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29/Set/2022 - 15h30

Apesar de tensão, pouco deve mudar na reta final da campanha na Bahia, diz coluna

Apesar de tensão, pouco deve mudar na reta final da campanha na Bahia, diz coluna Foto: Reprodução/Política Livre

Depois do debate de terça-feira, a presença de Lula em Salvador amanhã é o lance mais forte da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo para tentar jogar o petista no segundo turno na Bahia contra o adversário ACM Neto, nome do União Brasil favorito à sucessão estadual, segundo as pesquisas. O confronto na TV Bahia, emissora afiliada da Rede Globo, de maior audiência no Estado, não foi suficiente para alavancar votos para nenhum dos participantes nem Jerônimo conseguiu demonstrar, como alardeavam alguns petistas, que é o candidato mais preparado para conduzir os destinos da Bahia. O petista, no entanto, esteve melhor no programa de anteontem do que nos anteriores de que participou e aos quais o líder nas pesquisas não compareceu. Isso foi suficiente para que sua equipe comemorasse o desempenho, considerado um avanço em relação à atuação demonstrada nas últimas ocasiões em que se expôs com o mesmo objetivo. Na avaliação deles, Jerônimo, tardiamente, é verdade, mostrou que tem disciplina para tentar melhorar, o que só poderia ter sido um trunfo concreto caso não tivesse enfrentado um tempo tão exíguo de campanha e não faltassem apenas quatro dias para a ida do eleitor à urna. Ainda assim, o petista foi beneficiado pelo cerco que se armou contra o grande adversário. Como era esperado, miraram no candidato do União Brasil ele próprio, o postulante do PSOL, Kleber Rosa, e o representante de Jair Bolsonaro na Bahia, João Roma, do PL, que protagonizou um show à parte, dado o surpreendente grau de agressividade e a forma deliberadamente desrespeitosa com que se dirigiu a um ex-aliado que o projetou para a política no Estado, num jogo claramente combinado com setores do petismo, como daqui já antecipado, o que fez com que recebesse reprovação praticamente unânime da classe política. Aliás, a avaliação geral é a de que, longe de estancar sua desidratação política, já detectada nas pesquisas, em decorrência do fenômeno do voto útil na direção de Neto provocado pela percepção de que é o único nome capaz de bater o PT no Estado, o comportamento do candidato do PL acabe aprofundando seu isolamento na reta final da campanha, marcado pela esvaziamento de sua estrutura de apoio, em que a perda dos últimos dois prefeitos que ainda resistiam em permanecer com ele é o mais forte indicativo de que amargará um resultado eleitoral que deverá envergonhar o presidente da República. Depois de praticamente esquecê-lo como representante de sua campanha na Bahia, Bolsonaro chegou a fazer um aceno esta semana em sua direção em Juazeiro não na expectativa de que pudesse melhorar, mas de manter seus números atuais, a fim de garantir a realização do segundo turno na Bahia. Combinou o gesto com o vazamento da informação, por parte de seus conselheiros, de que, curiosamente, via com bons olhos a melhora de Jerônimo nas pesquisas na esperança de que, com a eleição indo para uma segunda etapa, pudesse contar com um palanque forte no Estado liderado por ACM Neto. Deve cair do cavalo. Artigo escrito por Raul Monteiro, editor da coluna Raio Laser do jornal Tribuna da Bahia e do site Política Livre.

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