A região de Livramento de Nossa Senhora registrou chuvas esparsas durante o final de semana. Em entrevista ao site Achei Sudoeste e ao Programa Achei Sudoeste no Ar, Arthur Tanajura, chefe do departamento de recursos hídricos da cidade, explicou que em algumas localidades choveu bastante e, em outras, não choveu nada. “Nem todas as localidades ocorreram chuvas. As chuvas foram esparsas, mas contribuíram um pouco para melhora da situação do agricultor”, afirmou. Na região da Tapera, por exemplo, a pluviosidade foi alta, mas o mesmo não aconteceu em Bem Posta e Iguatemi, onde não foram registradas chuvas e as lagoas já estão bem vazias. Segundo Tanajura, apesar da boa nova, a situação ainda é calamitosa na região devido ao agravamento da seca. “O gado está sofrendo muito, o pessoal sem água. Os lençóis freáticos estão muito baixos, os poços estão secando... essa chuva veio para amenizar um pouquinho em algumas regiões”, detalhou. Sem previsão de chuvas para os próximos meses, o chefe do departamento destacou que o cenário tende a se tornar caótico. Isso porque, no final do ano passado, quando choveu muito pouco, as aguadas, açudes e mananciais não encheram em sua capacidade máxima e, tampouco, o produtor conseguiu acumular água. “Vai ficar muito difícil para o povo e para o poder público”, lamentou. Tanajura foi além e sinalizou que o agravamento da seca pode afetar a economia do município, que é baseada na agropecuária, com destaque para a fruticultura. “Somos os maiores exportadores de maracujá do país. A produção pode diminuir porque é uma cadeia produtiva que envolve várias pessoas. Afeta tudo”, frisou. As previsões meteorológicas apontam a ocorrência de chuvas apenas para os meses de outubro e novembro.
Devido ao agravamento da seca no interior da Bahia, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) distribuiu 90 mil mudas de palma para famílias agricultoras de Livramento de Nossa Senhora. As mudas servirão como reserva alimentar para rebanhos de caprinos, ovinos e bovinos, auxiliando na subsistência dos animais nesse período de estiagem severa. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações do Governo do Estado para enfrentar os efeitos da seca na Bahia. O superintendente de Agricultura Familiar (SUAF/SDR), Euzimar Carneiro, destacou que a palma forrageira funciona como uma reserva estratégica de alimentação animal. Além disso, exerce um papel fundamental na captação de carbono (CO?), contribuindo para o equilíbrio ambiental. Na última quarta-feira (09), o governador Jerônimo Rodrigues esteve em Brasília para discutir os impactos da estiagem prolongada. Na ocasião, foi apresentado um plano com medidas emergenciais e estruturantes voltadas ao apoio dos municípios mais afetados.