento do combustível, já que a quantidade de etanol na composição – 27,5% – ficará a mesma. Para se ter uma ideia, em alguns países o nível de etanol presente na gasolina é de apenas 2%. O peso maior será no bolso do consumidor, já que a eficiência do combustível permanecerá a mesma. “Nós já estamos prontos para produzir essa nova gasolina. A nova especificação é bem-vinda e vai aproximar o combustível comercializado no Brasil ao do mercado americano e europeu”, disse Anelise Lara, diretora de refino e gás natural da companhia. “Como a gente pratica o preço de paridade importação, ela será mais cara porque será comparada com gasolinas de melhor qualidade do exterior”, explicou a diretora.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a sua política monetária de trajetória descendente dos juros e reduziu pela oitava vez consecutiva a Selic, a taxa básica da economia brasileira. O corte anunciado nesta quarta-feira, 17, foi de 0,75 ponto percentual, em linha com o esperado pelo mercado financeiro. A Selic está agora no nível de 2,25% ao ano, a nova mínima histórica. Mesmo com a retomada, em partes, da economia mundial no último mês, paralisada diante da pandemia de coronavírus, ainda há indícios de que a recuperação possa ser muito lenta. Com o nível de inflação baixo, o Banco Central tenta, por meio dos cortes na Selic, estimular a economia brasileira. Em comunicado, membros do colegiado indicam que a fase de grandes cortes – iniciada em julho do ano passado – se encerra nesta decisão, mas não descarta outros pequenos ajustes. “Neste momento, o Comitê considera que a magnitude do estímulo monetário já implementado parece compatível com os impactos econômicos da pandemia da Covid-19. Para as próximas reuniões, o Comitê vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”, afirma o comunicado da decisão. A decisão do Copom foi baseada no impacto recessivo da Covid-19 sobre a economia, o que tem reduzido os índices de inflação neste momento. Em abril e maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, apresentou deflação, em grande parte pela queda da demanda. Economistas já preveem a alta dos preços este ano a menos de 2%, número aquém do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4%.

Atividade econômica cai 9,73% com efeitos do coronavírus Foto: Igor Do Vale/Getty Images

O fechamento de comércio e serviços não essenciais, que refletiu também na indústria fez com que o número de atividade econômica do Brasil caísse em março. Segundo o IBC-Br, medido pelo Banco Central, a retração foi de 9,73%, recorde da série histórica, iniciada em 2003. Conhecido como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br avalia a evolução da economia com informações sobre o nível de atividade dos setores de indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos. A queda brusca pode indicar o grau de recessão que o país caminha em 2020, que deve ficar na casa dos 6,5%, segundo estimativas do mercado financeiro, apesar de algumas instituições preverem quedas ainda mais bruscas. O Banco Mundial, por exemplo, estima recuo de 8% no PIB brasileiro neste ano. Em março, primeiro mês de impacto da Covid-19 na economia, o IBC-Br já havia registrado retração de 6,16% na comparação com fevereiro. Antes disso, o maior recuo havia sido de 3,96% em maio de 2018, refletindo os impactos da greve dos caminhoneiros. Os dados da atividade econômica de maio devem seguir a mesma tendência dos últimos meses, já que a reabertura gradual de atividades na maioria do país foi iniciada em junho. No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, de acordo com a instituição, o índice de atividade econômica registrou uma redução de 4,15%. Em 12 meses até abril de 2020, os números do BC indicam uma queda de 0,52% na prévia do PIB – sem ajuste sazonal. Divulgado mensalmente, o IBC-Br é considerado um termômetro do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado trimestralmente pelo IBGE. A divulgação oficial do sobre o desenvolvimento da economia no primeiro trimestre será divulgado no dia 29 de maio. Por ter formas diferentes de calcular a evolução da economia, nem sempre o IBC-Br e o PIB vêm com resultados semelhantes. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O IBC-Br usa estimativa das áreas e também dos impostos.

