Buscando uma alternativa natural e acessível para aliviar dores, as estudantes do Colégio Estadual de Tempo Integral Antônio Batista, de Candiba, Iasmyn Vitória Teixeira Melo e Maria Luisa da Trindade Silva, com orientação de Caio Ceza Nunes, desenvolveram um spray terapêutico à base de mastruz, folhas de cânfora, cachaça e plantas medicinais que possuem propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antimicrobianas. Segundo as estudantes, a receita foi inspirada em suas avós, que utilizavam essas ervas em casos de inflamação. Após selecionar os ingredientes, a dupla se dedicou a estudar as propriedades e os benefícios de cada componente para desenvolver a fórmula do spray. A cânfora possui propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, que aliviam as dores locais, estimulam a circulação sanguínea da área afetada, acelerando o processo de cicatrização, e proporciona um efeito refrescante que reduz o desconforto. O mastruz apresenta diversas propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas. Já o álcool presente na cachaça tem ação antisséptica e antimicrobiana, podendo ajudar a prevenir infecções nas áreas inflamadas. O trabalho deve ser expandido, com novos produtos acrescentados à mistura, como, por exemplo, a arnica e o girassol.
Alunas do Colégio Estadual do Campo Pedro Atanásio Garcia, localizado no Distrito de Maniaçu, em Caetité, brilharam na Tenda da Ciência 2025. O evento foi promovido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) de Guanambi em maio. As estudantes Nayara Keuren e Naiara Moreira, sob orientação da professora Cristiane Santana Soares, receberam a medalha “Meninas da Ciência”, que reconhece a participação feminina em projetos de destaque na área científica. Elas desenvolveram um creme hidratante natural com cera de abelha e óleo de coco para tratamento de pés rachados. A proposta alia sustentabilidade e saúde ao oferecer uma alternativa natural e acessível para o cuidado dos pés. O outro projeto premiado, de uma cola natural e sustentável a partir do quiabento, foi desenvolvido pelas alunas Marianne Fernandes, Bruna Couto e Bianca Dias, com orientação da professora Juliana Pires. O estudo explora o uso do quiabento, planta típica da caatinga, como base para uma cola ecológica capaz de substituir adesivos sintéticos. A proposta foi selecionada para representar a Escola na Febrace - Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, maior evento científico estudantil do Brasil, realizado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
A ansiedade é uma reação natural do organismo, mas, quando se manifesta de forma frequente e intensa, pode se tornar um transtorno psicológico. O Brasil é o país com mais casos de transtornos de ansiedade no mundo, com cerca de 18 milhões de pessoas afetadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao identificar a dimensão do problema, as estudantes Emília Vieira Araújo e Tainara Rocha de Oliveira, do Colégio de Tempo Integral Antônio Batista, em Candiba, desenvolveram, sob orientação da professora Marciele de Oliveira, um óleo corporal à base de capim-santo, com efeito calmante que ajuda a aliviar os sintomas da ansiedade. A ideia surgiu na aula de iniciação científica.
A planta capim-santo foi escolhida após a equipe identificar propriedades que contribuem para o relaxamento do corpo. “Nossa pesquisa mostra que seus componentes, como o citral, promovem relaxamento e sensação de calma. O aroma da planta ajuda a diminuir sintomas como aceleração dos batimentos cardíacos e agitação. A receita tem na sua composição o extrato de capim-santo e óleo de coco, sendo, portanto, 100% natural”, explicou Marciele. O projeto, que conta com o apoio da Secretaria da Educação (SEC), passou por uma fase de testes e será aprimorado. Os voluntários confirmaram que o óleo proporcionou bem-estar, alívio dos sintomas da ansiedade e melhora na qualidade do sono.
