Embora o comércio e os serviços sejam os setores que mais empregam no Brasil, eles não suportaram a pressão da inflação elevada, do aumento dos juros e, principalmente, da queda na renda das famílias, e vão começar a demitir. Neste ano, os dois segmentos caminham para ter o primeiro corte de vagas formais após mais de uma década sustentando o crescimento do mercado de trabalho do país. Só o comércio vai fechar quase 181,3 mil postos com carteira assinada, prevê o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade leva em conta a evolução do varejo ampliado (que inclui veículos e materiais de construção) e do atacado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos serviços, as demissões de trabalhadores formais devem totalizar 106 mil. Nos dados do IBGE, que incluem empregos com e sem carteira assinada, os dois setores cortaram 62 mil vagas em julho na comparação com igual período de 2014, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego. Um mês antes, as demissões haviam atingido mais de 208 mil no mesmo tipo de comparação.