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Filme gravado em Brumado estreia nos cinemas Foto: Divulgação/Umbuzeiro Filmes

O filme O Silêncio das Palmas, do cineasta brumadense Vinicius Pessoa estreou nos cinemas na quinta-feira (01) em Vitória da Conquista e Salvador. O lançamento integra a programação do 3º REC Conquista, projeto que celebra e difunde o cinema produzido fora dos grandes centros. Distribuído pela Umbuzeiro Filmes e produzido pela Retratos Filmes em coprodução com a Ato3, duas produtoras de cinema da região Sudoeste da Bahia, o longa-metragem acompanha o cotidiano de uma família circense que precisou se reinventar para sobreviver ao período de isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19. Circo, memória e reinvenção - Gravado no município de Brumado, o documentário parte do encontro do diretor com um circo que precisou interromper seus espetáculos. Sem público, sem renda e sem previsão de retorno, os artistas passaram a vender ovos de porta em porta para manter o sustento da família. As filmagens foram feitas em duas etapas e registram, ao longo do tempo, as mudanças no espaço e nas relações vividas sob a lona. “Encontrei um circo parado e uma história viva pedindo para ser contada”, afirma Vinícius. Confira o trailer. Mais do que um registro sobre o impacto da pandemia no setor cultural, O Silêncio das Palmas se debruça sobre a experiência de quem faz do circo não apenas um ofício, mas um modo de vida. É o primeiro longa documental de Vinícius Pessoa, que assina o roteiro, montagem e direção. Com o filme, o cineasta, que também é cofundador da Retratos Filmes, faz sua estreia no circuito comercial de cinema. Sua filmografia conta ainda com obras como Passarinho (2020) e Retratos de um Adeus (2021). Também fiz o longa ficcional Ambrosia: o Manjar dos Deuses (2024), gravado no ano passado.

'Ainda Estou Aqui' conquista prêmio inédito para o Brasil e vence Oscar 2025 Foto: Divulgação

O filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, protagonizado por Fernanda Torres, deu ao Brasil um troféu inédito do Oscar neste domingo (2). “Obrigado, em primeiro lugar, em nome do cinema brasileiro, em um grupo tão fantástico de cineastas. Eu dedico esse prêmio a uma mulher que, depois de uma perda durante a ditadura, decidiu não se curvar e resistir. Esse prêmio é dedicado à Eunice Paiva. E eu dedico esse prêmio às duas mulheres extraordinárias que deram vida à ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse Walter Salles em discurso após receber a premiação. A produção, que traz Fernanda Torres como Eunice Paiva, venceu na categoria “Melhor Filme Internacional”, em uma disputa contra A Garota da Agulha (Dinamarca), Emília Pérez (França), Flow (Letônia) e A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha). Ao longo dos anos, o Brasil já tinha sido indicado ao Oscar por 13 vezes, porém nunca tinha levado a estatueta. A primeira indicação feita no Brasil foi em 1960, com “Orfeu Negro”, que se tornou uma das maiores sensações brasileiras. Porém, o prêmio foi para a França - apesar de ser gravado em português, no Brasil e por atores brasileiros -, por ter o diretor francês. O filme “Ainda Estou Aqui”, que estreou no Brasil em novembro, e ganhou datas ao redor do mundo, passou de R$ 100 milhões em bilheteria, se tornando a 5ª maior de um filme brasileiro. De acordo com dados da Comscore Movies e Box Office Mojo, a produção de Walter Salles já levou mais de 5 milhões de pessoas ao cinema.

Brumadense Rodrigo Lelis vive Caetano Veloso em filme sobre Gal Costa Foto: Foto: Itala Martina/Divulgação

O brumadense Rodrigo Lelis nunca tinha tocado violão, mas escalado para dar vida a Caetano Veloso em Meu Nome é Gal, cinebiografia de Gal Costa estrelada por Sophie Charlotte, em três meses aprendeu o suficiente para em cena interpretar algumas das músicas mais famosas do ídolo. “Sou movido a desafios e dominar o violão foi um deles. Reconheço que minha voz é bonita, mas nunca tinha me colocado nesse lugar antes”, conta o ator de 27 anos, adiantando que no filme, com estreia ainda este ano, o público verá a versão de Rodrigo para Caetano e não uma imitação perfeita. “Não é sobre copiar”, avisa. Baiano como o cantor, ele foi escolhido para o papel após um convite da diretora Dandara Ferreira, que tinha assistido o ator em um espetáculo teatro – quando Rodrigo ainda usava os cabelos curtos e loiros. “Ela me viu como Caetano, o que foi muito bonito. Depois fiz uma série de testes, inclusive de canto”, conta. Para o papel, ele trouxe “a ira de Caetano”, como chama a época retratada no filme, nos anos 1960.