O Brasil tinha 14,4 milhões de pessoas com deficiência em 2022, de acordo com dados preliminares do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (23). O número corresponde a 7,3% das 198,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade na população. O “Censo Demográfico 2022: Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista – Resultados preliminares da amostra” apontou, ainda, que os idosos com 60 anos ou mais representavam 45,4% das pessoas com deficiência, enquanto na população sem deficiência eles eram 14%. Além disso, a população de mulheres com deficiência (8,3 milhões) era maior do que a de homens (6,1 milhões). Em todas as Grandes Regiões do país, o público feminino com deficiência era maior do que o masculino, o que pode ser explicado pela maior expectativa de vida das mulheres na população brasileira. Nos nove estados do Nordeste, os percentuais de pessoas com deficiência superaram a média nacional (7,3%). Alagoas tinha a maior proporção de pessoas com deficiência do país (9,6%) na sua população, seguido pelo Piauí (9,3%), Ceará e Pernambuco (ambos com 8,9%). Fora do Nordeste, o Rio de Janeiro foi o estado com maior proporção (7,4%). Já as menores proporções de pessoas com deficiência foram observadas em Roraima (5,6%), Mato Grosso (5,7%) e Santa Catarina (6,0%). “Embora ainda não seja possível avaliar através dos dados do Censo 2022, a relação da incidência de deficiência com a renda, há estudos que identificam uma correlação entre a prevalência da deficiência com menor acesso a serviços básicos, educação, saúde e qualidade de vida em geral”, observa Luciana dos Santos, analista do IBGE. “Nesse contexto, a Região Nordeste, historicamente marcada por baixos índices de desenvolvimento humano, acaba sendo mais vulnerável a circunstâncias que podem causar deficiência, como má nutrição, falta de acesso à saúde etc. Ou seja, a maior incidência de deficiência no Nordeste é um reflexo das desigualdades sociais e econômicas da região”, completa. De acordo com as categorias de cor ou raça, o Censo 2022 mostrou que a maioria das pessoas com deficiência no Brasil se identificava como parda (6,4 milhões) ou branca (6,1 milhões). Em seguida, vinham as pessoas pretas com deficiência, com aproximadamente 1,8 milhão; indígenas (considerando apenas o critério de cor ou raça) com 78 mil; e amarelas, com 55 mil.
A acne é uma doença inflamatória da pele causada pela obstrução dos folículos pilosos por sebo e células mortas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ela afeta cerca de 56% da população brasileira, sendo o problema dermatológico mais comum no país. Ao lidar com esse incômodo na própria pele, a estudante Valéria Pereira, do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, em Guanambi, desenvolveu, junto com Eduarda Diamantino e sob orientação de Elizangela Souza, um creme à base de tomate-cereja para combater a acne. Valéria utilizava o tomate-cereja como esfoliante na pele para remover cravos, espinhas e excesso de oleosidade. “Então, pensando nisso, ela se organizou com mais uma colega e foram pesquisar, fazer uma busca de artigos que já tivessem feito pesquisas envolvendo o tomate-cereja no tratamento de acne”, explicou Souza. O creme tem como principal ingrediente o tomate-cereja, que possui propriedades eficazes no combate à acne. O licopeno do tomate é um carotenoide antioxidante e atua na proteção da pele, prevenindo o envelhecimento e reduzindo a aparência e a formação de rugas e manchas, como o melasma. O produto também conta com um hidratante umectante à base de glicerina, que tem ação antioxidante, ajuda a restaurar e devolver o viço da pele, além de recompor a hidratação, proporcionando uma aparência saudável. A fase de análise do produto já foi finalizada, com resultados promissores. A equipe conta com o apoio da Secretaria da Educação (SEC).