Crise: 69% dos brasileiros atrasaram alguma conta em maio, diz pesquisa Foto: David Sacks/Getty Images

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra que 69% dos brasileiros entraram em junho com contas vencidas de maio. A crise provocada pelo coronavírus, que já matou mais de 30.000 brasileiros, atingiu em cheio o orçamento das famílias, provocando inadimplência em todo o país. De acordo com a Veja, pelo levantamento, apenas 28,8% dos entrevistados disseram que sairiam de maio com todas as contas pagas. Já 27% disseram que pagariam a “maior parte” das contas, 31% pagariam a “menor parte” e 10,8% não pagariam nenhuma conta. O Nordeste, com 71,4%, e o Sul, com 70%, concentram a maior parcela de entrevistados que não conseguiram pagar todas as contas do mês. O Paraná Pesquisas ouviu 2.242 entrevistados em todo o país, entre os dias 22 a 25 de maio.

Governo estuda aumentar tarifas de pedágio durante pandemia Foto: Divulgação/FIEP

Empresários do setor de transportes organizam mobilização contra o reajuste das tarifas de pedágios, em discussão no governo. A informação é do presidente da Associação Nacional dos Usuários de Transportes, Luís Baldez, que teve acesso a um parecer da Advocacia-Geral da União que abre caminho para reajustar as tarifas de pedágio. O setor já foi a Paulo Guedes pedir apoio para evitar o reajuste em plena calamidade pública provocada pela pandemia. Segundo a Veja, o tema será debatido nesta quarta em reunião virtual do Fórum Nacional da Indústria coordenado pela Confederação Nacional da Indústria.

Brasileiro espera por viagens, hobbies, amigos e família na aposentadoria Foto: Pixabay

Um estudo inédito revelou as três maiores aspirações do brasileiro na hora de se aposentar. Segundo a Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria, em primeiro lugar está “viajar” (71%). Já o segundo e o terceiro desejos são “passar mais tempo com amigos e família” (63%) e “praticar novos hobbies” (60%). “As pessoas já estão prevendo a aposentadoria como uma fase ativa da vida. Desta forma, conciliar trabalho, mesmo que voluntário, com o tempo para atividades pessoais não são mutuamente exclusivos”, explica Leandro Palmeira, diretor de Pesquisa do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, responsável pelo estudo. De acordo com a Revista Veja, a Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria abrangeu 15 países. Foram ouvidas pessoas de Holanda, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Polônia, Hungria, EUA, Canadá, China, Japão, Índia, Brasil, Turquia e Austrália.

Com o passar das semanas, o agravamento da crise provocada pelo coronavírus e a instabilidade política fazem com que analistas do mercado financeiro revejam para baixo a previsão para a economia neste ano. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 1º, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve apresentar uma contração de 6,25% – na última semana, a estimativa era de queda de 5,89%. Essa é a 16ª revisão seguida que os economistas fazem para o PIB. De acordo com a Veja, o brutal recuo no desenvolvimento da economia brasileira neste ano já deu as primeiras mostras no resultado do primeiro trimestre do PIB, divulgado na última sexta-feira pelo IBGE. A queda de 1,5% de janeiro a março mostra o impacto da pandemia em uma economia em recuperação. Isso porque o primeiro caso de coronavírus no país foi registrado no fim de fevereiro e as medidas de distanciamento social, com o fechamento de comércios e serviços aconteceram na segunda quinzena de março. Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, já são mais de 524 mil casos e 29 mil mortes confirmadas. A crise do coronavírus atingiu o país no ano em que se esperava uma reação da economia, que dava sinais de recuperação da crise vivida entre 2015 e 2016. No início do ano, quando a pandemia do coronavírus estava concentrada na China e não se sabia ao certo quando e como chegaria ao Brasil, os especialistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa de 2,3%. Com o pior resultado dos últimos dez anos estimado para 2020, no contexto da crise anterior, esta década caminha para ser a pior década perdida da economia brasileira.

