Achei Sudoeste
Achei Sudoeste
sindpoc
fechar

Sindpoc: Escalada da violência na Bahia é reflexo de medidas mal adotadas de gestões passadas Foto: Alberto Maraux/SSP-BA

Presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), Eustácio Lopes declarou que a Bahia vive um momento delicado no que se refere à segurança pública diante da disputa de facções criminosas por território na capital. Ao site Achei Sudoeste, Lopes afirmou que a disputa é sangrenta e a sociedade civil, a polícia e o estado estão no meio do “fogo cruzado”. Para o presidente, o momento de escalada de violência no Estado é reflexo da gestão da polícia em governos anteriores. “Esse momento delicado que passa a segurança pública da Bahia, infelizmente, tem reflexo em gestões anteriores, quando se privilegiou uma política de ostensividade e confronto”, afirmou. Do seu ponto de vista, o Estado deveria ter investido na polícia judiciária para realização de uma investigação criminal qualificada e, consequentemente, identificação dos líderes das facções e retirada dos mesmos de circulação para interrupção do fluxo do lucro do tráfico de drogas, que é o que alimenta a violência. “Precisamos de uma ação qualificada, de investigação para identificar os líderes, os laboratórios das drogas e o fluxo do dinheiro do tráfico para que a gente possa desbaratar essa rota do tráfico”, asseverou. A realidade, de acordo com Lopes, foi a desvalorização e o sucateamento da Polícia Civil com a diminuição histórica do seu efetivo. “Isso se reflete nos números e no aumento da violência”, concluiu.

Com efetivo perto da aposentadoria, sindicato cobra concursos anuais na polícia civil da Bahia Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

O Sindicato da Polícia Civil do Estado da Bahia tem cobrado do Governo do Estado a realização de concursos anuais para a Polícia Civil, tendo em vista a redução do efetivo. Ao site Achei Sudoeste, o presidente do órgão, Eustácio Lopes, salientou que, para se ter uma ideia do déficit, mais de 100 municípios da Bahia não contam com a presença da Polícia Civil. É justamente nesses pequenos municípios, conforme pontuou, onde a violência mais cresce. A situação tende a piorar, visto que grande parte dos policiais civis da Bahia estão perto da aposentadoria. “Precisamos desse efetivo. É uma categoria envelhecida e com muitos problemas laborais para combater a violência. Então, precisamos de mais jovens na Polícia Civil do Estado”, argumentou. Segundo Eustácio, a carência é tão grande que, hoje, levando em conta a população baiana, o efetivo da Polícia Civil deveria ser de 11 mil policiais, porém é de 5.300 mil. “Olha o déficit! Precisamos de concurso anual da Polícia Civil”, reiterou.  

Bahia não investe na segurança e trata o tráfico de drogas como empresa, dispara Sindpoc Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Eustácio Lopes, disse que, ao longo de oito anos, o governador Rui Costa não valorizou a categoria, ao contrário, promoveu um verdadeiro sucateamento da segurança pública no Estado. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Lopes colocou que a política desastrosa promovida pelo governador tem resultado na morte de tantos baianos, dado os índices alarmantes de violência no Estado. O líder sindical ainda rebateu uma recente declaração de Costa, que afirmou que o tráfico movimenta milhões e emprega milhares de jovens no mundo inteiro. “Foi uma fala infeliz. O Governo do Estado tenta transferir a responsabilidade do próprio Governo para o Poder Judiciário. A responsabilidade de combater o tráfico é do Estado. Se o tráfico consegue cooptar jovens, se expandir e fortalecer é porque o Estado está de joelhos e ausente no combate à criminalidade”, criticou. Para ele, a falta de investimento na polícia resulta na impunidade e no aumento da criminalidade.