Em Rio do Antônio, as estudantes Tauany da Silva Santos e Joseanne Santos Ribeiro, ambas de 16 anos, do Colégio Estadual de Tempo Integral, criaram o projeto “Cicatriveck”, uma pomada cicatrizante 100% natural feita a partir da folha de mandioca. Movidas pela necessidade de oferecer uma solução acessível aos pequenos criadores da região, elas reuniram ciência, sustentabilidade e saberes tradicionais para acelerar a cicatrização de feridas em animais e reduzir o uso de antibióticos sintéticos. O desenvolvimento da pomada se deu a partir da identificação da dificuldade dos pequenos criadores da região em tratar ferimentos nos animais com produtos acessíveis e naturais. Os testes para a criação do produto foram iniciados em abril de 2024, quando as jovens isolaram e padronizaram os compostos bioativos da folha de mandioca. A aplicação inicial em um animal ocorreu em maio do mesmo ano e, após dez dias consecutivos de uso, observou?se redução visível na inflamação e início da regeneração tecidual. Além da mandioca, a fórmula utiliza barbatimão, conhecido por suas propriedades antimicrobianas, babosa, que acelera a renovação celular, e mastruz, de ação anti-inflamatória. A combinação desses ingredientes resulta em um produto que não só protege a ferida contra infecções, mas também estimula o reparo natural da pele. O perfil @pomada_natural no Instagram mostra os resultados do uso do produto.
As doenças respiratórias fazem parte do cotidiano e podem variar de quadros leves a graves, com sintomas como febre, dor no corpo e inflamação na garganta. Nos três primeiros meses de 2025, a Fiocruz registrou 21.498 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em Candiba, as estudantes Ana Clara Guimarães, Lavínia Viana e Erica Rayssa Junqueira, do Colégio Estadual de Tempo Integral Antônio Batista, com orientação do professor Daniel Rocha, criaram uma bala à base de romã para aliviar os sintomas gripais. A ideia de desenvolver a bala surgiu durante uma epidemia de gripe na cidade. "O hospital estava lotado por atendimentos de infecções virais e alergias na garganta. Para ajudar, decidimos criar algo que pudesse aliviar os sintomas, usando uma receita caseira que vem sendo passada por gerações em nossas famílias. A bala foi desenvolvida com a finalidade de amenizar os sintomas de infecções bucofaríngeas e sintomas da gripe", explicou Ana Clara. Segundo as jovens cientistas, a bala contém outros ingredientes que, juntos, promovem ação antibacteriana e anti-inflamatória. As cascas de romã são ricas em flavonoides e taninos, que formam a base antioxidante do produto. Já a ação antibacteriana é potencializada por ingredientes complementares, como limão, suas cascas e mel. O projeto tem o apoio da Secretaria da Educação (SEC) e passou por diferentes etapas de testes, todos com resultados positivos.
A epidemia de dengue, causada pelo mosquito aedes aegypti, segue como um desafio para a saúde pública. Na Bahia, por exemplo, a Secretaria da Saúde (Sesab) registrou 232 mil casos prováveis da doença em 2024. Buscando uma alternativa natural para combater esse vetor e outras arboviroses, os estudantes Gabriel Teixeira, Yan Alves e João Paulo Almeida, do Colégio Estadual de Correntina, na região oeste da Bahia, desenvolveram um repelente à base de cravo, capim santo, casca de laranja e óleos naturais. O jovem cientista João Paulo explicou que os ingredientes foram selecionados por conterem substâncias que, juntas, combatem diretamente o aedes aegypti e outros insetos. Segundo ele, trata-se de um produto sustentável e de baixo custo. Os testes foram realizados em diferentes tipos de peles e os resultados foram promissores. Com o apoio da Secretaria da Educação (SEC) e sob orientação da professora Zélia Nascimento, os estudantes afirmam que qualquer pessoa pode produzir o produto de forma caseira. “O repelente é feito de elementos naturais que podem ser facilmente comprados e, se armazenados da maneira correta, qualquer pessoa pode fazer em casa para se proteger das arboviroses causadas pelo aedes aegypti”, concluiu Paulo.
