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Estudantes produzem aparelhos de laboratório com materiais recicláveis Foto: Milena Monteiro/SECTI

De acordo com dados da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aproximadamente 30% de todo o lixo colhido no Brasil tem potencial de reciclagem, mas apenas 3% são reaproveitados e transformados novamente em produtos. Entre as diferentes formas de reciclar os resíduos, em Santa Maria da Vitória, cidade do oeste baiano, Emanuelly Dourado e Emili Moura, estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Rio Corrente, utilizaram os descartes para desenvolver kits laboratoriais. A ideia do projeto é ampliar os equipamentos do espaço de estudo, além de promover a educação ambiental. A jovem cientista Emanuelly conta que o grande objetivo da proposta é envolver os estudantes durante todo processo de fabricação. “O propósito é reciclar materiais de baixo custo e transformar em produtos que serão utilizados no cotidiano dos alunos. Essa é uma alternativa para instigar a curiosidade e o aprendizado do ensino científico entre os jovens”, conta. Até o momento, 12 tipos de equipamentos estão inclusos no kit, contendo balança, tubos de ensaio, manuais de ensino, entre outros utensílios. Ainda em desenvolvimento, o projeto tem retorno positivo dos professores, que certificam a eficácia dos produtos na experiência de ensino e aprendizagem.  “A maior parte dos materiais produzidos no kit possui autoria de criação, ou seja, o estudante colabora com o projeto e vivencia a aprendizagem de modo prático. Esse é o diferencial do nosso produto. Ele conta com o auxílio dos alunos, da comunidade e dos professores”, acrescenta a estudante pesquisadora. As idealizadoras do projeto, que integra o Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação, contam com a orientação da professora Eugênia Silva. As meninas almejam, além de ampliar a produção com novas turmas participantes, distribuir os kits em regiões vizinhas que ainda não foram favorecidas.

Estudantes de Candiba usam planta melão para criar sabonete que combate pulgas Foto: Divulgação/Secti-BA

De olho no potencial do mercado de animais de estimação, em Candiba, estudantes do Colégio Estadual Antônio Batista, Ana Prado, Camille Teixeira e Larissa Oliveira, desenvolveram um sabonete à base da planta melão-de-são-caetano como uma possível alternativa econômica para a higiene de cachorros. Através de estudos, as jovens pesquisadoras observaram que o extrato do vegetal tem propriedades eficazes no combate contra infestação por ectoparasitas e que parte da comunidade local já o utilizava nos cuidados com pets. Orientadora do projeto, Luzimária Barros, explicou que a planta elimina em torno de 90% de companheiros indesejados, como pulgas. “Em apenas um banho, notamos que os insetos e as sarnas diminuíram consideravelmente”, afirmou. Com propriedades antiparasitárias, cicatrizantes, antibióticas, antivirais e inseticidas, a planta possui diversos bioativos que garantem o resultado do produto. O projeto, que integra o Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação, ajuda no combate à infestação por pulgas e carrapatos, problema recorrente em cães e que pode acarretar doenças aos animais e seus tutores.

Candiba: Estudantes produzem creme dental orgânico com componentes da caatinga Foto: Divulgação/Secti

A falta de cuidado odontológico pode causar problemas graves de saúde bucal. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 15% da população cuida da higiene oral com regularidade. Pensando em um produto sustentável, de baixo custo e eficaz, os estudantes do Colégio Estadual Antônio Batista, do município de Candiba, Késia dos Santos, Marina Alves e Osvaldino de Souza desenvolveram durante a mostra de iniciação científica estudantil um creme dental orgânico com componentes da caatinga. Segundo Késia, o extrato do juazeiro e a hortelã são uma alternativa sustentável para as pessoas que não têm condições financeiras de manter a saúde bucal através de meios convencionais. Ela explica que os ingredientes naturais têm propriedades antissépticas, antimicrobianas, anti-inflamatórias, clareadoras e antifúngicas. Os alunos, que contam com apoio do orientador William Oliveira, acreditam que o produto atenderá às necessidades locais. O projeto é desenvolvido no Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação (SEC).

Estudantes de Barreiras utilizam planta do Cerrado para desenvolver repelente Foto: Divulgação/Secti

Uma pesquisa realizada pela Organis, entidade sem fins lucrativos que promove práticas orgânicas, constatou que, entre 2019 e 2021, o Nordeste teve um aumento significativo de 60% no consumo de orgânicos no país. Pensando nisso, as mentes empreendedoras de Bruna Santos e Victor Lopes, estudantes do Colégio Estadual Herculano Faria, na cidade de Barreiras, Oeste da Bahia, iniciaram estudos em busca de um potencial repelente a partir de extratos de jatobá, a fim de explorar a produção sustentável. A orientadora da equipe, Aline Alves, explica que o projeto foi desenvolvido na feira de ciências da escola com o intuito de valorizar o Cerrado. “Através de pesquisas, eles conheceram plantas do nosso bioma local e interessaram-se em estudar mais sobre o jatobá, uma planta significativa para a nossa região, em especial para Barreiras”, conta. A fabricação do produto foi pensada a partir de uma metodologia acessível, garantindo que a comercialização seja de baixo custo. “Para a análise, preparamos extratos aquosos das folhas e frutos do jatobá. Já durante o teste de repelente, adaptamos a metodologia utilizando pedaços de alimentos pulverizados com extrato das folhas e extrato dos frutos, dispostos em diferentes ambientes do domicílio”, explica Aline. A professora afirma que, além de propriedades medicinais, a casca e as folhas do jatobá contêm substâncias como terpenos, taninos e glicosídeos, permitindo o uso do produto como fungicida e repelente contra algumas pragas agrícolas. “O repelente pode ser utilizado de modo preventivo em comunidades rurais por pequenos produtores agrícolas, já que possui baixo custo e fácil manejo. O resultado disso é uma possível contribuição no direcionamento de medidas sustentáveis contra patologias causadas por insetos”, enfatiza. O produto, que está em fase de desenvolvimento, estimula os jovens cientistas a estudarem novas possibilidades de utilização. “São sugeridas mais aprendizagens para a avaliação do uso na saúde humana e nas culturas agrícolas”, conclui a professora. O projeto é desenvolvido no Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação (SEC), e recebe contribuição do Núcleo Territorial de Educação (NTE 11).