Governo faz vista grossa à pauta de reivindicações e mantém Polícia Civil sucateada, diz Sindpoc Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Após três rodadas de negociações com o Governo do Estado, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia não obteve sucesso no atendimento de suas reivindicações. Presidente do órgão, Eustácio Lopes disse ao site Achei Sudoeste que o governo está usando a mesa de negociações para enrolar a categoria. “A mesa de negociações não foi um ato de vontade do Governo do Estado, foi imposto pelo Poder Judiciário”, avaliou. Na pauta de reivindicações da categoria, estão a mudança do padrão remuneratório de nível médio para superior e a valorização salarial. Segundo Lopes, até o momento, o Governo não apresentou nenhuma contraproposta ao sindicato, dando apenas respostas vagas às reivindicações da Polícia Civil. Para o líder sindical, o governador não valoriza e nem entende como prioridade os trabalhadores da segurança pública, promovendo uma política desastrosa para a área. “Com isso, temos esses números alarmantes no Estado da Bahia. Pelo terceiro ano consecutivo, somos tricampeões de homicídios. O estado que menos elucida e mais mata”, lamentou.

Cansados do desvio de função, policiais civis da Bahia entregam chaves das delegacias de custódia Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Em protesto, servidores da Polícia Civil do Estado da Bahia se reuniram e entregaram as chaves das delegacias de custódia, na capital e no interior. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o presidente do Sindicato de Polícia Civil do Estado da Bahia, Eustácio Lopes, acusou o Governo do Estado de se eximir de sua responsabilidade de construir novos presídios e retirar os presos das delegacias. Hoje, mais de 1 mil presos encontram-se, irregularmente, custodiados em delegacias. “Não temos expertise, formação, para custodiar e tomar conta de presos. A nossa formação e prerrogativas é de que nós somos uma polícia investigativa, que auxilia o poder judiciário investigando e elucidando crimes para que os criminosos sejam denunciados ao Ministério Público e sentenciados pelo Judiciário”, relatou. Lopes explicou que os presos chegam a ficar nas delegacias, algo que deveria ser temporário, por meses e anos, retendo o policial civil nas unidades com desvio de função. “O policial deixa de ter sua rotina de investigação nas ruas e combater o crime para servir o café, o almoço e o jantar do preso. Por isso, a Bahia é tricampeã de homicídios, sendo o Estado que mais mata no Brasil. É o sucateamento da investigação e da inteligência. A cada 100 homicídios elucidamos menos de 10. Uma violência sem precedentes. O policial civil faz tudo hoje menos investigar. É um abandono total. A responsabilidade é do governador Rui Costa, que veio das forças sindicais, mas, hoje, é um patrão intransigente e autoritário”, definiu.

Itaberaba: Sindicato denuncia falhas mecânicas em viatura em acidente que matou policiais civis Foto: Reprodução/G1

Três policiais civis morreram durante o transporte de presos da cidade de Seabra para Salvador (veja aqui). Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o presidente do Sindicato da Polícia Civil do Estado da Bahia, Estácio Lopes, denunciou que a viatura não estava em condições de uso. “Para mim, é uma tragédia que poderia ser evitada porque os pneus estavam carecas e os policiais já tinham exigido a troca. Os pneus dianteiros foram trocados por pneus chineses, de marca duvidosa”, apontou. No local do acidente, Lopes relatou que é possível constatar que houve uma frenagem brusca antes do capotamento e que, se os pneus estivessem em boas condições de uso, talvez o cenário fosse outro. “Há relatos de policiais da cidade que eles estavam exigindo também a troca dos amortecedores. O carro estava com o ABS quebrado. Além disso, os policiais reclamam que o estabilizador não estava funcionando. Estava defeituoso. Os policiais foram negligenciados”, acusou. Segundo Lopes, o sindicato está colhendo as provas para cobrar uma apuração isenta do Ministério Público Estadual (MPE).

Com governo insensível, Polícia Civil da Bahia pode anunciar greve geral na próxima semana Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Mais um dia de paralisação está sendo realizado pela Polícia Civil no Estado da Bahia diante da insensibilidade do governo às reivindicações da categoria. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Eustácio Lopes, presidente do sindicato que representa os policiais civis, informou que não houve avanço nas negociações. “A gente pede ao Governo do Estado que tenha sensibilidade de receber a categoria, de dialogar e entender que, nesse momento de violência, em que a Bahia, pelo terceiro ano consecutivo, é tricampeã em número de homicídios, essa falta de valorização salarial desmotiva a categoria”, salientou. Segundo Eustácio, o Governo do Estado continua omisso diante da não regulamentação do novo plano de cargos e salários. Sem reconhecimento, ele frisou que a categoria não se sente motivada para combater a violência e, por isso, os índices da criminalidade subiram tanto no Estado. “Aqui é o Estado da impunidade, onde a criminalidade prospera. Sem fortalecer a Polícia Civil, vamos viver esse ciclo ano após ano. Queremos dar um basta, mas isso passa por reconhecimento, valorização, investimento em infraestrutura e aumento de efetivo. Cobramos apenas o cumprimento da lei”, completou. A partir do dia 10 de fevereiro, caso as negociações não avancem, a Polícia Civil poderá deflagrar uma greve geral na Bahia. “O melhor caminho é o diálogo. Vai depender do governador”, concluiu Lopes.