O campus do Instituto Federal da Bahia (IFBA) em Brumado foi o cenário do III Festival de Arte, Cultura e Consciência Negra, evento que destaca a riqueza e a vitalidade da cultura afro-brasileira. Realizado entre os dias 29 e 30 de novembro, o festival envolveu a comunidade acadêmica e a população em uma ampla programação que se expande para além dos muros do instituto, ocupando também a Praça Coronel Zeca Leite, a Praça da Prefeitura. Coordenado por professores e estudantes, o evento teve como objetivo promover a valorização da cultura negra, abordando suas manifestações artísticas e seu papel transformador. No campus, os participantes têm acesso a oficinas, mesas de discussão, barracas de artesanato local e palcos abertos para apresentações culturais. Na Praça da Prefeitura, o público prestigiou performances de dança, música, capoeira e até um desfile de beleza negra. “O festival não foi exclusivo do campus de Brumado. Ele foi um evento do IFBA, pensado para integrar a comunidade acadêmica com o público externo”, explicou o professor de Filosofia Tiago Melgaço, um dos organizadores. “A negritude não deve ser lembrada apenas pela violência, mas também pela alegria, criatividade e multiplicidade de intervenções artísticas que a cultura negra produziu e ainda produzirá. Estamos discutindo o passado, o presente e o futuro através do lema ‘Na Minha Pele Negra Tem Arte e Cultura’”, destacou Monique Carvalho, professora de Português e também integrante da coordenação. O festival reuniu representações de sete campi do IFBA e associações regionais, consolidando Brumado como um polo de integração cultural no sudoeste baiano. Para os organizadores, esse tipo de evento reforça a importância da educação na valorização da ancestralidade e no combate ao racismo estrutural.
Nesta terça-feira (26), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) promoveu o evento Novembro Negro em Brumado. A iniciativa, em alusão ao Dia da Consciência Negra, dedicou-se à reflexão, troca de saberes e aprendizado sobre a cultura e a resistência da população negra no Brasil. O Novembro Negro reuniu estudantes, professores e a comunidade para um dia inteiro de atividades que destacaram a importância da resistência negra ao longo da história e os desafios contemporâneos no combate às desigualdades raciais.
O Dia da Consciência Negra em Guanambi foi celebrado com um evento inesquecível, que reafirmou a importância da data e o orgulho pela cultura afro-brasileira. Mantendo a tradição de mais de 30 anos, a Banda Alodê realizou uma apresentação emocionante na Praça do Feijão, consolidando sua relevância no cenário cultural da cidade. Neste ano, a celebração contou com o apoio da Secretaria de Cultura e da Prefeitura Municipal, sob a gestão do prefeito Arnaldo Azevedo. A programação da noite teve início com a aguardada apresentação do cantor Edson Gomes. Com sua energia contagiante, ele preparou o público para a entrada triunfal da Banda Alodê, que subiu ao palco às 2h da madrugada. A Banda Alodê trouxe novidades neste ano, com a participação dos artistas Roberta Correia, Jean O Bicheiro e Nilmara Sena, que encantaram e eletrizaram a plateia. Além disso, os talentos locais Jardel Pereira e Cláudio Oliveira, junto com os percussionistas e dançarinos da banda, garantiram um espetáculo repleto de axé, alegria e identidade cultural. O show reuniu milhares de pessoas na Praça do Feijão.
Em Brumado, nesta quinta-feira (21), o Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Meio Ambiente (CEEP) e a 21ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) promoveram uma roda de conversa com os alunos da unidade de ensino em alusão ao Dia da Consciência Negra. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Gonçalo Lírio, que faz parte da direção do CEEP, destacou que o mês de novembro é bastante simbólico para o movimento negro e o evento busca dar uma visibilidade maior à temática. “A OAB e o CEEP não poderiam ficar de fora dessa discussão. O ambiente educacional precisa promover discussões como essa, uma vez que pode refletir diretamente na condição do aluno enquanto ser social. Foi uma troca muito positiva”, avaliou. Na oportunidade, advogados da OAB falaram sobre a luta pela igualdade racial do ponto de vista jurídico. Segundo Lírio, apesar dos avanços, o racismo ainda é muito forte, principalmente quando se trata de acesso à saúde, educação, moradia, entre tantas outros. Em Brumado, conforme apontou, o racismo religioso é o mais praticado de forma geral. “Aos poucos, estamos evoluindo. Temos discutido mais e dado visibilidade às violências, com o uso da internet inclusive. Temos buscado mudar positivamente a nossa realidade”, finalizou.