A lentidão na economia e o aumento dos gastos públicos do coronavírus fez com que o governo registrasse déficit mensal recorde nas contas públicas – de 92,902 bilhões de reais no mês de abril, informou nesta quinta-feira, 28, o Tesouro Nacional. Esse foi o pior resultado mensal da série histórica da instituição, iniciada em 1997. O rombo fiscal quase atingiu o valor registrado em todo o ano passado – que foi de 95 bilhões de reais. Se somados os quatro primeiros meses do ano, o déficit já é maior que em 2019: 95,7 bilhões de reais. De acordo com a Veja, o governo registra déficit primário quando as despesas superaram as receitas, mas não inclui os gastos com juros da dívida pública. Segundo o Tesouro, o déficit recorde de abril foi motivado por perda de arrecadação de 43 bilhões de reais diretamente relacionadas à pandemia do coronavírus, como redução do nível de atividade e adiamento no pagamento de tributos, além da redução de alguns impostos sobre produtos médicos. A pandemia também aumentou em 60 bilhões de reais os gastos públicos devido o pagamento de despesas com auxílio emergencial e linha de crédito para financiar a folha de salários das empresas, que começaram a ser pagas em abril.

Coronavírus: Balanço do governo indica alta do desemprego Foto: Reinaldo Canato/Veja

A equipe econômica do governo já nota os efeitos da pandemia do coronavírus no mercado de trabalho formal. Há aumento do desemprego já a partir de abril. Com a desaceleração da economia, as contratações com carteira assinada diminuíram, o que traz queda no ritmo de recolocações e aumenta a desocupação dos brasileiros. Segundo fontes do Ministério da Economia, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deve voltar a ser divulgado, depois de quase cinco meses, até o fim desta semana. As informações não são animadoras. O ritmo de demissões aumentou e as admissões arrefeceram. Na lógica de um mercado de trabalho dinâmico, no qual desligamentos e contratações acontecem aos milhares diariamente, é exatamente este movimento que anuncia um ciclo de alta do desemprego.

De acordo com a Veja, a volta da publicação do Caged também acenda uma luz que foi apagada desde o fim do ano passado. Tradicionalmente divulgado todos os meses, o indicador havia sumido das publicações do governo desde dezembro. E, no fim do ano passado, o último dado disponível do Caged, o Brasil tinha um estoque de 39 milhões empregos com carteira assinada. Este volume, o maior da série histórica, foi resultado de uma estabilidade da curva de demissões durante todo 2019 e da aceleração da de admissões. Enquanto que a média de desligamentos permaneceu próxima de cerca de 1,3 milhão de pessoas por mês, a de contratações oscilou mais, mas chegou a alcançar 1,5 milhão de novos empregos com carteira por mês. Isso mudou em 2020 após o início da crise, causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

A queda nas contratações em 2020, resulta em fechamento de postos de trabalho e, consequentemente, no aumento da fila do desemprego. A tendência é que a prevista depressão econômica — estimada em um tombo de 5,9% do PIB de acordo com o Boletim Focus desta segunda-feira, 25 — deteriore ainda mais o mercado de trabalho formal. A preocupação maior está no fato de que é uma característica do emprego no Brasil ser um dos últimos fatores a serem afetados por crises econômicas. A explicação está na burocracia e custo para demitir — muito mais alto do que em outros países. O problema é que a dificuldade para demitir se transforma na postergação da decisão de contratar quando a economia retoma, deixando mais lento o processo de geração de empregos.

Mesmo sem os dados oficiais do desemprego — que não são divulgados desde janeiro pela área econômica — o Ministério tem medido as demissões pelos pedidos de seguro-desemprego. Segundo o último balanço de pedidos de seguro-desemprego, houve um aumento de 9,6% nas solicitações entre janeiro e a primeira quinzena de maio, entre o mesmo período do ano passado. Isso significa cerca de 250 mil pedidos a mais de seguro-desemprego. Na avaliação da equipe econômica, apesar de o salto no número de pedidos não ser tão grande — como acontece em outros países, como os Estados Unidos — será o volume de admissões que definirá o ritmo de aumento do desemprego. Será exatamente isto o que o Caged mostrará nos próximos dias.