Policiais Civis paralisam atividades por 24 horas na Bahia Foto: Divulgação/SSP-BA

Policiais civis da Bahia realizam uma paralisação de 24 horas nesta quinta-feira (27) e cobram reajuste nos salários, plano de carreira e a obrigatoriedade do comprovante de vacinação atualizado para as pessoas que precisem utilizar o serviço nas delegacias em todo o estado. Com isso, operações e oitivas estão suspensas e somente registros de flagrantes e levantamentos cadavéricos serão realizados. O sindicato que representa a categoria informou que uma Lei foi aprovada em 2009 para equiparar os vencimentos de investigadores, escrivães e peritos técnicos de nível médio para superior. No entanto, a entidade afirma que o governo do estado não encaminhou o projeto à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e os servidores continuam a receber os vencimentos abaixo do que seria obrigatório por Lei. “Estamos pedindo que o estado mude o padrão remuneratório de nível médio para nível superior. Hoje, o policial ingressa com R$ 3.900. Muito pouco para o risco de vida que corre. Ser policial na Bahia é um ônus. Vivemos um estado de insegurança e violência e os baixos salários não são atrativos na carreira”, disse Eustácio Lopes, presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc). Ainda de acordo com Eustácio, a Bahia tem somente 5.500 policiais civis nos seus quadros, para atender os 417 municípios baianos. Quando a recomendação mínima seria de pelo menos 11 mil agentes. Ele disse que a categoria tenta diálogo com o governo do estado para cobrar as pautas dos servidores, mas os representantes não são atendidos pela gestão. Com isso, a categoria pretende fazer uma paralisação semanal para chamar a atenção da Secretaria da Segurança Pública (SSP) e um ato está previsto para a manhã desta quinta-feira no terminal rodoviário de Salvador. “Vamos fazer um lockdown semanal. Suspender operações, diligências, oitivas. Só vamos fazer flagrantes e levantamento cadavérico. No próximo dia 10 [de fevereiro] teremos uma assembleia no Campo Grande com toda a categoria para poder deflagrar uma greve, por falta de diálogo e insensibilidade do governo do estado”, acrescentou Eustácio. Em nota, a Polícia Civil cita uma decisão de 2017 do Supremo Tribunal Federal para afirmar que é vedado o direito a greve de agentes de segurança. A nota ainda afirma que o funcionamento de delegacias segue normalmente. A Polícia Civil destaca ainda que outra opção para os registros é a Delegacia Virtual, onde 15 tipos de ocorrências podem ser registradas.

Sindicato dos Policiais Civis diz que a cada 100 homicídios que ocorrem na Bahia apenas 8 são elucidados Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis (Sindpoc), a cada 100 homicídios que ocorrem na Bahia, apenas 8 são elucidados, o que corresponde à resolução de apenas 8% dos assassinatos. O investigador Eustácio Lopes, vice-presidente sindical, destacou que as delegacias territoriais se transformaram em delegacias para registros de ocorrências, com interrupção das investigações criminais e a consequente queda da elucidação dos delitos. Ainda segundo o Sindpoc, dos 417 municípios baianos, cerca de 180 estão sem policiais civis ou possuem efetivo insuficiente para dar conta da demanda. O total de servidores da Polícia Civil é menor que 7,5 mil, quando, conforme o sindicato, deveria ser 12 mil. Para o presidente do Sindpoc, Marcos Maurício, a sociedade baiana vive uma guerra que está sendo maquiada e escondida pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Em nota divulgada pela SSP-BA, a pasta rebateu a pesquisa e prometeu acionar as instituições realizadoras do Atlas da Violência 2017.

Arquivo