Diversos eventos culturais serão realizados na cidade de Guanambi em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20). As comemorações tiveram início desde o dia 15/11. Ao site Achei Sudoeste, Fátima Brito, organizadora das festividades, disse que o grupo Afromaleko já realizou no Bairro Monte Pascoal um evento de percussão, denominado Percusom, voltado para crianças e adolescentes. Também já foi promovido um samba de roda com o grupo de capoeira Esperança Cultural. Nesta terça-feira (19), segundo Brito, será realizado um grande cortejo afro na cidade, com saída do Bairro Monte Pascoal em direção à Praça do Feijão. Foram vendidos mais de 350 abadás para o evento, que tem início previsto para às 19h. O cortejo está sendo promovido em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e demais agentes culturais. Ao final da caminhada, serão realizados shows musicais na Praça do Feijão. A principal atração é o cantor Edson Gomes. Na quarta-feira (20), o evento Afro Homenageia busca homenagear figuras representativas do povo negro da cidade. Quatro categorias serão premiadas no Memorial Casa de Dona Dede, a partir de 19h. O encerramento das celebrações será na quinta-feira (21), com uma miniconferência no auditório da OAB. Na oportunidade, segundo Fátima, alguns palestrantes irão falar acerca de temas voltados às questões raciais. Mais algumas apresentações culturais acontecerão durante o bate-papo. “Será um momento cultural de reflexão”, resumiu.
O 15º Encontro de Quilombos será realizado na comunidade quilombola de Pau Ferro, na região de Maniaçu, em Caetité, nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra. À frente da organização do evento, a professora Rosimaria Juazeiro informou ao site Achei Sudoeste que no município existem 14 comunidades quilombolas e mais de 10 em processo de certificação. Em 2010, quando as primeiras comunidades receberam a titulação da Fundação Palmares, o projeto foi iniciado para entrega das certidões. “Acabou virando tradição. Já são quinze anos. Esta é a 15ª edição de um grande evento que abrange mais de 1 mil pessoas de comunidades quilombolas da cidade e da região”, destacou. Há 12 anos, o projeto passou a ser itinerante, sendo promovido a cada ano em uma comunidade quilombola diferente. Segundo Juazeiro, a ideia é trocar conhecimentos e saberes, bem como dar visibilidade à história desses povos. “É uma forma que encontramos de ter essa troca, de um conhecer mais o outro, de conhecermos mais os quilombos. Porque a história do povo preto do interior sempre foi de invisibilidade, não aparece nos livros, nas narrativas e nas memórias das cidades”, afirmou. Além de Caetité, o evento reúne povoações quilombolas rurais de Ibiassucê, Lagoa Real, Palmas de Monte Alto, Igaporã, Tanque Novo, Pindaí e Candiba. A professora salientou que o encontro é para além de um momento de celebração, mas de pensar e discutir formas de assegurar os direitos do povo preto dos quilombos. “O evento não é só mais de Caetité. Cresceu tanto que tomou uma proporção regional. É muito importante vermos o protagonismo dessas comunidades. É um momento de festejar e celebrar o 20 de novembro e discutir políticas públicas reparatórias para o povo preto”, finalizou. Em Caetité, o dia 20 já era feriado municipal, as escolas possuem disciplinas que tratam sobre a identidade afro-brasileira e indígena, há uma lei que institui cotas raciais em concursos públicos e um conselho municipal de promoção da igualdade racial. No Território do Sertão Produtivo, Palmas de Monte Alto detém o maior número de comunidades quilombolas, seguido de Caetité.