Na avaliação da equipe econômica, a trajetória só não será pior porque as medidas engendradas para combater a perda de postos formais têm se mostrado eficazes. O programa de redução de jornada ou suspensão de contratos, chamado de Bem, já foi pactuado para 8,1 milhões de trabalhadores até esta segunda-feira, 25. Esses funcionários da iniciativa privada, além de manterem os postos de trabalho durante a vigência das medidas — que variam de dois a três meses —, conquistam estabilidade e impedem que a curva mostra uma ascensão rápida do desemprego.

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Jair Bolsonaro amplia auxílio emergencial para mais de 7,5 milhões de pessoas Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, com vetos, o projeto que amplia a abrangência do auxílio emergencial. De acordo com a lei, publicada nesta sexta-feira, 15, no Diário Oficial da União, pessoas que foram obrigadas a declarar Imposto de Renda em 2018, podem pedir os 600 reais. A isenção da declaração há dois anos era uma das exigências do projeto original. Mães menores de 18 anos também podem pedir o auxílio. Com isso, pelo menos 7,5 milhões de pessoas a mais terão direito a receber o benefício assistencial e, possivelmente, o governo precisará abrir mais o cofre. De acordo com a Veja, o impacto calculado pelo Ministério da Economia é de 13,5 bilhões de reais em três meses. A conta leva em consideração apenas as pessoas que não podiam receber o auxílio porque tinham tido renda superior a 2.300 reais por mês (28,5 mil reais por ano) e, por isso, foram obrigadas a declarar Imposto de Renda. Na conta, não entra o cálculo da ampliação para as mães adolescentes. Para ter direito ao auxílio é necessário que a pessoa não trabalhe com carteira assinada ou receba benefícios do governo (com exceção ao Bolsa Família) e tenha tido renda em março de até meio salário mínimo (522,50 reais) ou renda familiar de até três salários mínimos (3.135 reais). Atualmente, o orçamento para o pagamento das três parcelas do programa está em 123,92 bilhões de reais.

Governo Federal começa a pagar hoje 2ª parcela do auxílio emergencial

O pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600, direcionado a trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores individuais (MEIs) que se cadastraram no programa, começa nesta segunda-feira. Quem tem Bolsa Família vai receber primeiro. De acordo com o jornal o Globo, quem tem conta poupança social digital aberta pela Caixa vai ter o dinheiro depositado na próxima quarta-feira, dia 20, mas só vai poder sacar o dinheiro a partir do dia 30. Os demais informais que vão receber o benefício também só poderão fazer saques a partir do dia 30. Os saques poderão ser feitos nas agências da Caixa ou em lotéricas. Não há data prevista para a terceira parcela. Segundo o governo, 58 milhões de pessoas estão aptas a receber o auxílio em todo o país. Desse total, 28 milhões não recebiam qualquer benefício social e se inscreveram pelo site da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Auxílio Emergencial.

No esforço de mitigar os danos econômicos imediatos ao país trazido pela pandemia do coronavírus, o déficit público nominal do país deve chegar a 1 trilhão de reais, estima o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida. Esse indicador inclui o rombo fiscal do setor público consolidado — estados, municípios e União — além da conta de juros da dívida. Em audiência pública online com o Congresso Nacional nesta quarta-feira, 14, o secretário enfatizou a importância da agenda reformista, pregada em todas as oportunidades possíveis pela equipe econômica. Se por um lado o governo precisa gastar em resposta a pandemia, seja por recursos para a saúde ou medidas para reforçar caixa das empresas e proteção social — a retomada necessita de compromisso no ajuste das contas. O recado é que, pós-pandemia, o Brasil mostrar que tem condições de ter controle das contas para que o investimento privado, necessário e fundamental para o crescimento, possa vir e impulsionar o avanço econômico. O 1 trilhão de reais mencionado por Mansueto corresponde a cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB). Sem contar os juros, o rombo está estimado em 700 bilhões de reais (cerca de 9% do PIB) por conta de mais gastos devido a pandemia. Com esse aumento do déficit, a dívida pública do país chegará a 90% do PIB.

