O neurocientista e psicanalista especialista em comportamento infantil, Emerson Ferreira, apontou que a geração atual é menos inteligente que a geração anterior. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Ferreira explicou que o grande volume de informações a que as crianças e jovens têm acesso hoje em dia não se reflete em um QI mais elevado. Ao contrário, o efeito tem se apresentado de modo reverso. Segundo o cientista, estamos diante de um fenômeno que contraria as regras, visto que normalmente a geração sucessora costuma ser mais inteligente que a predecessora. “Isso preocupa muito a comunidade neurocientífica porque aconteceu justamente o contrário do que se costuma acontecer. A partir de 2020 estamos vendo esse nível de QI caindo”, afirmou. O especialista detalhou que o nosso cérebro é como uma massa de modelar e a plasticidade neural é maior durante a infância e adolescência. No final da adolescência, a massa cerebral vai endurecendo e dificultanto a sua modelação. “Apesar de toda essa informação, alguns comportamentos dos pais, das crianças e dos adolescentes estão comprometendo drasticamente o desenvolvimento neural dos jovens”, destacou. Emerson atribui a evolução da tecnologia e o uso cada vez maior de telas como responsáveis por essa mudança, visto que o acesso ao celular especialmente atrasa o desenvolvimento intelectual das crianças. “As famílias precisam estar atentas”, alertou.