Em reportagem veiculada na noite deste domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo, um dos sobreviventes do incêndio que matou dez jogadores da base do Flamengo afirmou em seu depoimento aos investigadores da Polícia Civil que havia uma espécie de “gambiarra” em um dos aparelhos de ar-condicionado do alojamento em que viviam – seis contêineres transformados em dormitórios e que ficavam em uma parte do CT Ninho do Urubu que deveria ser um estacionamento. Ainda na noite deste domingo, o jornal O Globo noticiou que uma análise preliminar constatou que as chamas tiveram início a partir de um curto-circuito no ar-condicionado do alojamento seis – ainda não há a certeza de que os aparelhos citados pelo Fantástico e pelo site são os mesmos. De acordo com o sobrevivente da tragédia, o aparelho de ar-condicionado seria menor do que o buraco na parede. O espaço que sobrou teria sido preenchido com pedaços de madeira, plástico bolha e espuma. O programa procurou um especialista em segurança para comentar a reportagem. Moacyr Duarte afirmou que isso pode ter contribuído para que o ar entrasse por frestas na parede e alimentasse as chamas. “Esse tipo de ar-condicionado tem a parte do condensador fora do ambiente, ele passa exatamente sobre o sanduíche do material isolante. Temos um acabamento padrão de alumínio, que tem característica de resistência de passagem de calor. Se não houvesse isso ou se tiver a possibilidade da chama gerada entrar em contato com o material que está dentro do sanduíche, o que vai acontecer é que vai estabelecer uma queima semelhante a um forno de carvão. Ou seja, uma queima com muito pouco ar”, contou.