O Decreto nº 072/2025, que declara situação de emergência nas áreas do município de Brumado afetadas pela estiagem, foi publicado no Diário Oficial nesta quarta-feira (07). Para decretar a situação, o prefeito Fabrício Abrantes (Avante) considerou que a escassez de chuva na região tem provocado o desabastecimento de água em várias comunidades rurais e que as previsões meteorológicas indicam a continuidade do período de seca na cidade pelos próximos meses. A situação de anormalidade é válida apenas para as áreas que, comprovadamente, foram afetadas pela estiagem. Ficam as secretarias municipais encarregadas de agir conjunta e articuladamente, adotando ações imediatas para solucionar os impactos decorrentes do baixo índice pluviométrico e prejuízos sofridos pela população. Por meio da Operação Carro Pipa será possível atender parte expressiva de todas as comunidades atingidas.
A cidade de Brumado registrou poucas chuvas durante o período do feriado prolongado. Ao site Achei Sudoeste e ao Programa Achei Sudoeste no Ar, Simão Dutra Lobo, diretor de agricultura e recursos hídricos do município, disse que, de forma geral, a pluviosidade atingiu a sede e a zona rural, porém a intensidade da chuva variou bastante. “Em algumas regiões choveu 7 mm, outras 20 mm, 30 mm e, em algumas exceções, foi registrada uma chuva mais forte”, detalhou. Dutra explicou que a precipitação não foi suficiente para resolver o problema da escassez de água na cidade. Diante disso, o decreto de emergência devido à estiagem continua vigente até o dia 15/05. O diretor adiantou que, após esse período, um novo decreto será publicado por mais 6 meses, tendo em vista a crise hídrica vivenciada em Brumado no momento. Em algumas regiões rurais, a situação é alarmante. “Algumas comunidades são desprovidas totalmente de água porque os reservatórios estão secos e não é possível perfurar um poço para ter uma vazão com um volume maior. Nessa situação, algumas regiões dependem exclusivamente da operação carro pipa”, completou. Atualmente, 16 caminhões pipa estão em atividade no município atendendo quase 16 mil pessoas na zona rural. A prefeitura já solicitou ao Exército o aumento de carros pipa para atender mais comunidade rurais, visto que, segundo Simão, a seca tem se agravado em Brumado. Em paralelo, o Município atua em ações para limpeza de aguadas e manutenção dos poços artesianos na zona rural. "A tendência é de agravamento porque as previsões apontam chuvas apenas para segunda quinzena de outubro. Até lá, vamos ter que socorrer as pessoas na zona rural", finalizou.
Diante do agravamento da seca, a Secretaria Municipal de Agricultura e Recursos Hídricos está desenvolvendo um amplo trabalho para garantir o abastecimento das comunidades mais afetadas em Brumado. Ao site Achei Sudoeste e ao Programa Achei Sudoeste no Ar, o secretário Agno Meira disse que já começou a dialogar com o Governo do Estado para buscar políticas públicas a fim de amenizar o sofrimento do homem do campo. Meira esteve na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) e na Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) demandando algumas ações importantes para o município. Estas incluem a inclusão de Brumado no Programa de Mecanização Rural (Promer). “Estamos buscando do Governo do Estado essa parceria”, afirmou. Na área de assistência social, Agno também tem tentado viabilizar a inclusão da cidade no Programa Bahia Sem Fome com a finalidade de garantir segurança alimentar nas comunidades rurais. Outra frente de trabalho da Semar diz respeito à aquisição de novos caminhões pipa. Meira detalhou que a prefeitura abriu um processo administrativo para contratação, com recursos próprios, de mais 4 veículos para atendimento da demanda rural. Apesar de todos os esforços, o secretário ressaltou que as ações são paliativas. “Toda essa política de convivência com a seca é paliativa. O que nós precisamos e o prefeito tem dialogado é para construção da segunda etapa da Barragem de Cristalândia, que irá universalizar a água para todas as comunidades rurais”, concluiu.