Com babosas de Brumado e Rio do Antônio, cientistas criam canudo biodegradável Foto: Divulgação/Secti

O descarte inadequado de plástico é uma das principais causas de poluição nos mares. De acordo com o Plastic Waste Makers Index, o mundo gerou 139 milhões de toneladas de resíduos plásticos de uso único em 2021. Isso inclui os canudos, que levam até mil anos para se decompor. Nos últimos anos, as empresas têm procurado substituir esse produto. Em busca de inovar e entrar nesse mercado, um grupo de pesquisadores de Vitória da Conquista, coordenado pelo professor Wilson Rodrigues, criou a startup BiotechLife e desenvolveu biocanudos a partir de materiais encontrados nas cidades de Brumado e Rio do Antônio. O Biocanudo foi formulado a partir de milho, Mayzena Duryea, glicerol, Vetec, e gel da Aloe vera, conhecida como babosa, todos misturados à água destilada. O protótipo produzido é consistente, maleável e íntegro até o tempo máximo de 15 minutos. Segundo Wilson, o projeto pode contribuir positivamente para o desenvolvimento econômico regional e para o meio ambiente. “Na primeira etapa, foram utilizadas as folhas frescas de Aloe vera, obtidas de produtores rurais das cidades de Brumado e Rio do Antônio, o que poderá impactar em uma nova renda para região. Além disso, a idealização da proposta tem importância significativa para a sociedade, pois contribui para a preservação do meio ambiente, também promove a conservação da vida marinha, a promoção da saúde humana, a mudança de comportamento e o avanço tecnológico”.

Vitória da Conquista: Tecnologia desenvolvida por startup mapeia focos do mosquito da dengue Foto: Divulgação/Secti

O Aedes aegypti, mais conhecido como mosquito da dengue, é transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. Essas doenças causam diversos sintomas, deixam sequelas e podem até levar à morte. Na Bahia, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023, entre os meses de janeiro e abril, houve um aumento de 150% nos casos de Zika e de 7% nos de dengue, se comparado ao ano de 2022. Para ajudar no combate ao mosquito, os pesquisadores Davi Luca e Joelma Luca, moradores de Vitória da Conquista, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), que é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), desenvolveram uma base de dados que faz o mapeamento dos mosquitos a cada quilômetro do planeta. A tecnologia produzida pela startup Ondaedes utiliza o conceito de Big Data, que é um conjunto de técnicas para analisar e sistematizar grandes quantidades de dados. “Este é um trabalho de Big Data. Usamos a tecnologia de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), que funciona como um sistema que cria, gerencia, analisa e mapeia todos os tipos de dados. Cruzamos uma série de variáveis sensíveis ao Aedes. Nossos dados são construídos com tecnologia produzida por universidades ao redor do mundo ou pelas gigantes da tecnologia”, explicou. De acordo com Davi, a partir dos dados coletados, é possível dizer onde e quando o Aedes aegypti estará e o que ele fará por quilômetro. Assim, as prefeituras podem agir em locais específicos e as campanhas de combate ao mosquito ser mais assertivas. O projeto, que foi um dos aprovados pelo Edital Centelha, da Fapesb, está 90% pronto e vai investir em sistemas para tratar e finalizar os dados globalmente.

Rui Costa vai autorizar obras de abastecimento de água, estrada e esportes em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

O governador Rui Costa (PT) estará na próxima segunda-feira (23), na cidade de Brumado. Às 9h, vai assinar ordens de serviço para obras nas áreas de abastecimento de água, estrada e esportes. Além disso, vai autorizar a Secretaria de Saúde do Estado a formalizar com a prefeitura local cessão de equipamentos de saúde. Costa também vai inaugurar o Espaço Colaborar (Coworking), cuja implantação contou com a participação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti). Uma ordem de serviço será assinada pelo governador para a construção de Sistema Integrado de Abastecimento de Água das localidades de Cristalândia, Tapera, Morrinhos, Barreiro Branco, Roça de Baixo, Várzea do Mocó e Várzea da Areia. O trabalho será realizado pela Companhia de Engenharia Hídrica e Saneamento (Cerb), vinculada à Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs). Na oportunidade, ainda será assinada ordem serviço para pavimentação da BA-148, no trecho entre o Acesso Norte e Brumado. 

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