Um sabonete à base de babosa, mel e açafrão foi desenvolvido por estudantes de Santa Maria da Vitória, no oeste da Bahia. O objetivo de Émily Hana e Ana Clara Pereira, orientadas pela professora Eugênia de Queirós, era trazer um produto de baixo custo para auxiliar na saúde e bem-estar de equídeos, como cavalos, jegues e burros. Batizado de CicatrizAção, o produto tem propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes devido aos ingredientes naturais, o que auxilia no processo de cura dos animais. A iniciativa ocorre em um estado com um rebanho de equídeos de mais de 500 mil animais, segundo dados da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adab). “Observamos que, embora o mercado de produtos veterinários seja diversificado, existe uma lacuna no que diz respeito ao uso de ingredientes naturais e seguros para a saúde animal. A combinação entre babosa, mel e açafrão foi escolhida por suas propriedades curativas e cicatrizantes comprovadas”, diz Émily Hana, que estuda no Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Rio Corrente. Conforme a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), os testes realizados com um grupo de voluntários, proprietários de equinos, demonstraram índices promissores de cura. A equipe, que tem apoio da Secretaria da Educação e de veterinários, projeta próximos passos. “Queremos ampliar os testes e a produção para garantir a consistência do produto e a sua eficácia. Também estamos trabalhando para obter certificações de segurança e qualidade, além de registrar o produto junto aos órgãos competentes. A expectativa é expandir o uso para diferentes tipos de animais e, eventualmente, buscar parcerias com clínicas veterinárias e pet shops”, afirma Ana.
Em Brumado, o Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Meio Ambiente (CEEP) abriu as celebrações em alusão ao Dia da Consciência Negra com uma caminhada no último sábado (09). A fanfarra do CEEP tocou ritmos de origem africana e os seus membros foram caracterizados com vestimentas típicas. Ao site Achei Sudoeste, a coordenadora pedagógica Bárbara Cristina destacou que a caminhada, durante todo seu trajeto do CEEP até a Feira Livre, buscou chamar a atenção da população para temas como racismo, menor acesso dos jovens negros e negras ao mercado de trabalho, menos oportunidades de ensino, saúde da mulher negra, entre tantos outros. Segundo a coordenadora, a adesão dos populares ao longo do movimento foi muito boa. “Fizemos um trabalho ao longo do ano, que faz parte do nosso projeto político pedagógico. Todos aderiram. Conscientizar é o que importa para o projeto em si”, disse. O professor Marcos Antony ressaltou que a importância do movimento negro tem de ser lembrada a todo tempo, especialmente em momentos como esse. “A consciência negra não é só um dia, são todos os dias”, defendeu. A programação especial do Dia da Consciência Negra acontecerá durante todo mês de novembro no CEEP, com palestras e atividades em sala de aula.
O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro, mas o Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Meio Ambiente (CEEP) já deu início a uma programação especial para trabalhar o tema junto aos alunos em Brumado. Ao site Achei Sudoeste, a coordenadora pedagógica Bárbara Cristina informou que, neste sábado (09), a unidade promoverá uma caminhada para chamar atenção para a pauta. A ideia, segundo explicou, é dar visibilidade para temas como racismo, menor acesso dos jovens negros e negras ao mercado de trabalho, menos oportunidades de ensino, saúde da mulher negra, entre tantos outros. “É uma caminhada de conscientização”, definiu. A fanfarra do CEEP presente na caminhada irá tocar ritmos de origem africana e os seus membros estarão caracterizados com vestimentas típicas. Organizador do evento, Gonçalo Lírio frisou que o Dia da Consciência Negra marca um movimento histórico no país e iniciativas como estas do CEEP buscam conscientizar a comunidade sobre as lutas do povo negro. “Momentos como esses são essenciais. Espaços como as escolas precisam visitar e chamar a atenção para esses temas”, defendeu. A caminhada será iniciada às 8h, em frente à própria unidade de ensino.