Nesta segunda-feira (11), a Prefeitura de Brumado publicou o Decreto nº 6.400, que declara situação de emergência nas áreas do município afetadas pela estiagem. Fica declarada a existência de situação anormal caracterizada como situação de emergência em decorrência do período de estiagem na cidade. A situação de anormalidade é válida apenas para as áreas do município que, comprovadamente, foram afetadas pela estiagem. As secretarias municipais ficam encarregadas de agir conjunta e articuladamente, adotando ações imediatas para solucionar os impactos decorrentes do baixo índice pluviométrico e prejuízos sofridos pela população. O decreto considera que, por meio da Operação Carro Pipa, será possível atender 302 comunidades de Brumado, o equivalente a cerca de 16 mil pessoas.
Publicado no Diário Oficial, o Decreto nº 6.315, de 13 de maio de 2024, declara situação de emergência nas áreas do município de Brumado afetadas pela estiagem. De acordo com o decreto, fica declarada a existência de situação anormal, caracterizada como situação de emergência, decorrente de período de estiagem em Brumado. A situação de anormalidade é válida apenas para as áreas do município que, comprovadamente, foram afetadas pela estiagem. As secretarias ficam encarregadas de agir conjunta e articuladamente, adotando ações imediatas para solucionar os impactos decorrentes do baixo índice pluviométrico e prejuízos sofridos pela população. O decreto considera a escassez de chuva, o desabastecimento de água em várias comunidades rurais e a o fato de as previsões meteorológicas indicarem a continuidade do período de estiagem pelos próximos meses. Por meio da Operação Carro Pipa, será possível atender 302 comunidades, equivalente a cerca de 16 mil pessoas. O decreto terá vigência de 180 dias, contados a partir da data de sua publicação.
Na sexta-feira (01), a reportagem do Achei Sudoeste acompanhou a entrega das sacas de milho para os produtores rurais afetados pela grave seca em Brumado. O material foi enviado pelo Governo Federal para socorro aos pecuaristas. Presidente da comunidade Baixa da Baraúna, José Walter informou que a associação recebeu 152 sacas de milho, as quais serão distribuídas entre 26 produtores rurais da região. Segundo ele, no final do ano passado, a situação era muito ruim e só agora, após o período chuvoso, os agricultores começaram a colher uma pequena parte da produção. “Veio num momento muito bom”, avaliou. Presente na ação de distribuição, Valdinei Araújo, que faz parte da diretoria do Sindicato Rural no município, comemorou a ajuda aos produtores. “Vai ajudar muito. Teve a chuva, mas ainda não teve produção e esse milho vai ajudar nossos produtores. Graças a Deus chegou no momento certo. Todos estão satisfeitos. Foi uma luta que conseguimos”, destacou. No total, são quase 58 toneladas para distribuição aos produtores rurais da cidade.
O Município de Brumado recebeu do Governo do Estado 50 toneladas de milho para atendimento emergencial aos produtores afetados pela seca na região rural. Ao site Achei Sudoeste, Valdinei Araújo, membro do Sindicato Rural da cidade, disse que, apesar das chuvas recentes, os produtores ainda estão sofrendo com a estiagem e os suprimentos irão auxiliar no enfrentamento à seca na zona rural. “É uma ação do Governo do Estado junto com o Sindicato Rural. Abraçamos esse programa para fazer esse cadastramento”, pontuou. Ao todo, 166 produtores foram cadastrados na cidade para recebimento dos grãos. Cada produtor recebe uma quantidade de sacas correspondente ao número total de cabeças de sua criação. Segundo Araújo, em breve, os kits serão distribuídos aos produtores cadastrados. Presidente do Sindicato Rural de Brumado, Jamille Meira salientou que a ação é de suma importância para os agricultores, tendo em vistas as inúmeras perdas de animais registradas durante a seca. Já José Luiz Alves Ataíde, coordenador do Setaf em Brumado, reforçou que o socorro do Governo do Estado irá amenizar o sofrimento do agricultor, haja vista que os efeitos da seca são prolongados.