Brumadense Rodrigo Lelis vive Caetano Veloso em filme sobre Gal Costa Foto: Foto: Itala Martina/Divulgação

“O Caetano que estou interpretando já não é mais o Caetano de hoje. Ele era muito do pavio curto, a mudança nele é rápida. No meu método de atuação, eu procuro o gestual, o visual, e tento trazer tudo isso pra quando chegar na frente da câmera ser tudo natural. Mas não quero imitar ou ser ele na tela. Quero que o resultado seja uma coisa digna, que pensem ‘caramba, esse menino tá interpretando Caetano bem'”, explica. O ator teve também aulas de canto. “Escutei muitas músicas dele, procurando as diferenças de tons, porque Caetano traz um reverberar (na voz)”, diz Rodrigo, que focou em uma parte da vasta discografia do cantor. “Caetano já e uma figura que a gente ouve normalmente, mas preferi me dedicar às quatro músicas que interpreto no filme”, acrescenta o ator, que elege Cajuína como sua canção favorita do artista, e Transa, o disco. Rodrigo ainda leu Verdade Tropical, a autobiografia do artista e viu O Nome Dela é Gal, a série documental dirigida por Dandara que deu origem ao filme, além de vídeos no YouTube, como uma reportagem com Caetano à Globo quando voltou do exílio em Londres. Ele também esteve em contato com amigos do cantor para chegar à sua versão do ídolo. Caetano mesmo, Rodrigo ainda não conhece. “Não vejo a hora, tenho muita vontade de encontrar com ele. Estou ansioso, mas não é uma ansiedade ruim. Ele não é uma pessoa inalcançável”, diz.

Brumadense Rodrigo Lelis vive Caetano Veloso em filme sobre Gal Costa Foto: Foto: Itala Martina/Divulgação

A semelhança com Caetano para o filme, bem evidenciada nas imagens iniciais do longa, rodado em São Paulo e na Bahia, já fez Rodrigo ser abordado nas ruas. “Em Salvador as pessoas me param muito, pedem para tirar foto, perguntam ‘ah, você é o filho do Caetano?’. É muito louco, mas estou muito parecido com ele jovem, e na Bahia isso é muito forte, porque as pessoas são muito calorosas e falam mesmo”, conta o ator, que afirma que o clima no set é uma experiência nova para ele. “Criamos um grupo. Nunca presenciei uma união tão forte. Todos são muito incríveis e muito bem escolhidos para seus papéis”, elogia – além de Sophie (“ela é maravilhosa") como Gal e Dandara como Maria Bethania, o elenco tem ainda Dan Ferreira (Gilberto Gil), Camila Márdila (Dedé Gadelha), George Sauma (Waly Salomão) e Fábio Assunção, entre outros. 

Brumadense Rodrigo Lelis vive Caetano Veloso em filme sobre Gal Costa Foto: Reprodução/Instagram

Antes de chegar a Meu Nome é Gal, Rodrigo trilhou uma longa caminhada. Ele é de Brumado, no interior da Bahia, onde desde pequeno entendeu que tinha uma sensibilidade e inclinação para a arte. Aos 17 anos, se mudou para Salvador, onde entrou em um curso de teatro, para estudar. “Minha vontade sempre foi fazer teatro, mas nesse processo minhas notas (na escola) abaixaram e meu pai me tirou do curso. Aí passei na faculdade e comecei Engenharia Civil. Foi um dos piores anos da minha vida”, desabafa o ator. “Um dia liguei chorando para o meu pai falando ‘preciso fazer teatro, não aguento mais os números, os cálculos’”, lembra. Rodrigo conta que os pais, Alberto e Eva Marli, sempre o apoiaram, mas se preocupavam com o futuro do filho. “Como pais eles querem que o filho esteja estabelecido financeiramente. Minha mãe hoje diz que entende o que quanto eu batalhei e corri atrás, mas sei que qualquer apreensão que eles tinham não era por mal, sempre foi por amor”, diz o ator, explicando que ele, os pais – que já são aposentados -, e a irmã, Renata, são muito unidos. Na mudança de carreira, Rodrigo foi para a Universidade Livre do Teatro Vila Velha, programa de formação em teatro com caráter profissionalizante. “Ali abriu minha cabeça. Nos tiram da bolha, você começa a conhecer outras vivências, tem homens trans, tem preto, tem gay”, conta, apontando uma curiosidade do local – o Teatro Vila Velha foi inaugurado em 1964 com o show Nós, por exemplo..., que reuniu Gal, Caetano, Gil e Maria Bethânia. “Gilberto Gil diz que o teatro é a pia batismal da arte na Bahia”, diz, lembrando outros nomes que também passaram por ali, como Érico Brás, Vladimir Brichta, Wagner Moura, Lázaro Ramos e João Miguel, entre outros. No curso, ele teve a oportunidade de atuar em várias espetáculos teatrais, que chegam a mais de vinte no currículo do ator. Lá também aprendeu a trabalhar com gestão de comunicação, o que levou Rodrigo, que está terminando o curso de Comunicação Social, a abrir sua própria empresa de assessoria de imprensa e criação de conteúdo. Solteiro, após o fim do namoro com Alice Cabral – “estou livre, solto, tranquilo” - o ator tem se dedicado mais ao audiovisual. “Não estava me adaptando bem à logística do teatro online e acabei me interessando por outras linguagens”, diz ele, que fez um curta e está também no filme A Matriarca, de Lula OIiveira. As filmagens de Meu Nome é Gal terminam agora em março e ele sonha alto. “Quero streaming, quero TV...”, diz. As informações são da Revista Quem.

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