De acordo com dados da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aproximadamente 30% de todo o lixo colhido no Brasil tem potencial de reciclagem, mas apenas 3% são reaproveitados e transformados novamente em produtos. Entre as diferentes formas de reciclar os resíduos, em Santa Maria da Vitória, cidade do oeste baiano, Emanuelly Dourado e Emili Moura, estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Rio Corrente, utilizaram os descartes para desenvolver kits laboratoriais. A ideia do projeto é ampliar os equipamentos do espaço de estudo, além de promover a educação ambiental. A jovem cientista Emanuelly conta que o grande objetivo da proposta é envolver os estudantes durante todo processo de fabricação. “O propósito é reciclar materiais de baixo custo e transformar em produtos que serão utilizados no cotidiano dos alunos. Essa é uma alternativa para instigar a curiosidade e o aprendizado do ensino científico entre os jovens”, conta. Até o momento, 12 tipos de equipamentos estão inclusos no kit, contendo balança, tubos de ensaio, manuais de ensino, entre outros utensílios. Ainda em desenvolvimento, o projeto tem retorno positivo dos professores, que certificam a eficácia dos produtos na experiência de ensino e aprendizagem. “A maior parte dos materiais produzidos no kit possui autoria de criação, ou seja, o estudante colabora com o projeto e vivencia a aprendizagem de modo prático. Esse é o diferencial do nosso produto. Ele conta com o auxílio dos alunos, da comunidade e dos professores”, acrescenta a estudante pesquisadora. As idealizadoras do projeto, que integra o Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação, contam com a orientação da professora Eugênia Silva. As meninas almejam, além de ampliar a produção com novas turmas participantes, distribuir os kits em regiões vizinhas que ainda não foram favorecidas.
A estudante Vitória Cristina dos Santos, 18 anos, do Colégio Estadual Everton Oliveira de Santana, no Distrito de Favelândia, em Bom Jesus da Lapa, na região oeste da Bahia, foi aprovada na Banca de Estudos 2024, do Programa Futuras Cientistas. Realizada pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a iniciativa busca preparar seu público-alvo para o Exame do Ensino Médio (Enem) e instigar a participação feminina no meio científico e tecnológico. A ideia é promover o desenvolvimento do pensamento e de atividades científicas transdisciplinares, reduzindo barreiras para o acesso e a permanência de meninas e mulheres nos espaços científicos. Segundo Vitória Cristina, a sua aprovação é uma conquista pessoal muito significativa. “Foi muito importante para minha vida escolar. Esta realização é fruto de muita dedicação minha, por sempre buscar aprender, e de todos os envolvidos em transmitir conteúdos fundamentais, em especial a professora Gabriela, que me apresentou o projeto e me incentivou a fazer a inscrição”, afirmou.
De olho no potencial do mercado de animais de estimação, em Candiba, estudantes do Colégio Estadual Antônio Batista, Ana Prado, Camille Teixeira e Larissa Oliveira, desenvolveram um sabonete à base da planta melão-de-são-caetano como uma possível alternativa econômica para a higiene de cachorros. Através de estudos, as jovens pesquisadoras observaram que o extrato do vegetal tem propriedades eficazes no combate contra infestação por ectoparasitas e que parte da comunidade local já o utilizava nos cuidados com pets. Orientadora do projeto, Luzimária Barros, explicou que a planta elimina em torno de 90% de companheiros indesejados, como pulgas. “Em apenas um banho, notamos que os insetos e as sarnas diminuíram consideravelmente”, afirmou. Com propriedades antiparasitárias, cicatrizantes, antibióticas, antivirais e inseticidas, a planta possui diversos bioativos que garantem o resultado do produto. O projeto, que integra o Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação, ajuda no combate à infestação por pulgas e carrapatos, problema recorrente em cães e que pode acarretar doenças aos animais e seus tutores.
A falta de cuidado odontológico pode causar problemas graves de saúde bucal. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 15% da população cuida da higiene oral com regularidade. Pensando em um produto sustentável, de baixo custo e eficaz, os estudantes do Colégio Estadual Antônio Batista, do município de Candiba, Késia dos Santos, Marina Alves e Osvaldino de Souza desenvolveram durante a mostra de iniciação científica estudantil um creme dental orgânico com componentes da caatinga. Segundo Késia, o extrato do juazeiro e a hortelã são uma alternativa sustentável para as pessoas que não têm condições financeiras de manter a saúde bucal através de meios convencionais. Ela explica que os ingredientes naturais têm propriedades antissépticas, antimicrobianas, anti-inflamatórias, clareadoras e antifúngicas. Os alunos, que contam com apoio do orientador William Oliveira, acreditam que o produto atenderá às necessidades locais. O projeto é desenvolvido no Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação (SEC).