Nesse período de seca, a produção rural tem sido bastante afetada, o que reflete negativamente nas vendas na Feira Livre de Brumado. Ao site Achei Sudoeste, o feirante Irenio Meira disse que o consumidor final é quem acaba pegando pela diminuição da produção. Segundo ele, os preços têm variado muito e a qualidade dos produtos também foi prejudicada. “Todo dia é um preço diferente. Estão pagando caro. O consumidor reclama, mas infelizmente não podemos fazer nada. A gente dá o nosso melhor”, afirmou. Apesar do aumento dos preços, o feirante relatou que as vendas não caíram, visto que os alimentos são itens essenciais para o consumidor. Com a seca intensa e as altas temperaturas, as lavouras de alface, tomate e melancia são das mais afetadas. Da região de Aracatu, o produtor Cândido Meira afirmou que quase não está havendo produção nas lavouras diante do desabastecimento. Em geral, segundo ele, está tudo caro e a tendência é que os preços aumentem ainda mais. “Tá difícil pra trabalhar. Se não chover vai ficar mais caro ainda. Todo mundo vai sofrer com isso”, avaliou.
A estiagem prolongada na cidade de Brumado tem provocado a morte de animais e pode, inclusive, comprometer a reposição de abates no próximo ano. Um morador da comunidade de Lagoa do Jurema, disse em entrevista para a Rádio Alternativa FM, que o cenário é devastador, visto que a estiagem já dura cerca de 4 meses. “Em agosto ficamos com 90 milímetros de chuvas, mas, de lá para cá, não tivemos mais. O normal é novembro e dezembro de chuvas, mas até o momento ela não veio”, lamentou. Para tentar suprir a baixa oferta de pasto e evitar novas perdas, o criador tem recorrido à compra de caroço de algodão. O suplemento no cocho, no entanto, não é o suficiente para manter o desempenho do rebanho. “Na média, perderam mais de 100 kg por animal só neste período. O que vem é um sentimento de impotência”, completou. Outro produtor rural da comunidade de Algodões, também teve de se reinventar para manter o rebanho vivo. “É necessário abrir a porteira, unir lotes, o que acaba refletindo negativamente. No próximo ano vai haver um atraso na terminação destinada ao abate”, falou. Segundo ele, a irregularidade das chuvas não proporciona um crescimento adequado das pastagens e isso prejudica o desempenho da criação.
Representando o Sindicato Rural da cidade de Brumado, Aroldo Meira participou da última reunião do ano no Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS). O tema do encontro foi a seca que assola a região. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Meira disse que é um momento difícil diante da maior seca dos últimos 50 anos. Segundo frisou, os produtores rurais estão sentindo na pele a falta d’água para manter as suas criações animais e lavouras. Apesar da situação crítica, Meira salientou que o poder público não tem tido um olhar especial para o homem do campo. “Tá faltando muita assistência, água para consumo humano... na zona rural, até pra criação animal a água está acabando. Na região vizinha, o gado está morrendo, até passando os animais pra frente pra não morrer e não tá achando. Brumado está chegando nesse ponto”, avaliou. Segundo o representante, não há ações de convivência com a seca no município. “Parece até que o gestor municipal não gosta do homem do campo”, criticou.
Diversas comunidades rurais do município de Brumado têm sofrido com a seca e falta d’água. Ao site Achei Sudoeste, o presidente da associação de moradores do Rudiador, José Aparecido, relatou que muitos moradores não têm cisternas em suas residências e contam com o apoio da Operação Carro Pipa para acesso à água. Diante da situação crítica, Aparecido disse que está sendo muito difícil manter as lavouras e as criações de animais. “Estamos esperando a ajuda de Deus para mandar a chuva. O pessoal da cidade depende dos alimentos produzidos na zona rural e nós estamos nas mãos de Deus”, afirmou. Já Gabriel Neves, que faz parte da diretoria da associação de moradores do Tamboril, contou que a situação na região poderia estar pior se não fosse os poços artesianos e as cisternas que existem no local, haja vista que a lagoa que abastece a localidade está bem seca. “Não tem como plantar. Tá impossibilitado pela falta d'água”, lamentou.
Nesta terça-feira (14), o Governo Federal, por intermédio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), reconheceu a situação de emergência na cidade de Brumado por causa da estiagem. A portaria com o reconhecimento foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Após a concessão do status de situação de emergência pela Defesa Civil Nacional, o município fica apto a solicitar recursos do MDR para atendimento à população afetada. As ações envolvem restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de equipamentos de infraestrutura danificados.