Achei Sudoeste
Achei Sudoeste
fechar

02/Fev/2022 - 00h00

Prefeito de Guanambi revoga Bolsa Universitária que beneficiava filhos de empresários e políticos

Prefeito de Guanambi revoga Bolsa Universitária que beneficiava filhos de empresários e políticos Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Ao que parece, a Secretaria de Educação e a Prefeitura de Guanambi, a 141 km de Brumado, não conhecem o verdadeiro significado de um programa social. Em qualquer local, um programa social é para transferência direta e indireta de renda, destinado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza, de modo que consigam superar a situação de vulnerabilidade social. Já em Guanambi, a administração municipal elaborou um programa, denominado Programa Social Bolsa Universitária, para selecionar estudantes para vagas gratuitas em curso de medicina na Faculdades Integradas Padrão de Guanambi (FIPGuanambi). Até então, tudo plausível e louvável, já que muitas pessoas de baixa renda sonham em cursar medicina. Porém, o que parecia impossível acabou acontecendo: quando as inscrições para o programa foram realizadas entre os dias 24 e 25 de janeiro de 2022 nomes de filhos de empresários e políticos estavam entre os beneficiários. Segundo apurou o site Achei Sudoeste, a população local fez diversos protestos, inclusive, através das redes sociais e, nesta terça-feira (1º), o prefeito Nilo Coelho (DEM) revogou o decreto nº 616, que criava a Bolsa Universitária. Dentre os principais questionamentos da população, além da falta de ampla divulgação para inscrições, estava o critério de contemplar o ingresso apenas em curso de medicina, excluindo as demais graduações, e edital tendencioso para alunos já matriculados na FIPGuanambi, sendo estes de boa renda familiar, o que tornava o programa fictício e camuflado de social. A Lei 1.398/2021, da Bolsa Universitária, foi aprovada pela Câmara de Guanambi em 08 de dezembro, para priorizar alunos de baixa renda e de escola pública. O bolsista precisaria ter renda familiar igual ou inferior a 10 salários mínimos, sendo que poucos alunos que deveriam participar do programa seriam selecionados por conta do perfil financeiro, tendo em vista que a mensalidade do curso de medicina ultrapassa R$ 7 mil. “Todos me conhecem e sabem do meu compromisso e seriedade com a coisa pública, jamais deixaria que um edital como este viesse a prejudicar a nossa gestão”, disse Nilo, ao revogar a proposta. Segundo o gestor, “um novo edital será nos moldes dos programas federais de acesso ao ensino superior, que garante a oportunidade aos mais necessitados de cursar uma faculdade particular”.

Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Achei Sudoeste. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.



Nenhum comentário, seja o primeiro a enviar.



Deixe seu comentário

Mais notícias

Arquivo