Além da estiagem, o vereador José Carlos dos Reis (PSB), líder do prefeito Aguiberto Lima Dias (PDT) no legislativo, culpa a Embasa pela queda no volume de água na Barragem de Cristalândia, em Brumado. Segundo ele, sem uma visão antecipada da crise hídrica e na falta de um planejamento controlado e responsável, a empresa cedeu a água bruta da barragem para uso das empresas que estão trabalhando na construção do Parque Eólico, pondo em risco o abastecimento nas cidades assistidas. O vereador argumentou que a obra poderia estar captando água da barragem desativada do Rio do Antônio, na sede do município, o que iria gerar apenas ônus de transporte, mas não ameaçaria o abastecimento dos municípios de Brumado e Malhada de Pedras.
“Não sou contra as obras do parque eólico, bem pelo contrário, mas a Embasa não poderia ceder essa água, que é principalmente para o consumo humano. Esse acordo de cavalheiros entre a estatal baiana e a obra eólica poderá comprometer muito o fornecimento de água e deixar milhares de pessoas sem o precioso líquido. Faltou respeito e responsabilidade da Embasa com as duas comunidades”, criticou o parlamentar. O site Brumado Notícias apurou que a água retirada pelas empresas na obra do parque eólico tem sido utilizada para molhar as estradas vicinais a fim de diminuir a poeira por conta da constante circulação de veículos nas comunidades e na concretagem das bases onde serão instalados os aerogeradores. O volume da Barragem de Cristalândia nunca esteve tão baixo como nos últimos meses, o que causou estranheza e preocupação nos consumidores das duas localidades, uma vez que a barragem transbordou no início do ano, com as chuvas do mês de janeiro. Atualmente, a barragem está com o nível cinco metros abaixo da sua capacidade máxima.