Os projetos desenvolvidos no âmbito do Ciência na Escola, programa criado pela Secretaria da Educação do estado (SEC) para estimular o ingresso ao mundo científico em sala de aula, geram resultados concretos. Oito instituições públicas estaduais são finalistas da 22ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), iniciativa que promove o engajamento dos professores no desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras em sala de aula e também aproxima as escolas públicas e privadas das universidades. O evento acontece na capital paulista, de segunda (18) à sexta-feira (22). Nesta edição, foi registrado o recorde de mais de dois mil projetos inscritos e 500 semifinalistas, como o que foi desenvolvido pelos estudantes Ruan Donato, Maria Júlia de Oliveira e Isadora Fernandes no Colégio Estadual Antônio Batista, do município de Candiba. Eles analisaram a eficiência do extrato de plantas nativas da caatinga, como larvicida natural, menos tóxica do que os fabricados artificialmente, no combate ao Aedes Aegypti, vetor de doenças como dengue, chikungunya e zika. O orientador da equipe, o professor de Biologia William Oliveira Nascimento ressalta que a participação nesta edição é uma grande realização, não só para a comunidade escolar, mas para toda a Bahia e para o país, especialmente diante do aumento de casos de arboviroses.
Em Livramento de Nossa Senhora, na região sudoeste da Bahia, as comunidades quilombolas lutam para que o 20 de novembro seja considerado feriado tamanha a importância da data. Hoje, o município conta com 14 comunidades quilombolas, totalizando cerca de 3 mil pessoas. Ao site Achei Sudoeste, o líder quilombola João Aparecido Ramos da Costa, que também é Articulador da Promoção da Igualdade Racial em Livramento, salientou que tem se mobilizado juntamente com o movimento negro e quilombola na cidade para apresentar o pleito ao Legislativo e Executivo a fim de reconhecer a data como feriado municipal. “Temos 14 comunidades quilombolas e uma grande parcela de negros. É uma grande representatividade. Nossa luta não é só pelos quilombolas, mas por uma sociedade mais igualitária e sem racismo”, afirmou.
O Dia da Consciência Negra é comemorado em todo país nesta segunda-feira (20). Em Livramento de Nossa Senhora, na região sudoeste da Bahia, o líder quilombola João Aparecido Ramos da Costa, que também é Articulador da Promoção da Igualdade Racial na cidade, falou sobre a importância da data. “O dia 20 de novembro é a data em que se comemora o dia da consciência negra, dia esse que não se deu de uma forma qualquer, mas sim por ter sido o dia em que Zumbi dos Palmares foi assassinado. Essa data é para homenagear o nosso companheiro Zumbi”, afirmou. Aparecido disse também que o 20 de novembro deve ser visto como um momento para reflexão e com destaque para as lideranças dos quilombos. O articulador quer transformar a data em feriado municipal. Em Livramento, existem hoje 14 comunidades quilombolas. Segundo Aparecido, as lideranças irão se reunir em uma audiência pública para levar a demanda a ao poder Executivo e Legislativo. “Temos 14 comunidades quilombolas e como sabemos que em alguns Estados e Municípios é decretado feriado, nós queremos ser vistos dentro deste 20 de novembro, não só como consciência negra, mas trazer uma reflexão bem mais profunda e uma visibilidade maior para os quilombolas”, salientou.
O prefeito da cidade de Rio de Contas, na Chapada Diamantina, Cristiano Cardoso de Azevedo (PSB), sancionou a Lei Municipal nº 339/2023 e instituiu o dia 20 de novembro como Feriado Municipal do Dia da Consciência Negra. O ato busca reconhecer e celebrar a contribuição significativa dos povos africanos e afrodescendentes na formação cultural, histórica e social do município. O decreto nº 70/2023, subsequente à lei, estabelece a celebração e reforça a importância da data na promoção da igualdade racial e na valorização da diversidade cultural local. As festividades planejadas para o dia 20 de novembro incluem eventos culturais na Praça da Matriz a partir de 17h.