Produção industrial baiana cai 5% entre fevereiro e março Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A produção industrial da Bahia teve recuo de -5% entre o mês de fevereiro e março, segundo a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) Regional. O estudo foi divulgado nesta quinta-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o G1, a queda intensifica o recuo de -0,8%, registrado entre janeiro e fevereiro deste ano. Por outro lado, em comparação com março de 2019, a produção cresceu (+5,8%). Na comparação anual, a indústria baiana teve o segundo melhor resultado entre as 15 regiões do país, abaixo apenas do Rio de Janeiro (9,4%). O desempenho do estado ficou bem acima do nacional (-3,8%). Foi ainda o melhor mês de março para a indústria da Bahia desde 2013, quando a produção havia crescido 6,1%.

O Governo Federal passou a prever oficialmente a recessão econômica no Brasil,  cenário já dado e claro no dia a dia do país desde que a pandemia causada pelo coronavírus atingiu em cheio o Brasil. Segundo estimativa divulgada nesta quarta-feira, 13, pelo Ministério da Economia, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá recuar 4,70% neste ano. A previsão anterior, feita em março, já durante a epidemia, era que o PIB ficasse estável, com variação positiva de 0,02% no ano. Porém, a escalada de casos e a extensão de medidas de distanciamento social para conter a pandemia faz com que a demanda seja menor, afundando o desenvolvimento da economia brasileira no ano e também tendo impactos ao longo prazo, algo enfatizado pela equipe econômica durante a apresentação dos dados e o principal argumento do presidente Jair Bolsonaro para o fim de medidas de distanciamento social tomadas por estados e municípios. Para 2021, a equipe econômica projeta crescimento de 3,20%, 0,10 ponto porcentual a menos que na estimativa feita em março. O patamar pré-crise seria atingido apenas em 2022. A projeção leva em conta a quarentena até o fim de maio. Caso o distanciamento social continue em boa parte do país, a queda na economia pode ser ainda maior. De acordo com o subsecretário de Política Econômica, Vladimir Teles, a cada duas semanas a mais de paralisação na maior parte do país, o efeito na queda do PIB é de 0,7%. Caso a quarentena se estenda até o fim de junho, o impacto na economia pode ser de queda de mais de 6% no Produto Interno Bruto. O corte significativo na previsão de crescimento, levando em consideração o fim da quarentena em maio, vem em linha com as estimativas que bancos e analistas de mercado. A agência de risco S&P prevê recuo de 4,61%, já Banco Mundial e FMI preveem queda das de 5% e 5,3%, respectivamente. No início da semana, o mercado financeiro brasileiro estimava recuo de 4,11%. A equipe econômica analisa que haverá queda do PIB no 1º e 2º trimestre, com volta de crescimento no 3º trimestre deste ano. Segundo o Ministério da Economia, quanto maior for o tempo da quarentena, que fecha comércios, serviços e outras atividades não essenciais, maior será o tombo no PIB e os efeitos em 2021. De acordo com a pasta, considerando o cenário de retomada cíclica até o segundo trimestre de 2021 (com fim da quarentena em maio e reabertura gradual das atividades), o PIB terá impacto semanal de 5 bilhões de reais no segundo semestre e 7,5 bilhões de reais em 2021.

Mais de 7 milhões de brasileiros já tiveram redução de jornada e salário ou suspensão do contrato de trabalho. De acordo com dados do Ministério da Economia, até as 11h desta terça-feira (12), o programa criado para minimizar os impactos da pandemia de coronavírus e preservar empregos formais já reunia um total de 7,19 milhões de acordos fechados entre empresas e trabalhadores. De acordo com o G1, esse número representa 20,7% dos empregados com carteira de trabalho no setor privado. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua) do IBGE, o país tinha no trimestre encerrado em março 34.736 trabalhadores formais, incluindo os domésticos. Ou seja, 1 em cada 5 trabalhadores formais já teve corte de salário ou contrato suspenso no país. Em razão da pandemia, o governo autorizou redução de jornada e salário de 25%, 50% ou de 70% por um prazo máximo de 90 dias. A medida também permite a suspensão total do contrato de trabalho por até dois meses. Pelas regras do chamado Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), os trabalhadores que tiveram corte na jornada e no salário vão receber do governo uma complementação financeira equivalente a uma parte do seguro-desemprego a que teriam direito se fossem demitidos. Já os com contrato suspenso vão receber o valor mensal do seguro-desemprego. O programa também prevê auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores intermitentes com contrato de trabalho formalizado.  Medida Provisória 936 que criou o programa prevê também a garantia provisória no emprego por um período igual ao da suspensão do contrato ou da redução da jornada. A medida já tem força de lei e já recebeu o aval do Supremo Tribunal Federal, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar uma lei em definitivo.

O corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na noite desta quarta-feira, 6, surpreendeu boa parte dos agentes do mercado financeiro. A redução em si já era esperada, mas em uma escala menor, de até 0,50 ponto percentual. Foi a sétima vez consecutiva que o Banco Central revisou o indicador para baixo, agora a 3% ao ano, o menor nível da história. Com isso, espera-se que o Brasil consiga manter o nível de investimento para fomentar a economia em tempos de novo coronavírus. A autoridade monetária, no entanto, já deu indícios de que realizará ao menos um novo corte para o indicador em 2020. Segundo comunicado, a instituição “considera um novo ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19”. Sendo assim, o comitê deixa claro que deve, nos próximos encontros, reduzir a taxa de juros para até 2,25% ao ano. Diante deste cenário de incerteza, alguns analistas começam a fazer suas apostas: as projeções são, em alguns casos, de que a Selic possa cair para a faixa de 2% ao fim deste ano. Com a Selic ao menor patamar histórico, o país deve registrar, pela primeira vez na história, juro real negativo. Isso significa que a inflação, medida pelo IPCA, irá superar o juro nominal ou o valor real dos juros serão menores do que a inflação. Esse cenário implica ainda numa mudança de comportamento dos investidores individuais. Num momento em que a renda fixa perde a atratividade, especialistas acreditam que a hora exige um perfil mais arrojado no mercado de ações, por exemplo. Hoje, mais de 2,4 milhões de pessoas investem na bolsa de valores brasileira.

 Comércio estima queda de 36% nas vendas para o Dia das Mães Foto: Reginaldo Ipê/Tribuna da Bahia

Considerada a segunda data mais importante do varejo nacional, o Dia das Mães, em 2020, deverá sofrer um forte impacto por conta da pandemia da Covid-19. De acordo com a Fecomércio-BA, as vendas do setor varejista, para o período, devem cair 36% em relação a 2019. Em valores, as perdas devem ser de cerca de R$ 500 milhões. De acordo com Guilherme Dietze, consultor econômico da entidade, as quedas mais relevantes devem ser das atividades que tiveram que manter suas portas fechadas devido ao decreto de quarentena. Segundo o especialista, as lojas de móveis e decoração devem ter uma retração de 90%. Na sequência, vem o comércio de eletroeletrônicos com expectativa de recuo de 78% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a retração esperada para o varejo de vestuário, tecidos e calçados é de 71%. Por outro lado, os setores que estão com expectativas menos pessimistas são os básicos de consumo, farmácias e supermercados, com quedas de 6% e 3%, respectivamente. Após a Páscoa ter sido também bastante atingida pela crise provocada pela Covid-19, com dados preliminares de retração de 5,9%, a expectativa negativa também se impõe sobre o Dia das Mães. As informações são do jornal Tribuna da Bahia.

Quase 500 mil declarações de Imposto de Renda foram enviadas na Bahia Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A pandemia do coronavírus fez a Receita Federal prorrogar até o dia 30 de junho a entrega da declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em todo o Brasil. Na Bahia, o órgão recebeu, até esta terça-feira (28), 497.577 declarações. Contudo, o número ainda está distante do esperado no estado, de 1.277.000 milhão, segundo o Governo Federal. Embora a data de entrega das declarações tenha sido prorrogada, a Receita afirma que está mantido o cronograma original dos lotes de restituições a partir de maio. O contribuinte que ainda não fez a declaração de renda na Bahia pode fazer de modo gratuito com a ajuda de algumas universidades.

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